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Gravidez na adolescência: educação sexual é ferramenta importante para evitar casos

Na Santa Casa de Belo Horizonte, os partos de jovens representam 21% do total de nascimentos feitos na instituição

A gravidez antes dos 14 anos é considerada de risco para a vida da gestante. No Brasil, a lei define qualquer relação sexual com menores da cidade como crime de estupro de vulnerável. A interrupção da gestação nessa faixa etária é inclusive permitida. Gestações em mulheres de 15 e 19 anos também são consideradas precoces e correspondem a 23% dos partos no Brasil.

Na Santa Casa de Belo Horizonte, os partos de jovens representam 21% do total de nascimentos feitos na instituição.

De acordo com o médico assistente da maternidade da Santa Casa, Francisco Lírio, além dos riscos naturais para jovens, muitas das vezes, a situação se agrava com o acompanhamento médico tardio.

“Cerca de 54% das mulheres no nosso país têm gravidez indesejada e dentro desse perfil de idade mais jovem chega quase 100%. Então, muitas vezes poderia até ser uma gravidez tranquila se fosse bem acompanhada, mas na grande maioria primeiro vem uma fase de negação. A mulher nega a gravidez para os seus familiares e depois que tem a descoberta da gestação, ela simplesmente para de fazer um acompanhamento médico adequado. Ela teria que ter um pré -natal de qualidade, identificando os riscos, acompanhamento fetal, tratando infecções, para que não leve a uma complicação que pode acontecer com qualquer mulher, mas com esse perfil de paciente que na grande maioria das vezes esconde a gravidez, às vezes uma simples infecção que poderia ser feito com tratamento em casa pode combinar com uma complicação grave colocando em risco a sua saúde e do seu bebê”, detalha.

Segundo o médico, é necessário trabalhar com os jovens a educação sexual.

“Então, a gente considera puberdade precoce quando a mulher menstrua antes dos oito anos. E essa menina, a partir de oito anos de idade, ela já pode estar menstruando e ovulando. Tem que ter sim educação sexual. Percebe-se que aquelas meninas que foram mães muito novas, depois voltam a ter filho em um curto espaço de tempo. Isso é frequente porque o ciclo se perpetua. Então, se ela não tem acesso à educação em saúde sexual, educação em saúde reprodutiva, não é raro, dois, três anos depois ela retornar”, explica.

De acordo com Francisco Lirio, médico da maternidade da Santa Casa, em Belo Horizonte, existe uma estratégia com o objetivo de reduzir as gestações indesejadas em curto espaço de tempo. É a colocação do DIU, Dispositivo Intrauterino, que pode ser colocado imediatamente após o parto em mulheres de qualquer idade. Então, se a mulher expressar o desejo dela no momento da internação para assistência ao prato e, dizer que já quer sair do hospital com o método contraceptivo, no pós-parto imediato já é colocado esse dispositivo intrauterino, que tem validade por 10 anos.

Na Santa Casa de Belo Horizonte, as adolescentes que são atendidas pelo hospital no momento do parto, são assistidas pelo serviço social no período pós-parto. O atendimento tem como objetivo acompanhar essas adolescentes e o desenvolvimento dos bebês.

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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.