Rússia avança na Ucrânia com 900 baixas de soldados por dia | Mundo | G1

Por g1


Prédio atingido por ataque russo em Kharkiv — Foto: Vyacheslav Madiyevskyy/Reuters

Nos últimos dias, a Rússia intensificou os ataques contra a Ucrânia para aproveitar que os ucranianos estão com poucas armas e munição, já que as doações que os Estados Unidos vão entregar ainda não chegaram (leia mais abaixo).

Os russos têm vencido diversas batalhas e devem conquistar territórios na região de Kharkiv (por ora, não devem invadir a cidade de mesmo nome). Nesta quarta-feira, o Exército ucraniano recuou na região, e o presidente do país, Volodymyr Zelensky, cancelou as viagens ao exterior.

No entanto, esses avanços têm um preço alto: o número de baixas (ou seja, a soma de mortos e feridos) nas forças russas na guerra na Ucrânia em abril foi de 899 por dia, de acordo com um comunicado do serviço de inteligência do Reino Unido.

O novo ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, afirmou na terça-feira (14) que a principal tarefa do país é vencer no campo de batalha com o mínimo de perda de tropas.

Belousov, um economista, foi nomeado por Vladimir Putin no domingo. Ele disse que o setor militar precisa de mais eficiência e inovação para atingir seus objetivos.

Seus comentários sobre as perdas na guerra foram surpreendentes porque as autoridades russas raramente discutem as baixas.

A Rússia e a Ucrânia não publicam detalhes de seus mortos e feridos. Mas os analistas militares ocidentais dizem que a Rússia, com uma população mais de três vezes maior que a da Ucrânia, tem se mostrado muito mais disposta a aguentar baixas em prol de ganhos na guerra.

Não há necessidade de outra convocação em massa das tropas russas, disse o novo ministro. Putin ordenou uma mobilização de 300 mil reservistas em 2022, uma medida impopular que levou centenas de milhares de russos a fugir do país para evitar serem convocados.

Rússia avança na região de Kharkiv

Atualmente, a Rússia controla cerca de 18% da Ucrânia e tem ganhado terreno desde o fracasso de uma contraofensiva ucraniana de 2023.

Segundo uma reportagem do jornal “The Washington Post”, para os oficiais dos EUA ainda não está claro por que a Rússia tenta atacar a região de Kharkiv. Duas hipóteses foram levantadas:

  • A província de Kharkiv faz fronteira com uma região da Rússia que já foi atacada, e os russos querem criar uma zona de tampão para impedir novos ataques.
  • Os russos podem estar em uma nova tentativa de conquistar a cidade de Kharkiv (leia mais sobre por que isso é importante abaixo).

A disputa por Kharkiv

No começo da guerra, em 2022, os russos tentaram invadir a cidade de Kharkiv, que além de ser a segunda maior do país (atrás de Kiev), é um importante centro industrial e científico.

Como os russos não conseguiram tomar a cidade, Kharkiv também se tornou um símbolo da resistência ucraniana.

As tropas da região foram as que mais resistiram a ataques russos ao longo dos mais de dois anos de guerra.

Após perder milhares de soldados e artilharia e veículos de guerra no primeiro ano de guerra, a Rússia conseguiu reorganizar sua estrutura militar com o tempo e graças a manobras na economia que conseguiram bancar e manter os altos gastos na guerra.

As vitórias russas na região ao redor da cidade de Kharkiv possibilitam que as forças russas consigam atacar o município com artilharia.

Na segunda-feira (13), o governador da região, Oleh Syniehubov, afirmou que “o inimigo está se aproximando pelo norte e nos forçando a entrarmos mais no nosso território”.

Agora, uma eventual vitória da Rússia na cidade pode ter um peso simbólico importante.

Falta de armas e falta de soldados

Os dois principais problemas dos ucranianos são:

  • Falta de pessoal: os militares já na frente de batalha estão cansados, e a Ucrânia já não consegue mais recrutar no mesmo volume do começo da guerra.
  • Por razões políticas, os EUA, o principal aliado da ucrânia na guerra, demoraram para enviar o auxílio militar, e por isso faltam armas.

Rússia e Ucrânia anunciam mudanças no comando militar

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