O Estado criado pelos Habsburgo no Sudeste da Europa desintegrou-se no final da Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918). No dia 3 de novembro de 1918, foi assinado o acordo de cessar-fogo do conflito que acabaria selando o fim do Imp�rio Austro-h�ngaro.

O atentado contra o pr�ncipe herdeiro austr�aco Francisco Ferdinando fora a causa imediata para a deflagra��o da Primeira Guerra Mundial em 1914. Mas o conflito acabaria levando � desestrutura��o do Estado austr�aco.

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No come�o da guerra, a �ustria-Hungria ainda era um imp�rio com uma imensa �rea territorial: do Lago de Constan�a � Transilv�nia, da Bo�mia � B�snia. Mais de 52 milh�es de pessoas viviam no pa�s multi�tnico, cuja capital era Viena. Com tal estrutura, a �ustria n�o podia ser homog�nea, nem estava livre de tens�es internas.

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Aliados se preparam para ofensiva em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial que selou o fim do Imp�rio Austro-H�ngaro

O tratamento desigual dado �s diversas prov�ncias e nacionalidades levou freq�entemente a conflitos e movimentos de autonomia, em especial nos B�lc�s, onde a �ustria havia anexado a B�snia-Herzegovina em 1908. Mas foi a guerra que liberou inteiramente tais for�as centr�fugas, que levaram ao completo desmembramento do Imp�rio Austro-h�ngaro. No final da guerra, restou um pequeno Estado alpino, uma rep�blica com 6 milh�es de habitantes.

Em maio de 1915, a It�lia abandonou a sua neutralidade, juntando-se aos pa�ses da Tr�plice Entente --a Inglaterra, a Fran�a e a R�ssia. Com isto, a �ustria passou a lutar na frente sul n�o apenas contra a S�rvia, mas tamb�m contra a It�lia: uma guerra de montanha extremamente dif�cil, em especial na regi�o do Tirol do Sul (hoje conhecida como Alto �dige).

Fome, doen�as e rebeli�es

J� em 1916, a situa��o de abastecimento no imp�rio dos Habsburgo tornara-se catastr�fica. Apesar de todas as medidas para a produ��o agr�ria de emerg�ncia, o governo n�o conseguiu impedir que a subnutri��o e as enfermidades aumentassem cada vez mais entre a popula��o civil. Ao lado das rebeli�es por motivo econ�mico, tamb�m as tens�es por raz�es pol�ticas ou nacionalistas tornaram-se freq�entes.

No dia 21 de outubro de 1916, o primeiro-ministro conservador Karl von St�rgkh foi assassinado pelo filho de Viktor Adler, o chefe dos social-democratas austr�acos.

No mesmo ano, morreu o imperador Francisco Jos�, que personificava a tradicional monarquia austro-h�ngara. Ele havia reinado durante mais de 60 anos, mantendo o controle sobre as a��es governamentais. Seu sucessor foi o sobrinho Carlos, a respeito de quem o primeiro-ministro de ent�o tinha uma opini�o arrasadora: "O imperador Carlos tem 30 anos de idade, uma apar�ncia de 20, e fala como uma crian�a de 10 anos."

Jovem, inexperiente e avesso a reformas, Carlos 1� n�o conseguiu impedir a desagrega��o do seu imp�rio.

A partir de 1918 come�aram a surgir greves e rebeli�es em todas as partes do pa�s. Foram registradas deser��es em massa, principalmente entre os integrantes das minorias nacionais.
Em outubro de 1918, foi formado em Zagreb (Cro�cia) um Conselho Nacional Sul-eslavo, que logo anunciou a unifica��o dos territ�rios sul-eslavos com a S�rvia e Montenegro. Em Viena, constituiu-se uma Assembl�ia Nacional provis�ria para a "�ustria alem�" e, em Praga, foi proclamado o Estado tchecoslovaco.

Em 16 de outubro, Carlos 1� ainda tentou impedir uma desintegra��o do seu imp�rio, atrav�s da publica��o de um manifesto de reforma. Mas j� era tarde demais --a autonomia sob a coroa vienense j� n�o era mais uma op��o aceit�vel para as prov�ncias.

Depois do fracasso da �ltima ofensiva militar em Piave, na It�lia, a monarquia austro-h�ngara estava � beira da derrocada. Em fins de outubro come�aram as negocia��es sobre um cessar-fogo.

As condi��es impostas pela entente eram praticamente as de uma capitula��o: "Retirada do Tirol at� o Passo de Brennero e do Vale do Puster at� Toblach, retirada do planalto norte-italiano, da �stria incluindo Trieste, da Dalm�cia e todas as ilhas no Mar Adri�tico, liberdade de a��o para as tropas aliadas em territ�rio austr�aco, desarmamento de 20 divis�es, entrega dos equipamentos b�licos da metade da artilharia".

Ap�s longa hesita��o e por falta de alternativa, a delega��o austr�aca assinou o tratado de cessar-fogo em 3 de novembro de 1918. Com ele ficou selada a desagrega��o definitiva do tradicional Imp�rio do Dan�bio.