Principais títulos do técnico Renato Gaúcho foram nos clubes em que ele atuou como jogador; relembre - Jornal O Globo
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Principais títulos do técnico Renato Gaúcho foram nos clubes em que ele atuou como jogador; relembre

Treinador estreia nesta quarta-feira no comando do Flamengo, pelas oitavas de final da Libertadores; como atacante na Gávea, Renato teve três passagens e conquistou dois títulos de expressão
Grêmio foi o clube em que Renato ganhou mais títulos, incluindo duas Libertadores: uma como jogador, em 1983; e outra como treinador, em 2017 Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP
Grêmio foi o clube em que Renato ganhou mais títulos, incluindo duas Libertadores: uma como jogador, em 1983; e outra como treinador, em 2017 Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

RIO -  Renato Gaúcho estreia nesta quarta-feira no comando do Flamengo, clube que ele também defendeu e fez sucesso como jogador. Em sua carreira, essa história se repetiu outras duas vezes: primeiro com o Fluminense e depois com o Grêmio, ambas passagens vitoriosas e que ficaram marcadas na memória do torcedor.

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Aos 58 anos, O Rubro-Negro será o sexto clube treinado por ele. Depois de uma experiência amadora no Madureira, ainda no início da carreira, Renato passou por Fluminense, Vasco, Bahia, Grêmio e Athletico. Suas trajetórias mais significativas, no entanto, foram justamente nos clubes em que também marcou gols e construiu grandes histórias no campo.

O primeiro jogo do técnico à frente do Rubro-Negro será às 21h30, contra o Defensa y Justicia, pelas oitavas de final da Libertadores. O treinador conhece bem a competição: em 2017, levou o Grêmio ao título e bateu na trave com o Fluminense, em 2008. Como jogador, também ajudou o Tricolor Gaúcho a vencer o campeonato, em 1983.

Seus principais títulos como treinador, inclusive, foram conquistados nesses dois clubes: em 2007, foi campeão da Copa do Brasil no comando do Fluminense; nove anos depois, em 2016, voltou a vencer a competição, mas com o Grêmio; no ano seguinte, conquistou a Libertadores de 2017 à frente do Tricolor Gaúcho, quando recebeu o prêmio de melhor treinador da competição; venceu também a Recopa Sul-Americana em 2018, além dos estaduais de 2018, 2019, 2020 e 2021, todos pela equipe de Porto Alegre.

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Relembre os principais pontos da trajetória de Renato Gaúcho nos clubes em que atuou como jogador e técnico - história que começa a traçar nesta quarta com o Rubro-Negro:

Ídolo digno de estátua

Campeão da América como técnico e jogador, Renato é um dos maiores ídolos da história do Grêmio Foto: Reprodução/Twitter
Campeão da América como técnico e jogador, Renato é um dos maiores ídolos da história do Grêmio Foto: Reprodução/Twitter

O Tricolor Gaúcho foi o primeiro grande clube da carreira de Renato como jogador. À época atacante veloz e goleador, ele conquistou a idolatria da torcida gremista com as conquistas da  Libertadores e do Mundial de 1983 (que levava o nome de Copa Intercontinental).

Sua participação na segunda conquista foi decisiva: Renato marcou os dois gols da vitória do Grêmio por 2 a 1 sobre o Hamburgo, da Alemanha, e foi escolhido o melhor jogador da final. Em 1985 e 1986, foi bicampeão gaúcho com a equipe.

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Como técnico, ele teve três passagens pelo clube de Porto Alegre. A última foi a mais importante: chegou em setembro de 2016 e conduziu o Grêmio à conquista da Copa do Brasil daquele ano sobre o Atlético-MG. O título tirou a equipe de uma fila de 15 anos sem troféus de expressão.

No plantel, já estava a sólida dupla de zaga formada por Geromel e Kannemann, o atacante Pedro Rocha e a dupla Luan e Éverton Cebolinha. O segundo, porém, ainda não tinha mostrado todo o futebol que proporcionou sua venda para o Benfica, no ano passado.

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Em 2017, Renato comandou o Grêmio rumo ao título da Libertadores. Na final, foram duas vitórias sobre o Lanús (ARG): 1 a 0 no primeiro jogo, em casa, e 2 a 1 na Argentina. O grande nome da conquista foi Luan, que fazia sua melhor temporada e marcou um dos gols na segunda partida. Pedro Rocha, que também se destacou, foi vendido durante a competição.

O troféu de Campeão da América credenciou o Grêmio para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Seria o segundo título deste calibre para Renato no Grêmio, mas sua equipe foi derrotada por 1 a 0 para o Real Madrid, com gol de falta marcado por Cristiano Ronaldo.

Em 2019, Renato Gaúcho ganhou uma estátua na Arena do Grêmio, que homenageia seus feitos como jogador e como técnico no clube.

Gol de barriga e Libertadores de 2008

Gol de barriga em 1995 deu o título do Campeonato Carioca ao Fluminense e consagrou Renato com a torcida tricolor Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo
Gol de barriga em 1995 deu o título do Campeonato Carioca ao Fluminense e consagrou Renato com a torcida tricolor Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo

O atacante Renato Gaúcho chegou ao Fluminense em 1995 e ficou marcado principalmente por um gol no rival Flamengo. Era a última rodada do octogonal final do Campeonato Carioca daquele ano e somente as duas equipes poderiam ficar com o título.

Aos 42 minutos do segundo tempo, a partida estava empatada em 2 a 2, resultado que dava o título ao Rubro-Negro. Foi quando o meia tricolor Aílton invadiu a área pela ponta direita, driblou o lateral Charles Guerreiro e bateu cruzado, em direção à segunda trave. Renato estava lá, plantado, aguardando para completar, de barriga, marcando o gol que daria o título ao Fluminense.

Já à beira do campo, Renato Gaúcho conseguiu resultados mais expressivos nas cinco passagens pelo Tricolor Carioca. Foi nas Laranjeiras que ele teve sua primeira grande oportunidade como treinador, em 2002. O período mais longevo e vitorioso foi sua terceira vez como técnico do Fluminense, de abril de 2007 a agosto de 2008.

Foi nesta passagem que o Tricolor conquistou a Copa do Brasil de 2007, ao vencer o Figueirense por 1 a 0 em Santa Catarina, no estádio Orlando Scarpelli. Curiosamente, quem marcou o gol daquela final foi o então zagueiro Roger Machado, hoje técnico do Fluminense. Na ocasião, recebeu um cruzamento na área de Adriano Magrão, matou no peito como um centroavante e fuzilou com a perna direita. É o único título do clube na Copa do Brasil.

No plantel da época, estavam jogadores como o goleiro Fernando Henrique, o zagueiro Thiago Silva, o meia Cícero (campeão da Libertadores com Renato, em 2017, no Grêmio), além de Carlos Alberto e Thiago Neves.

No ano seguinte, em 2008, também era Renato o técnico de uma das maiores tristezas da torcida do Fluminense: a final da Libertadores contra a LDU de Quito, no Equador. Depois de perder o primeiro jogo fora de casa por 4 a 2, o Tricolor conseguiu igualar o placar agregado com 3 a 1 no Maracanã, levando a decisão para os pênaltis.

O grande destaque daquela campanha foi o meia Thiago Neves, que marcou um gol na primeira partida da final e os outros três do Fluminense no jogo derradeiro. Nas penalidades, porém, ele foi um dos que desperdiçaram a cobrança, junto com Dario Conca e o atacante Washington. O placar final foi de 3 a 1 para a equipe equatoriana, que ficou com o título da competição.

Craque da Copa União de 1987

Mesmo em um time recheado de craques, Renato Gaúcho foi escolhido o melhor jogador da Copa União de 1987 Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
Mesmo em um time recheado de craques, Renato Gaúcho foi escolhido o melhor jogador da Copa União de 1987 Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo

A trajetória de Renato no Flamengo começou em 1987. Já consagrado no Grêmio, o veloz jogador chegou à Gávea para fazer dupla de ataque com Bebeto. Quem abastecia os dois e conduzia o meio de campo era ninguém menos que Zico, que já caminhava para o fim de sua carreira. O plantel também contava com outros craques como o ex-lateral Leandro, o meio-campo Andrade e Zinho.

Mas mesmo em meio a tantos jogadores de alto nível, Renato conseguiu se destacar. O Rubro-Negro foi o campeão da Copa União, a liga que substituiu o Campeonato Brasileiro de 1987, e o atacante foi eleito o melhor jogador da competição.

Mais tarde, em 1989, Renato voltou ao Flamengo vindo do Roma e conquistou mais um título: a Copa do Brasil de 1990, depois de vitória sobre o Goiás no primeiro jogo por 1 a 0, no Maracanã; e empate na partida da volta, por 0 a 0, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. Em uma terceira passagem como jogador do Rubro-Negro, chegou em 1997, já em fim de carreira, antes de ir para o Bangu, em 1999.

Como treinador, Renato foi apresentado nesta segunda-feira para sua primeira passagem pelo Flamengo. Será sua oportunidade de conquistar mais um título como técnico em um clube que atuou como jogador. A história começa a ser contada a partir das 21h30 (de Brasília) desta noite, no estádio Norberto Tomaghello, contra o Defensa y Justicia (ARG), pela primeira partida das oitavas de final da Libertadores.