Análise: Japão deixa marca na Copa do Mundo, mas para em barreira histórica | japão | ge

Por Gabriel Duarte — de Belo Horizonte


Pode-se dizer que o Japão deixa a Copa do Mundo - pela quarta vez nas oitavas de final - com a cabeça erguida pelo que desempenhou. Depois de vencer os campeões mundiais Alemanha e Espanha, na fase de grupos, lutou de de igual para igual por uma vaga nas quartas de final contra a Croácia (atual vice), sendo eliminado nos pênaltis, numa ressalva do desempenho que foram os pênaltis mal batidos. Veja como foi a partida com os croatas.

Melhores momentos: Japão 1(1) X (3)1 Croácia pelas oitavas de final da Copa do Mundo 2022

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Num momento de decisão, Minamino e Mitoma bateram fraco os dois primeiros pênaltis e ajudaram o goleiro Livakovic a se tornar herói croata na decisão. Livaja, em outro pênalti mal batido, e Asano ao marcar, deram esperança aos japoneses. Mas o terceiro pênalti perdido, com o capitão Yoshida, fez o time praticamente desabar, e a Croácia marcar o gol que encerrou a participação japonesa.

Apesar da eliminação, o Japão reescreveu sua história em solo catari. Transformou um local de trauma (onde foi desclassificado nas Eliminatórias para a Copa de 94) em momentos marcantes do futebol japonês.

Dominik Livakovic comemora defesa de pênalti em Japão x Croácia — Foto: REUTERS/Matthew Childs

Vencer os campeões mundiais Alemanha e Espanha na fase de grupos não é feito pequeno. Ainda mais se classificar em primeiro na chave com esses dois gigantes.

Entretanto, a barreira histórica novamente foi mais alta que o salto pretendido pelos japoneses. Pela quarta vez, eles param nas oitavas de final, igualando às melhores campanhas de 2002, 2010 e 2018.

O jogo japonês

Contra a Croácia, o Japão mostrou mais uma vez a organização tática e boa solidez defensiva - salvo alguns cochilos durante o jogo no Al Janoub - um deles no gol de Perisic. Além disso, contou com os talentos individuais que tem no setor ofensivo, como Doan e Kamada, que dão o ritmo de jogo.

O Japão não é aquela seleção que domina completamente o jogo. Tem poucas chances, geralmente, durante a partida, principalmente frente a equipes consideradas mais fortes. Mas, contra a Croácia, dominou o jogo até ter as redes balançadas

Com movimentos defensivos e ofensivos organizados, fechou espaços que a Croácia poderia ter para chegar ao gol e surpreendeu com as rápidas chegadas ao ataque e o desenvolvimento ofensivo produtivo. Chegou ao gol no fim do primeiro tempo, com Maeda, mas já poderia ter aberto com Kamada, em chance dentro da área.

Japão caiu de ritmo após levar o gol e teve que se defender — Foto: Dylan Martinez/Reuters

Com o jogo controlado, o Japão levou gol no seu ponto fraco: a jogada aérea. Perisic aproveitou o cochilo de Ito e subiu sozinho para cabecear para o gol. A partir daí, os nipônicos parecem ter sentido o empate, voltaram para o cenário inicial do jogo, com domínio da Croácia e perderam a capacidade ofensiva.

Levou certa pressão em alguns momentos, mas teve Gonda como figura importante para evitar um segundo gol croata, principalmente num perigoso chute de Modric, de fora da área. Levou a decisão para a prorrogação e continuou competindo. Foi pressionado, mas segurou o 1 a 1. Nos pênaltis, faltou ser decisivo e bater as penalidades com mais exatidão.

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