Dia da Terra: conheça a história por trás da data celebrada nesta segunda, 22 de abril | Sociedade | Um só Planeta
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Por Redação, do Um Só Planeta

Todos os anos, no dia 22 de abril, pessoas de todo o mundo se reúnem para celebrar o planeta que nos acolhe e possibilita nossa vida. Conhecido como Dia da Terra, a data celebrativa começou nos Estados Unidos, em 1970, em alguns campi universitários. Desde então, evoluiu para uma celebração global das conquistas do movimento ambientalista – e um lembrete do trabalho que ainda precisa ser feito.

Rachel Carson, autora de Primavera Silenciosa, em sua casa de verão em Boothbay Harbor, Maine, nos EUA — Foto: Getty Images
Rachel Carson, autora de Primavera Silenciosa, em sua casa de verão em Boothbay Harbor, Maine, nos EUA — Foto: Getty Images

A década anterior, dos anos 1960, foi um período de despertar ambiental para grande parte dos Estados Unidos. Por exemplo, a maioria dos norte-americanos conheceu os efeitos da poluição do ar em 1962, com a publicação do famoso livro Silent Spring, ou Primavera Silenciosa, da naturalista e ex-bióloga marinha Rachel Carson. Na publicação, Carson narrou meticulosamente como o DDT, um pesticida bastante difundido na época, entrou na cadeia alimentar e câncer e danos genéticos em humanos e animais.

Retrato do político americano, senador dos EUA, Gaylord Nelson (1916 - 2005), posando em Rock Creek Park, Washington DC, em janeiro de 1990 — Foto: Getty Images
Retrato do político americano, senador dos EUA, Gaylord Nelson (1916 - 2005), posando em Rock Creek Park, Washington DC, em janeiro de 1990 — Foto: Getty Images

Outra figura muito importante para a agenda ambiental dos anos 60 foi Gaylord Nelson, um dos titãs originais do movimento ambientalista e "pai" do Dia da Terra. Um ferrenho progressista e amante da natureza, Nelson era senador pelo estado de Winsconsin e priorizou a aprovação de legislações ambientais como a Lei da Natureza, de 1964, que salvaguardava terras federais, e a Lei dos Rios Selvagens e Cênicos, de 1968, que estabeleceu um processo para proteger rios de fluxo livre.

Em 1969, um grande derrame de petróleo em Santa Bárbara, Califórnia, inspirou Nelson a liderar uma nova abordagem popular ao movimento ambientalista. Motivado pela energia dos estudantes que participavam nos protestos anti-guerra, Nelson decidiu galvanizar o mesmo tipo de ação, mas em nome do meio ambiente. Ele apresentou uma ideia de criação de fóruns de discussões entre professores e alunos sobre a natureza e escolheu o dia 22 de abril, data entre as férias de primavera e os exames finais nos EUA, para permitir a máxima participação dos alunos.

No dia 22 de abril de 1970, 20 milhões de americanos em 2.000 faculdades e universidades e 10.000 escolas primárias participaram no primeiro Dia da Terra por meio de manifestações, limpeza de rios e outras atividades. "A ideia estava aí e todo mundo agarrou. Eu queria uma manifestação de tantas pessoas que os políticos dissessem: ‘Caramba, as pessoas se preocupam com isso’”, disse Nelson ao New York Times na época.

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Grupos que lutavam individualmente contra derrames de petróleo, fábricas e centrais elétricas poluentes, falta de saneamento básico, lixões tóxicos, pesticidas, a perda de vida selvagem e outros temas se uniram no Dia da Terra em torno destes valores comuns partilhados. Analistas afirmam que o Dia da Terra de 1970 alcançou um alinhamento político raro, angariando o apoio de republicanos e democratas, ricos e pobres, moradores urbanos e agricultores, líderes empresariais e trabalhistas.

No final de 1970, o primeiro Dia da Terra levou à criação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, EPA, na sigla em inglês, e à aprovação de outras leis ambientais pioneiras, como a Lei Nacional de Educação Ambiental, a Lei de Segurança e Saúde Ocupacional e a Lei do Ar Limpo. Dois anos depois, o congresso dos EUA aprovou a Lei da Água Limpa.

Desde a sua concepção original, o Dia da Terra tornou-se um fenômeno global, abrindo caminho não só para protestos e novas legislações, mas também para o voluntariado e limpezas de habitats. Agora, o debate se concentra principalmente no combate às mudanças climáticas.

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