Manu Gavassi chega a BH nesta semana para homenagear “Fruto Proibido”, de Rita Lee, em show.
Por Helena Tomaz | Assistente de Conteúdo
Em 1975, Rita Lee lançava “Fruto Proibido”, com a banda de apoio Tutti Frutti. Sem grandes pretensões ou produções megalomaníacas. A foto da capa do álbum, inclusive, foi Rita quem tirou, sozinha, na casa dos pais.
Agora, em 2023, Manu Gavassi reestreia o “Acústico MTV”, que foi sucesso nos anos 90 e 2000, cantando Fruto Proibido. A própria Rita, aliás, já gravou um “Acústico MTV”, na era de ouro do programa.
Além da gravação, que contou com uma banda exclusivamente feminina, a reinterpretação ganhou uma pequena turnê. O show passará por 5 cidades e chega a BH nesta sexta (17 de março), na Autêntica.
Grandes sucessos
Apesar de ter lançado muitos álbuns depois deste e de diversas de suas canções terem se tornado verdadeiros ícones da música brasileira, é em “Fruto Proibido” que muitos dos sucessos de Rita Lee se concentram. “Ovelha Negra”, “Agora só falta você”, e “Esse tal de Roque Enrow”, são três hits do disco, que só tem nove faixas.
“Ovelha Negra”, se tornou uma espécie de hino para os fãs da cantora. A canção gera identificação e inclui aqueles que não se sentem incluídos com as palavras “foi quando o meu pai me disse filha / você é a ovelha negra da família / agora é hora de você assumir”.
Já “Fruto proibido”, faixa que dá nome ao álbum, atentava contra a falsa moral da Ditadura Militar (motivo pelo qual, aliás, Rita Lee chegou a ser presa, em 1976) com a letra “eu sei que o fruto é proibido / mas eu caio em tentação”.
Por último, “Esse Tal de Roque Enrow”, que, possivelmente é a menos conhecida das três, demonstra inteligência através do sarcasmo. A música simula a ligação de uma mãe que, preocupada com a filha roqueira, liga para um médico na tentativa de curá-la. “Ela nem vem mais pra casa, doutor, ela odeia meu vestidos / Minha filha é um caso sério, doutor / Ela agora está vivendo com esse tal de Roque Enrow”.
Através do tempo
Apesar de terem quase 50 anos, as letras de “Fruto Proibido” se mantiveram atuais ao longo das décadas. A honestidade e a liberdade passadas por Rita Lee não envelhecem nunca.
O papel que Manu Gavassi exerce, portanto, não é de renovar nada, apenas de apresentar as canções para um público que não havia nem nascido quando “Fruto Proibido” foi publicado.
A conta @ritalee_bau, que publica trechos de entrevistas e apresentações antigas da cantora tem quase 55 mil seguidores e mais de um milhão de curtidas no TikTok, a rede social queridinha de grande parte da geração Z (os nascidos entre 1996 e 2010). Apesar de não usar mais o twitter desde 2013, os tweets da cantora que viraram meme também se perpetuam pela internet até hoje.
Manu, inclusive, sempre é fã da cantora e já fez referências à ela nas próprias músicas. No single “Deve ser horrível dormir sem mim”, com Gloria Groove, de 2020, ela se intitula uma “mistura de Rita [Lee] com Amélie [Poulain]”. Mais tarde, em 2021, na faixa “Bossa Nossa”, do álbum “Gracinha”, confessa “nunca gostei dos Mutantes sem a Rita Lee”.
As histórias por trás
Em 2016, quando já havia deixado os palcos, para se despedir da persona “Rita Lee”, a cantora escreveu o livro “Rita Lee: uma biografia”. A ideia era contar as histórias de sua vida – da cadeia ao nascimento dos filhos – pela primeira vez. Com suas próprias palavras.
Depois disso, a intenção era levar uma vida sossegada, cercada pelos bichos, filhos e netos. No entanto, em abril de 2022, a cantora foi diagnosticada com um câncer no pulmão. Agora, depois de se recuperar dele, publica um novo livro, e brinca com o título: “Rita Lee: outra biografia”, documentando todo o tratamento. O livro está em pré-venda e o lançamento oficial está marcado para 22 de maio.
