'Assassino BTK': EUA investigam dois supostos novos crimes de serial killer, preso por conta de um disquete | Mundo | G1

Por Giuliana Viggiano, g1


O assassino BTK, Dennis Rader, em um processo judicial, 12 de outubro de 2005, em El Dorado, Kansas, Estados Unidos. — Foto: Travis Heying/The Wichita Eagle via AP

Preso desde 2005 por dez assassinatos, o serial killer Dennis Rader voltou a ser investigado pela polícia dos Estados Unidos, desta vez como principal suspeito pela morte e pelo desaparecimento de duas pessoas.

Rader ficou conhecido como assassino BTK, uma sigla para "bind, torture and kill" (amarrar, torturar e matar, na tradução em português). Ele cometeu os crimes pelos quais foi julgado entre 1974 e 1991 nos arredores da cidade de Wichita, no Kansas.

Em 2004, 30 anos após seu primeiro crime, Rader enviou uma mensagem a autoridades via disquete, o que permitiu à polícia rastrear o computador utilizado pelo criminoso. Um ano depois, BTK foi preso e confessou o assassinato de dez pessoas, recebendo uma sentença de prisão perpétua por cada crime.

O serial killer ficou famoso por enviar cartas e pacotes com informações sobre seus crimes para a polícia e para a imprensa. Rader assinava as mensagens como "B.T.K.", uma abreviação para sua "técnica" de amarrar, torturar e matar (bind, torture, kill) suas vítimas.

Suspeito em dois novos casos

Em dezembro do ano passado, Dennis Rader se tornou o principal suspeito pelo sumiço de Cynthia Kinney, uma líder de torcida de 16 anos que trabalhava em uma lavanderia de Pawhuska, Oklahoma, e desapareceu em 1976.

O xerife Eddie Virden disse à Kake-TV que resolveu investigar a ligação de Rader com o caso quando descobriu que o criminoso tinha incluído a frase “dia ruim para lavar roupa” em um de seus diários. O assassino escrevia detalhadamente sobre seus crimes em seus cadernos.

Além disso, as autoridades descobriram que, na época do crime, a empresa de segurança em que Rader trabalhava estava instalando novos alarmes em um banco do outro lado da rua da lavanderia onde Kinney foi vista pela última vez.

No entanto, o xerife ainda não conseguiu confirmar se foi o criminoso que instalou o sistema.

“Estamos do outro lado da divisa estadual com Kansas e Wichita, que era seu reduto", disse o subxerife Gary Upton à AP. "Estávamos seguindo pistas baseadas em nossas investigações e descobrimos outros desaparecimentos e homicídios não resolvidos que possivelmente apontam para BTK."

Rader também é o principal suspeito pelo assassinato de Shawna Beth Garber, de 22 anos, cujo corpo foi descoberto em dezembro de 1990 no condado de McDonald, Missouri. Seus restos mortais não foram identificados até 2021.

De acordo com a polícia, uma autópsia revelou que Garber foi estuprada, estrangulada e amarrada cerca de dois meses antes de seu corpo ser encontrado. O método utilizado pelo assassino chamou atenção das autoridades por ser parecido com o utilizado por BTK.

O xerife do condado de McDonald, Rob Evenson, disse que à KSN-TV que Rader negou qualquer envolvimento na morte de Garber. "[Nós] trabalhamos com os investigadores de Oklahoma no passado, mas até agora não houve nenhuma evidência direta ligando Rader ao caso”, afirmou ele.

As autoridades não disseram se Rader é investigado por outros casos.

Buscas na casa de BTK

Buscas sendo realizadas na antiga propriedade do assassino BTK Dennis Rader, perto de Park City, Kansas, na terça-feira, 22 de agosto de 2023. — Foto: Eddie Virden/Osage County Sheriff's Office via AP

Na terça-feira (22), as autoridades realizaram novas buscas na casa de Rader em Park City. Em comunicado, a polícia disse que encontrou "itens de interesse" no local e afirmou que os objetos encontrados passariam por um exame minucioso para determinar sua potencial relevância.

"Continuamos esperançosos de que os investigadores encontrem evidências que ajudem a resolver o caso de Garber”, disse o xerife Evenson.

À Kake-TV, Virden contou que alguns itens foram encontrados durante uma outra busca realizada na propriedade em abril, incluindo um pedaço de meia-calça velha e rasgada. “Ficou muito, muito claro que alguém havia criado esse buraco e o preenchido novamente com um material diferente. [A pessoa] tomou algumas precauções para proteger alguns desses itens”, afirmou.

Kerri Rawson, filha de Rader, disse ao Wichita Eagle que está ajudando os investigadores e que recentemente se encontrou com o pai pela primeira vez em anos. “Ainda não tenho 100% de certeza de que meu pai cometeu mais crimes”, afirmou ela. “Se meu pai machucou outra pessoa, precisamos de respostas."

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