Como Murilo, do Palmeiras, chegou à seleção: "Quando consegui desbloquear meu mental…" | palmeiras | ge

Por Camila Alves e Thiago Ferri — São Paulo


Murilo, do Palmeiras, conta como descobriu convocação para seleção brasileira

Murilo, do Palmeiras, conta como descobriu convocação para seleção brasileira

"Sem dúvida nenhuma, é algo que tenho como maior sonho: a seleção brasileira. Coloquei como meta para 2024."

As palavras de Murilo, em janeiro deste ano, expunham a confiança de quem mudou rotinas para conquistar sonhos. Aos 26 anos, o zagueiro do Palmeiras estava na barbearia que fundou, na zona oeste de São Paulo, quando recebeu a notícia da convocação. O caminho para a conquista? Para ele está claro: abdicação, evolução física e mental.

– Sem dúvida é o auge da minha carreira e muito pelo meu mental – conta Murilo, em exclusiva ao ge.

O zagueiro está com a delegação da seleção brasileira para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, que acontecem nos dias 23 e 26 de março, em Wembley e no Santiago Bernabéu.

Murilo durante treino da seleção brasileira — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A caminhada até a conquista, porém, começou ainda no fim de 2021 para Murilo, pouco antes da chegada ao Palmeiras, portanto. Foi nessa época que o atleta começou a buscar suporte profissional para trabalhar a própria mente, inicialmente no âmbito pessoal, e desde o ano passado como parte da rotina dentro de campo também.

– Acho que cresceu muito na Rússia e no Cruzeiro, evoluí muito mentalmente, foi a maior parte de poder colocar meu potencial todo para fora, de mostrar meu futebol e ganhar essa confiança dos meus companheiros. Quando consegui desbloquear meu mental… – confessa o zagueiro.

– Em 2021 eu busquei mais isso, entrou um coach em contato comigo, consegui abrir a mente para esse lado mental. Ali no começo de 2023 consegui ter um trabalho mais fixo com ele e colocar isso dentro de campo – explica.

"Comecei a gritar no carro": a reação de Murilo, do Palmeiras, após convocação na seleção

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Murilo fez a base e três temporadas como profissional no Cruzeiro, outras duas no Lokomotiv, da Rússia, e chegou ao Palmeiras em 2022, tendo uma adaptação quase instantânea ao clube. A partir de 2023, firmou-se cada vez mais na equipe à medida que entendeu a estrutura e mentalidade do Verdão de Abel Ferreira.

O período da Rússia, porém, foi mentalmente o mais difícil na vida do zagueiro, que chegou a relatar casos de racismo e problemas com o idioma desconhecido.

– Eu orava sempre na Rússia para poder voltar para o país de onde vim e onde nasci – explica.

– Coloquei todas essas metas e elas vêm se cumprindo. Agradeço muito por todos que estão comigo. Foi fruto de trabalho, abri mão de várias coisas… – conta o atleta, pensativo.

Murilo durante treino da seleção brasileira — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Abrir mão de várias coisas, para Murilo, é um reflexo das escolhas difíceis ao longo da carreira e da vida, de elencar prioridades em detrimento das facilidades da vida de atleta.

Sempre tem um lado bom que você pode sempre estar usufruindo, mas tem outras coisas como ir para algum lugar ou descansar, fazer uma banheira de gelo, fazer um treino extra, pegar um particular para você treinar mais - explica.

Veja o momento em que Murilo, do Palmeiras, descobre convocação

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E esse particular, aliás, é mais um dos fatores que têm feito a diferença na caminhada do zagueiro. Desde o ano passado, acertou com Dilson Conceição Neto, fisioterapeuta que auxilia Murilo em uma preparação física fora das dependências do Palmeiras.

– Abri mão de tempo com minha família, trouxe um profissional para treinar no particular, vejo que faz sentindo e quero continuar cada vez mais. É um fisioterapeuta, mas faz também a parte da musculação dos treinos – revela.

Na Europa, recebe o saldo do próprio investimento ao longo dos últimos anos. Divide treinos com o companheiro de clube, Endrick, e reencontra nomes como Marquinhos, que estava na seleção da Rio 2016 quando o zagueiro completou o treino do Brasil. A lista poderia crescer com Gabriel Magalhães, com quem jogou na base, mas o zagueiro terminou cortado por lesão.

Em 2024, Murilo espera ter sua vez em campo.

Murilo durante treino da seleção brasileira — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

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