O ramo da Biologia responsável por nomear, descrever e identificar seres vivos recebe o nome de taxonomia. No artigo a seguir iremos explicar mais sobre o conceito e a sua aplicação. Boa leitura!

O que é taxonomia?

Na Biologia, os seres vivos são descritos, identificados e nomeados de acordo o ramo da taxonomia. Os critérios utilizados incluem aspectos morfológicos, fisiológicos, genéticos e reprodutivos. Existem sete categorias taxonômicas, são elas: 

• Reino;
• Filo;
• Classe;
• Família;
• Gênero;
• Espécie.

Uma dica para memorizar as sete categorias facilmente é lembrar-se da palavra: ReFiCOFaGE.

Curiosidade

A palavra “taxonomia” tem origem grega sendo formada pela combinação de “taxis” (arranjar) e “nomos” (regra). Logo, esse sistema de classificação dos seres vivos é uma forma de reunir e organizar informações relativas à diversidade de indivíduos. Assim viabiliza o estudo das espécies. 

Classificação taxonômica

As categorias taxonômicas são conhecidas também como táxons, são sete as principais. A seguir apresentaremos cada uma delas em ordem decrescente (ou hierárquica): 

• Reino – categoria mais ampla, reúne filos; 
• Filo – categoria abaixo do reino, reúne classes; 
• Classe – categoria inferior ao filo, abrange ordens; 
• Ordem – categoria abaixo de classe, reúne famílias; 
• Família – categoria que está abaixo da ordem, reúne gêneros; 
• Gênero – categoria abaixo da família, abrange espécies; 
• Espécie – o nível taxonômico mais específico. 

Espécie

A unidade fundamental da classificação dos seres vivos é a espécie, nela estão inseridos seres com características exclusivas, como:

• Reprodução entre si;
• Geração de descendentes também férteis em ambiente natural. 

Domínios

Recentemente, houve a proposta da inclusão da categoria domínios, esse grupo taxonômico é mais amplo do que o reino. Os seres vivos estão divididos em três domínios que são: 

• Eukarya (organismos eucariontes);
• Bacteria (organismos procariontes);
• Archaea (organismos procariontes). 

Grupos taxonômicos intermediários

Além desses grupos taxonômicos já citados, existem outros intermediários, com destaque para: 

• Subfilo;
• Subfamília;
• Subgênero;
• Subespécie. 

Para ficar mais claro daremos um exemplo, cães e lobos são da mesma espécie. Porém, uma classificação mais específica nos permite distinguir o cão como sendo uma subespécie do lobo. Os nomes científicos de ambos ficam:

• Canis lupus (lobo);
• Canis lupus familiaris (cão doméstico). 

Classificação dos seres vivos: confira exemplos

A seguir apresentaremos três exemplos de seres que fazem parte do domínio Eukarya, isto é, que apresentam células eucariontes. Lembrando que células eucariontes são aquelas que possuem núcleo separado do citoplasma celular. 

Baleia-azul

A Balaenoptera musculus, conhecida popularmente como baleia-azul, é o maior animal do planeta. Confira abaixo a sua classificação taxonômica: 

• Reino – Animalia;
• Filo – Chordata;
• Classe – Mammalia;
• Ordem – Cetacea;
• Família – Balaenopteridae;
• Gênero – Balaenoptera;
• Espécie – B. musculus

Mandacaru

O mandacaru tem como nome científico: Cereus jamacaru. Essa é uma planta nativa da Caatinga e sua classificação taxonômica é feita da seguinte forma: 

• Reino – Plantae;
• Filo – Magnoliophyta;
• Classe – Magnoliopsida;
• Ordem – Caryophyllales;
• Família – Cactaceae;
• Gênero – Cereus;
• Espécie – C. jamacaru. 

Cogumelo shitake

Tipo de fungo bastante utilizado na alimentação, seu nome científico é Lentinulus edodes, confira abaixo a sua classificação taxonômica: 

• Reino – Fungi;
• Filo – Basidiomycota;
• Classe – Homobasidiomycetes;
• Ordem – Agaricales;
• Família – Marasmiaceae;
• Gênero – Lentinulus;
• Espécie – L. edodes. 

O sistema binomial

O método de nomeação dos seres vivos, desenvolvido por Carl von Linné, se tornou conhecido como sistema binomial, por ser composto por dois nomes. O latim foi escolhido como língua oficial para essa nomenclatura por ser uma “língua morta”, assim não passaria por alterações. 

Entre as regras também está a da escrita dos nomes em itálico ou sublinhado, para que sejam destacados do texto. Então, o nome científico de um ser vivo é constituído por dois termos: 

• Gênero – epíteto geral, a primeira letra deve ser escrita em maiúsculo;
• Espécie – aparece após o gênero e indica um epíteto específico. 

Para que fique mais claro daremos um exemplo, a onça-pintada tem como nome científico, de acordo com essa nomenclatura: Panthera onca. Nesse nome, Panthera corresponde ao gênero e onca é a espécie. 

Exemplos de nomes científicos: 

• • Homo sapiens (humano); 
  • Panthera tigris (tigre);

• Zea mays (milho);

• Panthera leo (leão); 

• Brassica oleracea (couve-flor);

• Solanum tuberosum (batata-inglesa). 

Nomenclatura trinomial

Esse tipo de nomenclatura é utilizado quando nos referimos a uma subespécie. Um exemplo é o gato doméstico, considerado por alguns estudiosos como uma subespécie do gato silvestre. O seu nome científico é: Felis silvestris catus.

História da taxonomia

• Há milhares de anos, surgiram os primeiros métodos de classificação dos seres vivos. A divisão era feita em: plantas e animais. 
• Aristóteles categorizou as espécies em subgrupos, há mais de dois milênios. 
• Separou os animais em: com e sem sangue. As plantas foram divididas em: árvores, ervas e arbustos. 
• A partir do século XVIII, com a invenção do microscópio, foi possível descobrir novos seres. Dessa forma, novas espécies foram identificadas. 
• Carl von Linné desenvolveu um sistema que permitiu classificar em torno de 100 mil espécies segundo características morfológicas e anatômicas. 
• A organização realizada por Linné, contudo, não considerava as relações evolutivas entre as espécies. 
• Em 1894, o biólogo alemão Ernst Haeckel propôs a inserção do reino Protista aos reinos já conhecidos: Plantae e Animalia.
• Herbert Copeland, em 1936, propôs a inclusão do reino Monera. 
• Em 1959, Robert Whittaker definiu os cinco reinos de seres vivos: Plantae, Animalia, Protista, Monera e Fungi.
• Em 1977, através dos estudos de Carl Woese o reino Monera foi extinto sendo dividido em reinos Bacteria e Archaea.
• Em 1990, Woese sugeriu a classificação dos seres vivos em domínios. 
• Existem três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya.

Carl von Linné: o pai da taxonomia

Carl von Linné é o autor do livro “Systema naturae”, publicado em 1735, que foi essencial para a classificação e nomenclatura dos seres vivos. Por esse motivo, ele é conhecido pela alcunha de pai da taxonomia.

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