Os Conjurados by Jorge Luis Borges | Goodreads
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Os Conjurados

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No prólogo ao seu livro mais recente – Os Conjurados – datado de 1985, Jorge Luis Borges escreve: «Ninguém pode estranhar que o primeiro dos elementos, o fogo, não abunde no livro de um homem de oitenta e muitos anos. Uma rainha, na hora da sua morte, diz que é fogo e ar; eu costumo sentir que sou terra, cansada terra. Continuo, no entanto, a escrever. Que outra sina me resta, que outra formosa sina me resta? A felicidade de escrever não se mede pelas virtudes ou fraquezas. Toda a obra humana é precária, afirma Carlyle, mas não o é a sua feitura.
Não professo qualquer estética. Cada obra confia ao seu escritor a forma que procura: o verso, a prosa, o estilo barroco ou chão. As teorias podem ser admissíveis estímulos (recordemos Whitman), mas contudo podem engendrar monstros ou meras peças de museu. Lembremos o monólogo interior de Joyce ou o terrivelmente incómodo Polifemo.
Com o correr dos anos, observei que a beleza, tal como a felicidade, é frequente. Não se passa um dia em que não estejamos, um instante, no paraíso. Não há poeta por medíocre que seja, que não tenha escrito o melhor verso da literatura, mas também os mais infelizes. A beleza não é privilégio de uns quantos homens ilustres. Seria muito estranho que este livro, que abarca umas quarenta composições, não encerrasse uma única linha secreta, digna de te acompanhar até ao fim.»

96 pages, Mass Market Paperback

First published January 1, 1985

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About the author

Jorge Luis Borges

1,803 books12.8k followers
Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo was an Argentine short-story writer, essayist, poet and translator regarded as a key figure in Spanish-language and international literature. His best-known works, Ficciones (transl. Fictions) and El Aleph (transl. The Aleph), published in the 1940s, are collections of short stories exploring motifs such as dreams, labyrinths, chance, infinity, archives, mirrors, fictional writers and mythology. Borges's works have contributed to philosophical literature and the fantasy genre, and have had a major influence on the magic realist movement in 20th century Latin American literature.
Born in Buenos Aires, Borges later moved with his family to Switzerland in 1914, where he studied at the Collège de Genève. The family travelled widely in Europe, including Spain. On his return to Argentina in 1921, Borges began publishing his poems and essays in surrealist literary journals. He also worked as a librarian and public lecturer. In 1955, he was appointed director of the National Public Library and professor of English Literature at the University of Buenos Aires. He became completely blind by the age of 55. Scholars have suggested that his progressive blindness helped him to create innovative literary symbols through imagination. By the 1960s, his work was translated and published widely in the United States and Europe. Borges himself was fluent in several languages.
In 1961, he came to international attention when he received the first Formentor Prize, which he shared with Samuel Beckett. In 1971, he won the Jerusalem Prize. His international reputation was consolidated in the 1960s, aided by the growing number of English translations, the Latin American Boom, and by the success of Gabriel García Márquez's One Hundred Years of Solitude. He dedicated his final work, The Conspirators, to the city of Geneva, Switzerland. Writer and essayist J.M. Coetzee said of him: "He, more than anyone, renovated the language of fiction and thus opened the way to a remarkable generation of Spanish-American novelists."

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Profile Image for Florencia.
649 reviews2,095 followers
January 27, 2018
I read Los Conjurados in 2005. It is not that I have such an outstanding memory that I can remember what was I reading one, two, eight years ago. Moreover, if I can remember what I had for dinner last night, I am on my good days.
Anyway, I know I read this in that particular year because I tend to add footnotes, references, names, new vocabulary, personal thoughts on how little I feel when the book I am reading is brilliant... all that on the margins. I don't like dog-earing my pages, but when a book is that good, when it makes me work and begin my little investigation, I write on it (unless it's a really old one, but I tend to buy paperbacks, so I can work with them without feeling too guilty; plus, I just want to read them, not brag about having a beautiful hardcover or the first edition of Whateverthename; at least, not for now). So, "dog-earing people" of the world, it's fine. You don't like using bookmarks and I write on the margins. We're cool.

In this case, the first note was about Borges' prologue. This particular paragraph:
No pasa un día en que no estemos, un instante, en el paraíso. No hay poeta, por mediocre que sea, que no haya escrito el mejor verso de la literatura, pero también los más desdichados. La belleza no es privilegio de unos cuantos nombres ilustres.

My first thought was something about his pretty optimistic vision and his humility, then I continued with some kind of "emo lines" that I will not mention now. Nor ever. And that was dated "nov/2005".

Today, I re-read it, and it was like reading a whole new book. And that's not because I found new meanings and all that, but because after those years, I didn't remember a thing. “Why did I write those remarks?" "Who are those people Borges is talking about?” “Huh?!” It's not that this is a forgettable work, it's my memory. Or my lack of it, actually.

Back to the book. It was written in 1985, a year before Borges' death. And there are little masterpieces all over this book. I personally love: Cristo en la Cruz, Juan López y John Ward, Abramowicz:
Esta noche me has dicho sin palabras, Abramowicz, que debemos entrar en la muerte como quien entra en una fiesta.

...also Alguien Sueña, Alguien Soñará, Los Conjurados:
En el centro de Europa están conspirando...
Han tomado la extraña resolución de ser razonables.
Han resuelto olvidar sus diferencias y acentuar sus afinidades

A modest wish in the last days of his life.

Sep 08, 2013
* Also on my blog.
Profile Image for Luís.
2,082 reviews865 followers
November 22, 2020
Borges found certain happiness in love but saw his homeland undergoing an economic crisis, the dictatorship and the Malvinas War. Hence political radicalization and the return to Switzerland, where he spent his childhood. In the poem Los conjurados (1985), he indicates this country as a model of coexistence.
The word "conjurados" was used in a speech in which he said that "criollos" should be part of the "conspirators" to create a "new man", an Argentine identity composed of people from various nations. In 1985, the idea of dying in Geneva arose, an attempt to endow life with political, not personal, meaning.
Profile Image for Paula Mota.
1,188 reviews379 followers
April 9, 2020
A SOMA
Diante da cal de uma parede que nada
nos impede de imaginar infinita
sentou-se um homem que premedita
traçar com rigorosa pincelada
na branca parede o mundo inteiro:
portas, balanças, sedimentos, jacintos
anjos, bibliotecas, labirintos,
âncoras, Uxmal, o infinito, o zero.
Povoa de formas a parede. A sorte
que em certos dons não é avara,
permite-lhe dar fim à sua porfia.
No preciso instante da morte
descobre que essa vasta algaravia
de linhas é a imagem da sua cara.

Este livro foi-me oferecido há 20 anos com uma nota que dizia que, visto que era tão pequeno, de certeza que eu arranjaria tempo para o ler. Esse dia só chegou agora e parece-me que foi melhor assim, porque se nem actualmente tenho arcabouço para todas as referências históricas e literárias de Jorge Luís Borges, imagino há 20 anos, quando tinha muitos menos livros na minha bagagem. Ainda assim, tenho a capacidade de apreciar a cadência das frases, a mestria das composições, as associações de ideias, os temas universais da amizade, da passagem do tempo e da morte, a palavra certa no sítio certo, tal como agora foi o momento certo para Borges.

“Como pode morrer uma mulher ou um homem ou uma criança, que foram tantas primaveras e tantas folhas, tantos livros e tantos pássaros e tantas manhãs e noites. Esta noite pude chorar como um homem, pude sentir que as lágrimas me resvalam pelas faces, porque sei que na Terra não há uma só coisa que seja mortal e que não projecte a sua sombra.
Profile Image for Pablo.
431 reviews7 followers
December 20, 2020
Último libro de poesía de Borges, con el cual termino de leer toda la obra poética del autor. Libro que además es bastante representativo -en forma y fondo- de gran parte de su producción en verso.

La poesía de Borges suele recurrir a los mismos temas de sus cuentos: tiempo, inmortalidad, espejos, dobles, etc. Sus referencias a mitologías antiguas y escritores de siglos olvidados la torna un poco hermética. A pesar de lo anterior, es poesía apta para no iniciados, ya que no deja de ser diáfana en aquello que es más importante; quizás en algunos poemas uno pueda ignorar ciertos nombres y referencias, pero el mensaje siempre es claro.

Profile Image for tiago..
372 reviews128 followers
May 26, 2021
[EDIÇÃO 26-05-2021]
Não tenho a menor ideia do que fez com que a minha resenha original fosse tão amarga. Refluxo gástrico talvez? De qualquer das formas, nesta releitura não só não odiei do livro como inclusive cheguei mesmo a gostar, o que só serviu para confirmar a minha teoria de que um pouco de maturidade faria maravilhas no que a autores como Jorge Luis Borges diz respeito. Muito menos achei, como disse há dois anos, que fosse particularmente difícil de compreender o que Jorge Luis Borges neste livro ia expondo, com exceção de um poema ou dois. Nesta compilação de poemas e contos, Borges reflecte sobre a reta final da sua vida: sobre a vida e a morte, o sentido da vida e do universo.

Vários dos poemas fizeram eco em mim, outros nem tanto. Deixo aqui um par que me agradou particularmente, no castelhano original:
Piedras y Chile
Por aquí habré pasado tantas veces.
No puedo recordarlas. Más lejana
que el Ganges me parece la mañana
o la tarde en que fueron. Los reveses
de la suerte no cuentan. Ya son parte
de esa dócil arcilla, mi pasado,
que borra el tiempo o que maneja el arte
y que ningún augur ha descifrado.
Tal vez en la tiniebla hubo una espada,
acaso hubo una rosa. Entretejidas
sombras las guardan hoy en sus guaridas.
Sólo me queda la ceniza. Nada.
Absuelto de las máscaras que he sido,
seré en la muerte mi total olvido.

Todos los ayeres, un sueño
Naderías. El nombre de Muraña,
una mano templando una guitarra,
una voz, hoy pretérita que narra
para la tarde una perdida hazaña
de burdel o de atrio, una porfía,
dos hierros, hoy herrumbre, que chocaron
y alguien quedó tendido, me bastaron
para erigir una mitología.
Una mitología ensangentada
que ahora es el ayer. La sabia historia
de las aulas no es menos ilusoria
que esa mitología de la nada.
El pasado es arcilla que el presente
labra a su antojo. Interminablemente.
[RESENHA ORIGINAL 17-06-2019]
A única conclusão que extrai deste livro é que, definitivamente, Jorge Luis Borges não é para mim. Li o livro desejoso de o acabar - não houve nenhum poema ou texto que me marcasse definitivamente. Poesia incompreensível, cheio de metáforas e alegorias que - penso eu - poucos mais que o próprio escritor conseguem compreender completamente.
Profile Image for Genesis.
206 reviews23 followers
November 22, 2014
Cada libro de Borges que termino, hace que mi respeto al escritor crezca. Es increíble lo mucho que se puede sacar de este libro y me encantó, a pesar de a veces ni saber claramente que pensaba de lo que leía.
Y eso es lo más hermoso de Borges, amas hasta lo que pareces no comprender.
Profile Image for Matias Cerizola.
469 reviews31 followers
December 16, 2022
Los Conjurados.- Jorge Luis Borges


"Esta noche puedo llorar como un hombre, puedo sentir que por mis mejillas las lágrimas resbalan, porque sé que en la tierra no hay una sola cosa que sea mortal y que no proyecte su sombra. Esta noche me has dicho sin palabras, Abramowicz, que debemos entrar en la muerte como quien entra en una fiesta."


Los Conjurados es un libro de poemas y prosa poética publicado en el año 1985 por Jorge Luis Borges quién moriría un año después en Ginebra. El libro está dedicado a María Kodama, su esposa.


Quizá uno de los poemarios que más trae a colación la muerte a sus páginas, ya no la vejez, sino el paso final a lo desconocido. Por supuesto hay poemas sobre la ceguera (el excelente y también triste "On his blindness"), amistades, el tiempo siempre caprichoso, los espejos y el doble de uno que muestran, la literatura (homenaje hermoso a Sherlock Holmes incluído), la mitología nórdica, animales y un destacable poema sobre La Guerra De Malvinas titulado "Juan López y John Ward".


Quizá no es el libro adecuado para empezar a transitar la poesía Borgeana (si me preguntan hoy diría La Rosa Profunda), pero es un libro a tener muy en cuenta una vez que desarrolla uno el gusto por este tipo de literatura. El poema que cierra el libro, y que cierra una vida dedicada a las letras, es un gran deseo para la humanidad; el respeto y la no pelea entre semejantes: "Han tomado la extraña resolución de ser razonables. Han resuelto olvidar sus diferencias y acentuar sus afinidades" (Los conjurados)


🤘🤘🤘
Profile Image for Brenda.
118 reviews136 followers
June 11, 2013
Después de ‘Los conjurados’ Borges y yo hemos hablado y hemos decidido darnos un tiempo. Es un buen tipo, no escribe mal, pero no nos acabamos de entender muy bien ahora mismo (además, no se lo digáis, pero tengo un affaire con Proust y me tiene enamorada). Estoy segura de que más adelante retomaremos el contacto y lo volveremos a intentar pero en este momento, mejor cada uno por su lado.
Profile Image for Diego Fernando.
Author 1 book33 followers
November 9, 2014
Borges esta en los cielos de la literatura universal, sus versos cripticos, sus formas descriptivas de ensueños imposibles, me hicieron repensar la literatura. Que puede ser mas revelador que un secreto dicho a medias, que hay mas revelador que un poema de Borges, con esa carga metafísica y trascendental, su prosa es la letra viva de un hombre muerto que supo gastar sus latidos de forma sensata.
Profile Image for Mariel.
693 reviews57 followers
February 11, 2016
Borges did it again. He is a genius!
Loved it. READ IT READ IT READ IT READ IT JUST DO IT


Borges lo hizo de nuevo. Es un genio. Lo amé. LEANLO LEANLO LEANLO LEANLO SOLO HAGANLO
Profile Image for Karla Baldeon.
Author 2 books22 followers
March 22, 2023
Review on Spanish.
La poesía de Borges debería ser analizada como si fuera un haiku. Más que nada por la estructura del contenido que por la simetría del verso. Un poema borgiano está compuesto de versos libres pero con la inclusión de una referencia mitológica y un laberinto escondido. La referencia mitológica puede estar compuesta de seres mitológicos o de personajes legendarios, mientras que el laberinto escondido viene a estar inscrito de diversas formas camufladas que el estudiante debe descubrir entre las referencias a la continuidad o circularidad, al menos en todos los poemas de este libro los he encontrado.
Profile Image for Raúl.
Author 11 books46 followers
June 3, 2020
Un poemario que no deja de mostrar facetas natrrativas y cuya temática es principalmente el tiempo, la edad, lo que abandonamos o nos abandonó. Incluyendo el peso de la amistad perdida. Un resumen de las temáticas, visiones, metáforas de Borges, en un libro que busca de una manera directa y amistosa al lector.
Profile Image for James F.
1,494 reviews101 followers
November 24, 2021
The last poetry collection of Borges, and the last thing I will be reading by him this year. It contains 39 short poems, on a variety of themes. As always, I am not good at reviewing poetry; I liked some and not others.
Profile Image for Walter .
362 reviews5 followers
May 30, 2017
No me gustado mucho el Borges poeta de este libro. Se necesita una enciclopedia al lado para entender completamente la mayoría de los poemas.

Profile Image for Rui Reis.
36 reviews4 followers
March 19, 2022
“Que terá sonhado o Tempo até agora, que é, como todos os agoras, o ápice?… Sonhou os gregos que descobriram o diálogo e a dúvida.”
Profile Image for Bambino.
127 reviews4 followers
September 10, 2018
a tradução com um português translúcido que deixa ver o castelhano por detrás a roubar o fogo aos deuses.

.

falham Sherlock Holmes e as duas milongas. mais um ou outro menos conseguido.
o resto é ouro, alquimia do sonho, imaginação fervida num caldeirão com livros velhos e palavras e História e serões infinitos em setecentos salões que se sobrepõem para contar histórias diferentes que são na verdade uma única história.

quando eu era ainda mais pequeno e ignorante do que sou agora peguei num livro chamado O Aleph e fui atropelado por uma manada de gnus de cristal enferrujado e poeirento. a minha difícil introdução a Borges foi Os Imortais. fui invadido por uma lenta raiva - a dos ignorantes - que tornava cada página num torpor. porque diabos escrevia o homem com um ritmo tão difícil, tão carregado de citações e referências aparentemente inúteis? então fechava o livro e ficava alguns dias sem lhe tocar. o ritual repetia-se, quase inalterado, mas lentamente a fúria dava lugar a uma admiração inexplicável. a cidade dos imortais e os trogloditas pareciam o fruto de sonhos que sempre me haviam pertencido, e os meus sonhos reflectiam-se nas águas que Borges descrevia. e o tempo ligava-me a Borges e este conduzia-me pela mão pela casa do tempo adentro, explicando-me como cada quarto e cada jardim obedeciam a leis diferentes e garantindo-me que sobre as prateleiras e mesas, e dentro dos livros, existiam ainda outras casas igualmente complexas.
mais tarde morreria de febre na savana e Borges estava no delírio e no limbo entre viver e morrer. e quando morri na selva, no meio da explosão orgânica e da extracção de todo o lixo que a minha cultura me havia enfiado no crânio, também apareceu Borges, imaculado.
ele compreendia a loucura de definhar para os livros, e sabia-se enclausurado, mas a dimensão dessa clausura mostrava-lhe, inevitalmente, as ofuscantes e preciosas realidades que viviam fora dos muros reais e imaginários. só conhecendo bem o muro das nossas limitações é que o poderemos saltar.

Os Conjurados olhava para mim há mais de uma década, mas eu ignorava-o por julgá-lo pequeno - e porque o mundo é infinito em maravilhas. finalmente abri-o e deparei-me com um Borges totalmente cego e tive tanta vontade de ler de olhos fechados que me esqueci que ler de olhos fechados se chama ouvir. e as ligeiras falhas desse Borges já cansado eram perdoadas sem hesitação. como poderia um neto invocar o sacrilégio do sentido crítico enquanto o seu avô resgata e partilha, envolto no lume de uma acolhedora lareira, milénios de recordações?
então deixei-me dormir entre as mágicas páginas, sonhei e fui sonhado, e acordei com um enorme sorriso nos olhos.

.

Um lobo

Furtivo e pardo na penumbra derradeira
vai deixando os seus rastos na margem
deste rio sem nome que saciou
a sede da sua garganta e cujas águas
não repetem estrelas. Esta noite,
o lobo é uma sombra que está só
e que procura a fêmea e sente frio.
É o último lobo de Inglaterra.
Odin e Thor sabem-no. Na sua alta
casa de pedra um rei decidiu
acabar com os lobos. Forjado está
o forte ferro da tua morte.
Lobo saxão, geraste em vão.
Não basta ser cruel. És o último.
Mil anos passarão e um homem velho
sonhar-te-á na América. De nada
te pode servir esse futuro sonho.
Cercam-te hoje os homens que seguiram
na selva os rastos que deixaste,
furtivo e pardo na penumbra derradeira.
Profile Image for ru ¡! ❞.
56 reviews2 followers
April 13, 2024
Qué privilegio el poder transportarse unas horas cerca de su mente, arañarla en busca de una entrada. Un honor.

《Ocurre en cada pulsación de tu sangre.
No hay un instante que no pueda ser el cráter del Infierno.
No hay un instante que no pueda ser el agua del Paraíso.
No hay un instante que no esté cargado como un arma.
En cada instante puedes ser Caín o Siddharta, la máscara o el rostro.
En cada instante puede revelarte su amor Helena de Troya.》

《El hemisferio austral. Bajo su álgebra
de estrellas ignoradas por Ulises,
un hombre busca y seguirá buscando
las reliquias de aquella epifanía
que le fue dada, hace ya tantos años,
del otro lado de una numerada
puerta de hotel, junto al perpetuo Támesis,
que fluye como fluye ese otro río,
el tenue tiempo elemental.》

《Somos el tiempo. Somos la famosa
parábola de Heráclito el Oscuro.
Somos el agua, no el diamante duro,
la que se pierde, no la que reposa.》

《Ya en el jardín las aves y los astros exaltan
el regreso anhelado de las antiguas normas
del sueño y de la sombra. Ya la sombra ha sellado
los espejos que copian la ficción de las cosas.
Mejor lo dijo Goethe: Lo cercano se aleja.
Esas cuatro palabras cifran todo el crepúsculo.》

《En aquel cielo están el pez, la aurora,
la balanza, la espada y la cisterna.
Uno y cada arquetipo. Así Plotino
nos enseña en sus libros, que son nueve;
bien puede ser que nuestra vida breve
sea un reflejo fugaz de lo divino.》

《Tuyo es ahora, Abramowicz, el singular sabor de la muerte, a nadie negado, que me será ofrecido en esta casa o del otro lado del mar, a orillas de tu Ródano, que fluye fatalmente como si fuera ese otro y más antiguo Ródano, el Tiempo. Tuya será también la certidumbre de que el Tiempo se olvida de sus ayeres y de que nada es irreparable o la contraria certidumbre de que los días nada pueden borrar y de que no hay un acto, o un sueño, que no proyecte una sombra infinita. Ginebra te creía un hombre de leyes, un hombre de dictámenes y de causas, pero en cada palabra, en cada silencio, eras un poeta.

[...]

Durante la primera guerra, mientras se mataban los hombres, soñamos los dos sueños que se llamaron Laforgue y Baudelaire. Descubrimos las cosas que descubren todos los jóvenes: el ignorante amor, la ironía, el anhelo de ser Raskolnikov o el príncipe Hamlet, las palabras y los ponientes. Las generaciones de Israel estaban en ti cuando me dijiste sonriendo: Je suis très fatigué. J’ai quatre mille ans.》

《Es la hora sin sombra. Melkart el dios rige desde la cumbre del mediodía el mar de Cartago. Aníbal es la espada de Melkart.
Las tres fanegas de anillos de oro de los romanos que perecieron en Apulia, seis veces mil, han arribado al puerto.
Cuando el otoño esté en los racimos habré dictado el verso final.
Alabado sea Baal, dios de los muchos cielos, alabada sea Tanith, la cara de Baal, que dieron la victoria a Cartago y que me hicieron heredar la vasta lengua púnica, que será la lengua del orbe, y cuyos caracteres son talismánicos.》

《Shakespeare observó una. Parecía
un dragón. Esa nube de una tarde
en su palabra resplandece y arde
y la seguimos viendo todavía.
¿Qué son las nubes? ¿Una arquitectura
del azar? Quizá Dios las necesita
para la ejecución de Su infinita
obra y son hilos de la trama oscura.》

《La causa verdadera
es la sospecha general y borrosa
del enigma del Tiempo;
es el asombro ante el milagro
de que a despecho de infinitos azares,
de que a despecho de que somos
las gotas del río de Heráclito,
perdure algo en nosotros:
inmóvil,
[algo que no encontró lo que buscaba.]》

《La vasta noche elemental y el día
lleno de gente son esa neblina
de luz dudosa y fiel que no declina
y que acecha en el alba. Yo querría
ver una cara alguna vez. Ignoro
la inexplorada enciclopedia, el goce
de libros que mi mano reconoce,
las altas aves y las lunas de oro.
A los otros les queda el universo;
a mi penumbra, el hábito del verso.》

《El hilo que la mano de Ariadna dejó en la mano de Teseo (en la otra estaba la espada) para que éste se ahondara en el laberinto y descubriera el centro, el hombre con cabeza de toro o, como quiere Dante, el toro con cabeza de hombre, y le diera muerte y pudiera, ya ejecutada la proeza, destejer las redes de piedra y volver a ella, a su amor.
 
[...]

El hilo se ha perdido; el laberinto se ha perdido también. Ahora ni siquiera sabemos si nos rodea un laberinto, un secreto cosmos, o un caos azaroso. Nuestro hermoso deber es imaginar que hay un laberinto y un hilo. Nunca daremos con el hilo; acaso lo encontramos y lo perdemos en un acto de fe, en una cadencia, en el sueño, en las palabras que se llaman filosofía o en la mera y sencilla felicidad.》

《Todo poema, con el tiempo, es una elegía. Nuestras son las mujeres que nos dejaron, ya no sujetos a la víspera, que es zozobra, y a las alarmas y terrores de la esperanza. No hay otros paraísos que los paraísos perdidos.》

《La dispersión del sueño y de los sueños.
A nuestros pies un vago Rhin o Ródano.
Un malestar que ya se fue. Esas cosas
demasiado inconspicuas para el verso.》

《Como las formas universales de la escolástica o los arquetipos de Whitehead, suele descender fugazmente. Dicen que habita los espejos, y que quien se mira Lo mira. Hay quienes lo ven o entrevén en la hermosa memoria de una batalla o en cada paraíso perdido.
Se conjetura que su sangre late en tu sangre, que todos los seres lo engendran y fueron engendrados por él y que basta invertir una clepsidra para medir su eternidad.
Acecha en los crepúsculos de Turner, en la mirada de una mujer, en la antigua cadencia del hexámetro, en la ignorante aurora, en la luna del horizonte o de la metáfora.
Nos elude de segundo en segundo. La sentencia del romano se gasta, las noches roen el mármol.》

《Cercado estoy por la mitología.
Nada puedo. Virgilio me ha hechizado.
Virgilio y el latín. Hice que cada
estrofa fuera un arduo laberinto
de entretejidas voces, un recinto
vedado al vulgo, que es apenas, nada.
Veo en el tiempo que huye una saeta
rígida y un cristal en la corriente
y perlas en la lágrima doliente.
Tal es mi extraño oficio de poeta.
¿Qué me importan las befas o el renombre?
Troqué en oro el cabello, que está vivo.
¿Quién me dirá si en el secreto archivo
de Dios están las letras de mi nombre?》

《Una mitología ensangrentada
que ahora es el ayer. La sabia historia
de las aulas no es menos ilusoria
que esa mitología de la nada.
El pasado es arcilla que el presente
labra a su antojo. Interminablemente.》

《En el centro de Europa están conspirando.
El hecho data de 1291.
Se trata de hombres de diversas estirpes, que profesan diversas religiones y que hablan en diversos idiomas.
Han tomado la extraña resolución de ser razonables.
Han resuelto olvidar sus diferencias y acentuar sus afinidades.
Fueron soldados de la Confederación y después mercenarios, porque eran pobres y tenían el hábito de la guerra y no ignoraban que todas las empresas del hombre son igualmente vanas.
Fueron Winkelried, que se clava en el pecho las lanzas enemigas para que sus camaradas avancen.
Son un cirujano, un pastor o un procurador, pero también son Paracelso y Amiel y Jung y Paul Klee.
En el centro de Europa, en las tierras altas de Europa, crece una torre de razón y de firme fe.
Los cantones ahora son veintidós. El de Ginebra, el último, es una de mis patrias.
Mañana serán todo el planeta.
Acaso lo que digo no es verdadero; ojalá sea profético.》
Profile Image for Micaela.
78 reviews
August 13, 2022
“No pasa un día en que no estemos, un instante, en el paraíso”
Hoy mi instante fue este libro.
Profile Image for Queremos Libros.
36 reviews5 followers
August 13, 2020

𝑳𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒏𝒋𝒖𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 (1985) es la última obra que publicará 𝐁𝐨𝐫𝐠𝐞𝐬. Como en un círculo perfecto, cierra su vida con el mismo género de su primer libro: la poesía.

Obra de madurez, nos encontramos con todo el esplendor de su arte y todas esas características que, combinadas, hacen únicos a sus textos. La brevedad, una musicalidad intrínseca en las palabras elegidas, la austeridad luminosa, la metáfora, la arquitectura precisa. También los temas recurrentes como el tiempo, lo efímero, la literatura.

Pero hay elementos que le dan a la obra un sabor a despedida. Textos elegíacos, como los dedicados a su amigo Maurice Claude Abramowicz, que nos hacen pensar que en su figura él también dice adiós. Encontramos al hombre anciano que en las postrimerías vuelve a la fe de sus mayores y se permite dudar de su propio agnosticismo.

Pero no es un libro triste. Hay algo de una apacible felicidad. Tal vez (como indican algunas obras anteriores), con Kodama a su lado descubrió ciertas alegrías terrenales alejadas del intelecto. Este libro está dedicada a ella: "𝑆ó𝑙𝑜 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑟 𝑙𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑦𝑎 ℎ𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑑𝑜. 𝑆ó𝑙𝑜 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑟 𝑙𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑦𝑎 𝑒𝑠 𝑑𝑒𝑙 𝑜𝑡𝑟𝑜. 𝐸𝑛 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑙𝑖𝑏𝑟𝑜 𝑒𝑠𝑡á𝑛 𝑙𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑖𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑓𝑢𝑒𝑟𝑜𝑛 𝑠𝑢𝑦𝑎𝑠".
🙌
Profile Image for Daniel Schechtel.
186 reviews30 followers
August 29, 2015
Preciosa obra, increíble. Por momentos me desconcierta su repetición: hay varios elementos que se repiten de tal manera que me disgusta: imágenes, metáforas, enumeraciones, hay varios detalles que vienen constantemente, lo cual me hace pensar: "¿No tenés otra palabra para poner acá, hermano?"
Pero me arrancó la cabeza, realmente. Hubo un par de poemas que me parecieron una mierda, pero la mayoría tiene eso de lo Universal, lo Trascendental, lo Infinito, que tanto te caracteriza Borges querido, y que tanto me inspira a escribir a mí también.
Favoritos: La Suma, Doomsday, La Trama, Alguien soñará, Sherlock Holmes, Tríada, On his Blindness, Las hojas del ciprés, Sueño soñado en Edimburgo.
Profile Image for Joana .
124 reviews
August 12, 2016
A book containing poems and poetical texts, easy to go through, but can become harder due to the references to mythology, figures, places and all the other contexts described in each line. It surely appears as wandering through the thoughts of the author, a piece of his heart. Each poem or text is like a single chapter which together compose the book, but each one live a story, a thought. In my personal opinion, it is more intriguing than marvelous. I think it is too personal to let the reader feel it that intensely, if it was the purpose I don't know, it's just what it made me feel.
Profile Image for Agostinho Barros.
Author 1 book46 followers
June 16, 2016
Desde Cristo à Mitologia Greco-romana, Jorge Luís Borges faz-nos um retrato das sociedades, religiões, artistas e figuras históricas. Dedica poemas como a Sherlock Holmes. Fala em sonho e a importância deles. Aborda os pesadelos e como lidar com a morte que um dia surgirá. Com este livro o leitor entra numa harmonia introspetiva, que faz pensar na vida, na história, nos conflitos entre outras coisas. Um livro muito bom em diversos aspetos, Recomendo!

“Sonhou o mar e a lágrima. Sonhou o cristal. Sonhou alguém que sonha.”
Profile Image for Rodrigo.
29 reviews
April 28, 2013
O meu primeiro livro de Borges e a verdade é que não me marcou minimamente. Alguns textos são interessantes, mas nada de fantástico.
Conto ler outras obras do escritor em breve e espero que me agradem mais!

2*
Profile Image for Camila.
101 reviews14 followers
May 14, 2020
"Lo he soñado en esta casa
entre paredes y puertas.
Dios les permite a los hombres
soñar cosas que son ciertas.

Lo he soñado mar afuera
en unas islas glaciales.
Que nos digan lo demás
la tumba y los hospitales.

Una de tantas provincias
del interior fue su tierra.
(No conviene que se sepa
que muere gente en la guerra).

Lo sacaron del cuartel,
le pusieron en las manos
las armas y lo mandaron
a morir con sus hermanos.

Se obró con suma prudencia,
se habló de un modo prolijo.
Les entregaron a un tiempo
el rifle y el crucifijo.

Oyó las vanas arengas
de los vanos generales.
Vio lo que nunca había visto,
la sangre en los arenales.

Oyó vivas y oyó mueras,
oyó el clamor de la gente.
Él sólo quería saber
si era o si no era valiente.

Lo supo en aquel momento
en que le entraba la herida.
Se dijo "No tuve miedo"
cuando lo dejó la vida.

Su muerte fue una secreta victoria.
Nadie se asombre
de que me dé envidia y pena
el destino de aquel hombre."


Milonga del muerto.
13 reviews
February 6, 2021
El ultimo de los libros de poesía de Borges, donde escribe sobre su ceguera, la muerte que la sentia cerca o que simplemente aparecía por su mente más seguido, no se si Borges fue ateo o agnóstico, se ve que le preocupaba o le daba importancia a la imagen de Cristo, seguro como muchos de nosotros lo admiraba pero le era inevitable ver con buenos ojos a la iglesia. Un libro que puede ser un ladrillo en la cabeza, Borges a esa altura de su vida y por tener tanto conocimiento histórico y literario en su cabeza escribía con múltiples metáforas e imágenes que sí no es por que leí la versión comentada, ni hubiese entendido absolutamente nada y hubiese pensado que estaba loco. Depronto en unos años cuando lea de nuevo estos poemas los encontraré más amenos.
Profile Image for Yaotl Altan.
320 reviews4 followers
December 17, 2021
Los poemas que más me gustaron son "Cristo en la cruz" y "Son los ríos". Dedicado también a María Kodama, este libro escrito en Suiza y Japón cierra su obra poética porque Borges habría de morir al año siguiente. Tal vez desde el libro anterior la ceguera le llevó a pedir ayuda a alguien para dictarle los versos.

Se inspira en escritores y mitologías del pasado con temas como el paso del tiempo, el esoterismo y la melancolía.

Genial, sin duda, lo considero entre los 5 mejores escritorxs en español.
Profile Image for Noel Cisneros.
Author 1 book23 followers
January 4, 2018
Los Conjurados es el trabajo de un escritor que ha vivido y contempla la existencia y su propia obra como algo que ya fue, de alguien que se sabe cercano al olvido que es la muerte. Sus temas están ahí, en uno de los últimos libros, pero Borges los hace latir una vitalidad que apenas se insinúa en sus otros libros de poesía:
"Eres también aquello que has dejado"
Profile Image for Maurizio Manco.
Author 6 books114 followers
January 5, 2020
"Non c'è istante che non sia carico come un'arma." (p. 17)

"Il sollievo che tu e io proveremo nell'istante che precede la morte, quando il destino ci libera dalla triste abitudine di essere qualcuno e dal peso dell'universo." (p. 21)

"Il passato è l'argilla che il presente
plasma a capriccio. Interminabilmente." (p. 91)
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