5 CARTAS DA ARQUIDUQUESA LEOPOLDINA — A PRIMEIRA IMPERATRIZ DO BRASIL | by CANAL APAIXONADOS POR HISTÓRIA | Medium

5 CARTAS DA ARQUIDUQUESA LEOPOLDINA — A PRIMEIRA IMPERATRIZ DO BRASIL

CANAL APAIXONADOS POR HISTÓRIA
9 min readMay 25, 2022
Foto edição pertencente ao Canal Apaixonados por História, para usá-la dê os créditos.

Nessa carta que iremos ler, Leopoldina ainda era uma arquiduquesa austríaca solteira e contava com 18 anos. A carta foi escrita no Palácio de Schonbrunn e direcionada ao seu pai, o Imperador Francisco I da Áustria.

✎ Atenção: Você está autorizado a compartilhar o texto ou parte dele, desde que cite a fonte dessa forma: Texto publicado pela Professora Sabrina Ribeiro no Canal Apaixonados por História. Disponível em: (Cole o link do texto ou do vídeo aqui)

Na carta que iremos ler, a arquiduquesa começa falando que enviava um par de luvas através de um funcionário da corte chamado Young. A moça pedia ao seu pai que fosse à fábrica comprar um par de luvas novos iguais ao que ela enviara. Em seguida, Leopoldina conta que ficou dois dias em Baden visitando sua irmã mais velha, a Duquesa Maria Luísa. Durante a visita, Leopoldina conta que ela e seus irmãos foram visitar uma mina. Chegando ao local, a Duquesa Maria Luísa mandou que os funcionários da corte buscassem uma família de negros provenientes do Brasil que moravam próximo a tal mina localizada em Baden. Na carta, a arquiduquesa relata suas impressões sobre a família de brasileiros que conhecera. Ainda no texto, Leopoldina conta que visitou um parque e fala sobre sua saúde que era frágil. Por fim, citando sua irmã deficiente intelectual chamada Maria Ana, Leopoldina se despede carinhosamente de seu pai, e manda lembranças de sua dama de companhia, chamada Condessa Lazanzky.

Schonbrunn, 14 de julho de 1815

Amado papai!

Atrevo-me a lhe mandar, querido papai, através do Young, a amostra das luvas e lhe peço a gentileza de enviar-mas de Paris; essas aqui custam oito florins o par, anexo o endereço da melhor fábrica, onde a Luísa sempre as compra. Passamos dois dias com a irmã Luísa em Baden; na primeira tarde fomos ver a mina Krainer; a irmã nos deu a alegria de mandar buscar uma família de negros que mora defronte a ela e pertence à criadagem do emissário português; acho-os muito amáveis e espirituosos e me dei muito bem com eles; nasceram no Brasil e falam sua língua materna, que soa esquisita. No dia seguinte pela manhã visitamos o parque […] voltamos para Schonbrunn à uma hora. Minha saúde está igual e ainda sinto as mesmas indisposições. Beijo-lhe as mãos inúmeras vezes, assim como a irmã Maria Ana, e permaneço com profundíssimo respeito, amado papai

Sua filha mui obediente

Leopoldina

A Condessa Lazanzky lhe apresenta os seus respeitos.

O Palácio de Schonbrunn era a residência de verão da família Habsburgo. Se você quiser saber mais sobre esse suntuoso palácio, então assista ao vídeo: Schonbrunn — A residência de verão de D. Leopoldina.

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No trecho da carta que iremos ler, a arquiduquesa Leopoldina contava com 19 anos e ainda era solteira, o que para época era algo preocupante, pois as moças se casavam muito cedo naquele tempo. A carta foi escrita no Palácio de Schonbrunn e direcionada a sua irmã mais velha, a Duquesa Maria Luísa. No texto, Leopoldina cita um funcionário de seu tio Rainer que iria enviar a carta a sua irmã e faz uma linda declaração de amor a Duquesa Maria Luísa, que era sua irmã favorita. Na carta, a arquiduquesa conta que seu pai havia a confortado dizendo que caso ele não conseguisse arranjar um marido para Leopoldina, então ele nomearia a arquiduquesa como a mineralogista da corte. Chateada, Leopoldina lamenta e diz que já se conformava com seu destino de solteirona. Ainda no trecho da carta, a jovem conta sobre seu estado de saúde, e conta como se sentia fraca e esperava que após tomar água mineral ferruginosa, usada para combater anemia, ela melhorasse. Por fim, Leopoldina se despede carinhosamente de sua irmã e manda lembranças a Condessa Scarampi.

Schobrunn, 22 de junho de 1816

Amada Luísa!

Graças a um portador seguro que o bom tio Rainer me oferece, posso escrever-te tudo o que penso, pois és minha cara e velha irmã, a única amiga que tudo sabe, pois não posso dizer-te quão inefavelmente te amo.

[…] ontem o querido papai me confortou com a promessa de me nomear a mineralogista da corte, caso eu fique em casa; parece-me que há pouca perspectiva de decisão, e garanto-te que já me resignei totalmente à vontade divina. […]

Minha saúde está bastante boa a não ser por uma fraqueza que, espero, seja eliminada pela água ferruginosa. Adeus, abraço-te cem mil vezes […] e permaneço

Tua irmã que te ama ternamente

Leopoldina

Recomendações minhas à Condessa Scarampi.

No trecho da carta que iremos ler, a ainda solteira arquiduquesa Leopoldina contava com 19 anos. A carta foi escrita em Baden e foi direcionada a sua irmã favorita, a Duquesa Maria Luísa.

✎ Atenção: Você está autorizado a compartilhar o texto ou parte dele, desde que cite a fonte dessa forma: Texto publicado pela Professora Sabrina Ribeiro no Canal Apaixonados por História. Disponível em: (Cole o link do texto ou do vídeo aqui)

Na carta, Leopoldina fala sobre a saudade que sentia de sua irmã tão querida, também fala sobre seu estado de saúde, a jovem iria tomar banhos termais em Baden para que recuperasse sua saúde que era sempre instável. Em seguida Leopoldina conta um segredo a sua irmã, seu pai havia comentado que acreditava que dentro do período de um ano Leopoldina já estaria casada. Por fim, a jovem se despede de sua irmã, manda lembranças a Condessa Scarampi e envia lembranças da Condessa Lazansky a sua irmã.

Baden, 9 de julho de 1816

Amada, caríssima Luísa!

Tua preciosa carta do dia 4 que recebi ontem me trouxe uma alegria indescritível e me comoveu; em todas as ocasiões és minha boa velha irmã, pensas sempre em mim, tem certeza de que flutuas sempre diante de meus olhos e então choro amargamente quando penso que estamos separadas há tanto tempo; […]

Não estou melhor que ti de saúde; necessito tomar também quinze banhos em Baden, que me esquentam, e também bebo água ferruginosa, um verdadeiro tratamento equino. […]

Acho que as perspectivas quanto à minha definição são favoráveis, porque o querido papai há pouco disse: não acredito que Leopoldina ainda esteja aqui no próximo inverno, mas pelo amor de Deus não reveles que te confiei isso, pois o querido papai não quer que ninguém saiba. […]

Adeus, abraço-te cem mil vezes e permaneço, sempre com a mais sincera amizade,

Tua irmã que te ama ternamente

Leopoldina

Recomendações à Condessa Scarampi; a Condessa Lazansky apresenta-te seus respeitos.

Quando escreveu a carta, a solteira arquiduquesa Leopoldina contava com 19 anos. Na carta, a jovem fala que finalmente irá se casar, e não irá mais ser a mineralogista da corte. Leopoldina comemora as tratativas do casamento que seu pai estava arranjando para ela. No meio da carta, a moça fala sobre sua saúde que estava boa, também fala sobre uma apresentação de balé que havia assistido no teatro. Por fim, Leopoldina se despede de sua irmã e envia lembranças às Condessas e ao general Neipperg, companheiro de sua irmã.

Schonbrunn, 2 de agosto de 1816

Amada, querida Luísa!

[…] Graças a Deus espero não me tornar mais a mineralogista da corte e que o destino de todas as mulheres seja também o meu e que também encontre um esposo; oxalá seja um mais sensato do que!!! […]

Minha saúde está muito boa, principalmente porque saio bastante; recentemente estivemos no teatro, em um balé, Die alte und neue Welte [O velho e o novo mundo]. […]

Abraço-te um milhão de vezes, minha querida; oxalá estejas satisfeita comigo e me escrevas logo uma longa carta; por enquanto permaneço com o mais profundo amor fraternal

Tua irmã que te ama ternamente

Leopoldina

A Condessa Lazansky apresenta-te seus respeitos. Recomendações minhas à boa Condessa Scarampi, assim como ao general.

No trecho da carta que iremos ler, a Arquiduquesa Leopoldina conta a sua irmã a Duquesa Maria Luísa sobre um problema em seu olho esquerdo. Em seguida, a jovem Leopoldina diz que tem um segredo que irá contar em breve, relacionado às tratativas de seu casamento, mas que seu pai havia pedido para ela não comentar com ninguém. No final da carta, Leopoldina se despede carinhosamente e agradece seu cunhado, companheiro de Maria Luísa por ter mandado uma pedra de presente para ela. Acontece que toda a família de Leopoldina sabia que ela colecionava minerais, então sempre a enviavam pedras diferentes. Depois, a moça pede para que sua irmã conte se conseguiu encontrar uma pedra rara chamada siderida, a qual Leopoldina estava muito ansiosa para colocar em sua coleção.

Schonbrunn, 27 de agosto de 1816

Amada, querida Luísa!

Embora esteja com uma secreção horrível no olho esquerdo, de forma que nada vejo além de névoas, escrevo-te, minha boa e velha irmã […]

Tenho um segredo gigantesco em meu coração, que me oprime terrivelmente, porque não posso contá-lo à minha boa e velha irmã, que amo tanto e ficaria certamente muito feliz, mas o querido papai ordena silêncio absoluto e eu obedeço, mas, quando puder falar, deverás ser a primeira a saber, pois só tu sabes meus pensamentos e vês no interior do meu coração. […]

Adeus, abraço-te cem mil vezes e permaneço sempre com profundíssimo amor fraternal e mais sincera amizade

Tua irmã que te ama ternamente

Leopoldina

Peço-te que agradeças muitíssimo ao bom General Neipperg pela linda pedra sulfúrica, que me deixou muito contente e tem ainda um valor maior como lembrança de minha boa rainha e seu amigo dedicado. Peço-te que me escrevas se a siderita, que está na lista junto de tua carta, também vem, pois é muito rara e a quero muito. Recomendações minhas à boa Condessa Scarampi; a Condessa Lazanzsky apreseta-te os seus respeitos.

Essas cartas que a primeira Imperatriz do Brasil escreveu quando ainda era uma arquiduquesa austríaca, estão espalhadas por diversos museus do mundo. As cartas traduzidas, estão em um livro raro chamado: D. Leopoldina: Cartas de uma Imperatriz.

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FONTES, VÍDEOS & LIVROS USADOS NA PESQUISA:

Livro: D. Leopoldina: Cartas de uma Imperatriz. Editora: Liberdade. Seleção e transcrição das cartas: Bettina Kann e Patrícia Souza Lima. Artigos: Andréa Slemian, André Roberto de A, Machado, Bettina Kann, István Jancsó e Maria Rita Kehl. Tradução: Guilherme João de Freitas Teixeira e Tereza Maria Souza de Castro. Coordenação editorial: Angel Bojadsen.

Série de artigos sobre o Património Mundial das “Grandes Cidades Termais da Europa”. Site: Baden-Baden. Disponível em: https://www.baden-baden.de/stadtportr...

A Siderita. Museu Virtual dos Solos, Rochas e Minerais. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/museudesolosr....

PDF — Cartas de Dona Leopoldina. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. Moacyr Flores. Disponível em: https://www.ihgrgs.org.br/artigos/mem...

Professora Sabrina Ribeiro

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