Alcione explica por que não teve filhos e celebra 50 anos de carreira
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Alcione revela tumor que a impossibilitou ter filhos: 'Tirei o útero'

Aos 74, Alcione celebra 50 anos de carreira em 2022 - Marcos Hermes
Aos 74, Alcione celebra 50 anos de carreira em 2022 Imagem: Marcos Hermes

De Splash, no Rio

20/11/2022 13h31

Aos 74 anos, Alcione revela o motivo que a impossibilitou de ter filhos. A cantora maranhense foi diagnosticada com mioma — tumor benigno que pode se desenvolver durante a idade fértil da mulher — e precisou retirar o útero antes dos 30.

"Precisei fazer histerectomia, tirei o útero, tudo. Eu costumava ter um sangramento muito grande durante muito tempo, com muita dor. Ficava assim dez dias durante o período menstrual. Então a solução na época foi remover o útero", disse em entrevista à revista Marie Claire.

"Era um mioma, sim. Ele já estava grande. Eu tinha 20 e tantos anos, quase 30... Era muito incômodo ficar com aquela dor, como se fosse uma cólica menstrual eterna, um sangramento fortíssimo. Aí quando tudo aquilo desaparece você fica aliviada mesmo. Eu não tive filhos, mas tenho os meus sobrinhos. Meus irmãos foram tendo filhos e aquilo foi me preenchendo. Tem um que eu sou enlouquecida, o Otto, neto da minha irmã Maria Helena, tem 4 anos. Ele vem aqui esta semana e já estou animada.", completou Marrom.

Ela ainda disse que não pensou em adotar porque já tinha muita criança para dar atenção na família e porque viajava muito. "Você não pode adotar uma criança e viajar. Adotar para deixar na mão dos outros? Não mesmo. E não tenho frustração por nada, acredita? Tem um ditado que uso muito que é "cuidado com aquilo que você quer muito, porque você pode ter". Por outro lado, quando você não pode ter, é melhor deixar assim. Então, não me sinto frustrada

Apelido

Na entrevista, a cantora ainda explicou o apelido Marrom. Mesmo ligado a sua negritude, ela considera que ele não chega a evitar o racismo, pois ela já teve de passar muito por isso. "Já passei muito por isso, e nem sempre reajo de maneira elegante", disse à revista Marie Claire.

"Mas adoro o apelido. Ganhei em uma viagem para o Nordeste de kombi. Tinha um rapaz, um dos produtores da viagem, que ficava com saudades da Marrom dele. Aí ele me pedia: "Alcione, mata saudade da minha Marrom, canta 'Devolvi', de Núbia Lafayette". [Cantarola] "Devolvi o cordão e a medalha de ouro. E tudo o que ela me presenteou...". Aí ele chorava com saudade dela. Fiquei com esse apelido por causa desse cara. Quando percebi, já tinha pegado. Eu sou marrom, adoro ser marrom. Até o Roberto Carlos, meu colega, que não gosta da cor marrom, gosta", destacou.

50 anos de carreira

2022 marca os 50 anos da carreira da artista maranhense. Ela conseguiu entrar para a elite do samba na década de 1970, época em que o estilo musical era dominado por homens, e sempre teve o apoio familiar.

Hoje, menos de três meses depois de uma cirurgia na lombar, ela faz uma turnê gratuita por lonas culturais do Rio de Janeiro, além de ter apresentações marcadas Brasil afora e em Angola.

Ela ainda tem a sua história celebrada no teatro, com "Marrom, o Musical", de Miguel Falabella, e no cinema, com o documentário "O Samba é Primo do Jazz", a diretora Angela Zoe. Em breve, ainda lançará um DVD. Atualmente, é reverenciada por nomes da nova geração que seguem seu legado, como Ludmilla, Iza, Tássia Reis e MC Tha.