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Estef�nia (D.)
n.
15 de julho de 1837.
f. 17 de julho de 1859.
Princesa de Hohenzollern-Sigmaringen, e rainha de Portugal, mulher do rei D.
Pedro V. O seu nome completo era D. Estef�nia Josefina Frederica
Guilhermina Ant�nia. Nasceu em
Sigmaringen a 15 de julho de 1837, e faleceu em Lisboa a 17 de julho
de 1859.
Foram seus pais o pr�ncipe de Hohenzollern-Sigmaringen, Carlos Ant�nio
Joaquim Zeferino Frederico Mainrad e Josefina Frederica Lu�sa,
filha do gr�o-duque de Baden, Carlos
Lu�s Frederico. A casa de Hohenzollern � uma das mais nobres da
Alemanha. A educa��o da jovem princesa foi confiada a uma
francesa, Madame Naudin. D. Estef�nia viveu em Sigmaringen at�
1849, ano em que rebentaram na Alemanha motins demag�gicos,
resultantes da propaganda revolucion�ria francesa, e o pr�ncipe
Carlos, receando alguns dist�rbios que pusessem em perigo a vida
das pessoas de sua fam�lia, tratou de as p�r a salvo, mandando-as
para Basileia, na Su��a, e depois para Nenie na Sil�sia, onde a
princesa Estef�nia residiu por espa�o de 18 meses, tendo estado
quase o mesmo tempo em Basileia, at� que em 1852 foi residir para
Dusseldorf, onde seu pai fixou a sua resid�ncia, por ter sido
nomeado tenente-general do ex�rcito prussiano e comandante da divis�o
do Reno. A princesa continuou os seus estudos, sendo o desenho o que
mais dedica��o lhe merecia. Seus pais costumavam ir passar o
outono numa das suas propriedades situadas em Weissburgo nas margens
do lago de Constan�a, e a princesa fazia deste s�tio pitoresco o
ponto de partida para as suas excurs�es art�sticas.
Em 1855 foi apresentada na alta sociedade de Berlim, debaixo dos ausp�cios
da princesa Augusta, depois imperatriz da Alemanha. Em 1857 tratava
o governo portugu�s de escolher esposa para D. Pedro V, e foi
lembrado o nome da princesa D. Estef�nia, que tinha exatamente a
mesma idade que o jovem soberano. A 8 de julho desse ano foi a
princesa informada do noivo que lhe destinavam; a 20 de outubro foi
pedida em casamento condicionalmente pelo conde de Lavradio, e a 15
de dezembro
fez-se o pedido oficial, celebrando-se logo ali grandes festejos. Em
fevereiro de 1858 partiu D. Estef�nia para Berlim, visitou depois
as cortes de Dresden, Karlsruhe, etc., e voltando a Berlim
celebrou-se o casamento por procura��o na igreja cat�lica de
Santa Hedviges a 29 de abril de 1858, sendo D. Pedro V representado
pelo pr�ncipe Leopoldo, irm�o da noiva, e oficiou o bispo de
Breslau [a atual Wroclaw na Pol�nia], assistindo � cerim�nia os
pr�ncipes da Pr�ssia, os pais e irm�os da princesa.
A
2 de maio partiu a jovem rainha para Dusseldorf, acompanhada j�
pela sua comitiva portuguesa, que constava do duque da Terceira, que
ia encarregado de a conduzir a Portugal, da duquesa da Terceira, que
fora nomeada camareira-mor da nova rainha, de D. Maria das Dores de
Sousa Coutinho, mais tarde condessa de Sousa
Coutinho, dama camarista, dos marqueses de Ficalho, de Sousa
Holstein, do bar�o de Santa Quit�ria, ministro de Portugal em
Berlim, do conde de Cabral, adido � lega��o portuguesa em Berlim,
Jos� Ferreira de Castro, depois visconde de Borges de Castro,
secret�rio da miss�o extraordin�ria, cujo chefe era o duque da
Terceira. No dia 4 de maio seguiu para Bruxellas, e no dia 5 partiu
para Ostende, onde a esperava o vapor Mindelo em que devia
embarcar, o qual era acompanhado pela corveta Bartolomeu Dias e
por dois iates ingleses. A esquadrilha, assim que teve a bordo a
rainha, levantou ferro, e seguiu para Dover, onde chegou no dia 6,
demorando-se a rainha D. Estef�nia em Londres quatro dias com a
rainha Vit�ria. A 11 embarcou em Plymouth na Bartolomeu Dias, e
escoltada por uma nau e tr�s fragatas inglesas seguiu para Lisboa, onde chegou a 17 de maio, indo fora da
barra esperar a nova rainha o vapor Mindelo, conduzindo o
infante D. Lu�s e diferentes personagens da corte, e os vapores Lusit�nia,
D. Fernando, Cam�es e Alman�or, celebrando-se no dia
seguinte a cerim�nia do casamento na igreja de S. Domingos, pelo
cardeal patriarca, ent�o D. Guilherme I.
Este casamento causou a maior influ�ncia. Armaram-se
dois pavilh�es no Terreiro do Pa�o, em cujas embocaduras se viam
elegantes arcos, assim como no Pelourinho, Cais do Sodr�, e em
outros pontos da cidade; no Rossio, onde est� hoje a mem�ria de D.
Pedro IV, em que apenas havia um pedestal, improvisou-se uma coluna,
sobre a qual se via a est�tua de Himineu. Durante os dias que
duraram os festejos, houve vistosas ilumina��es, r�cita de gala
no teatro de D. Maria II, fogo-de-art�ficio, parada, etc. O dia 18
de maio foi um formoso dia de primavera o que muito concorreu para o
brilhantismo das festas. As ruas por onde seguia o cortejo do
Terreiro do Pa�o � igreja de S. Domingos, e depois at� ao pal�cio
das Necessidades, viam-se apinhadas de povo, que soltava sinceros e
entusi�sticos vivas aos r�gios desposados. Muitos estrangeiros
vieram a Lisboa assistir aos festejos; das nossas prov�ncias tamb�m
concorreu muita gente, apesar de ent�o as jornadas serem mais dif�ceis
e dispendiosas por n�o estarem ainda desenvolvidas as linhas f�rreas
por todo o pa�s, como atualmente. Toda esta alegria, por�m, foi ef�mera,
porque a 8 de julho do ano seguinte, estando a rainha em Vendas
Novas, sentiu um inc�modo de garganta, que n�o tardou a
agravar-se. Os m�dicos classificaram a doen�a de angina dift�rica,
e essa angina tomou logo um caracter assustador; efetivamente nove
dias depois sucumbia a rainha D. Estef�nia, contando apenas 22 anos
de idade, causando a mais dolorosa m�goa, porque todos a
estremeciam e respeitavam. Um ano depois, e em cumprimento dos
desejos manifestados pela finada, D. Pedro V fundou o hospital Estef�nia,
na quinta da Bemposta, dotando-o com 30:000$000 reis.
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D.
Estef�nia
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