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O HOMEM QUE MORREU DUAS VEZES – RICHARD OSMAN | RESENHA

O HOMEM QUE MORREU DUAS VEZES – RICHARD OSMAN | RESENHA

O Homem que Morreu Duas Vezes é a sequência aguardada do aclamado romance de estreia de Richard Osman, O Clube do Crime das Quintas Feiras, que ultrapassou a marca de 2 milhões de exemplares vendidos no mundo em menos de um ano. Aqui, acompanharemos nossos queridos aposentados em uma trama de espionagem envolvendo diamantes no valor de 20 milhões de libras!

Título: O Homem que Morreu Duas Vezes
Autor: Richard Osman – Tradução: Jaime Biaggio
Ano: 2021 – Páginas: 400
Editora: Intrínseca
Classificação indicativa: 16+
Aviso de conteúdo: Agressões, Violência (Menção), assassinatos.
Nota: 4,5
Gênero: Suspense e mistério
Compre usando nosso link da Amazon

 

Você já conhece o Clube do Crime das Quintas Feiras? Elizabeth é uma ex-agente do MI5, uma mulher inteligente e sagaz; Joyce, uma enfermeira aposentada, mantém um diário divertido, encarna a bondade; Ibrahim, que foi psiquiatra, é um sábio; e Ron, um ex-líder sindical corajoso e leal. Eles se reúnem às quintas feiras para beber, discutir as últimas fofocas e desvendar crimes.

“Estou aprendendo que às vezes é importante parar e se permitir um drinque e uma fofoca com os amigos, mesmo quando os cadáveres começam a se empilhar ao seu redor…”

O HOMEM QUE MORREU DUAS VEZES – RICHARD OSMAN

Vamos reencontrar o grupo de detetives amadores envolvidos com assaltos, máfia, reflexões regadas a bolo e vinho, trazendo os amigos da polícia Donna e Chris – que já aprenderam a não discutir com esses velhinhos… Nesta nova aventura, uma carta endereçada à Elizabeth chega enquanto eles estão reunidos para o vinho da tarde.

A carta é assinada por Marcus Carmichael, cujo cadáver Elizabeth vira ser retirado do Tamisa anos antes. Ela entende que o verdadeiro remetente é Douglas Middlemiss, ex-marido e agente do MI5. Douglas cometeu um terrível erro, tendo ficado em apuros após ser acusado de roubar 20 milhões de libras em diamantes de um lavador de dinheiro e intermediário da máfia de Nova York. A máfia quer os diamantes e o pescoço do agente, o MI5 quer respostas…

Elizabeth, Ron, Joyce e Ibrahim se envolverão com o caso – bom, todos menos Ibrahim, que é vítima de um assalto cruel, deixando-o abalado e sem confiança. Além dos três, os policiais Chris Hudson e Donna De Freitas vão acompanhar as aventuras, sempre tentando colocar os membros do Clube dentro da legalidade – tarefa inglória.

“Chis nunca fizera nada parecido antes. O Clube do Crime das Quintas-feiras o leva para o mau caminho quase diariamente.”

Mas os cadáveres começam a se empilhar… uma pista sobre o paradeiro dos diamantes é deixada para Elizabeth, e uma corrida atrás do tesouro tem início. Percebendo que nem tudo é o que parece, eles se colocam em terrível perigo para desvendar o crime. Cenas frenéticas e hilárias são recorrentes.

Enquanto isso. O marido de Elizabeth, Stephen, que está gradualmente entrando em demência, não resiste a um jogo de xadrez com Bogdan, um construtor polonês, misterioso e taciturno, mas que se torna, ao lado de Elizabeth, uma âncora para Stephen.

Que delícia voltar a encontrar esses personagens. Eu já me tornei fã do autor, que chegou com uma estreia arrebatadora, e não perdeu a mão no segundo livro – que, inclusive, tem sido apontado como superior ao primeiro.

Um dos pontos de acerto são que seus personagens são cada vez mais tridimensionais, e não vacilam diante de suas fragilidades. Principalmente quando conhecemos melhor Elizabeth – uma das personagens mais misteriosas, que possui uma expertise para a investigação que sempre me deixou com a pulga atrás da orelha. Aqui descobrimos mais do seu passado de espionagem.

Joyce continua exalando bondade, carisma e momentos de fofura explícita – é sempre muito bom acompanhar o diário e sua busca de, entre outras coisas, um cachorrinho. Aqui, ela também vai mostrar que tem vocação para investigação. Ela é o coração da estória – Elizabeth é o cérebro. Um dos momentos mais hilários é quando Joyce escolhe o nome do perfil do Instagram – sem spoilers, porque merece ser lido e gargalhado.

“Deve-se morrer antes dos filhos, é claro, porque eles foram ensinados a viver sem você. Mas não antes do cachorro. O cachorro só aprende a viver com você.”

 RICHARD OSMAN

Ron é a figura da força, da ação, mas que está à procura de alguém para estar ao seu lado – mesmo que faça algumas escolhas duvidosas. E Ibrahim… como está vulnerável nesse momento. A gente tem vontade de abraçar forte e dizer que vai ficar tudo bem. Felizmente, Joyce e Ron estão lá para cumprir nosso papel. Mas a discussão que ele traz é sensacional porque, mesmo que esse grupo pareça intrépido, percebemos como o mundo pode ser cruel com as pessoas idosas.

Donna e Chris tem suas personalidades expandidas por aqui, e a vida dos dois vão se entrelaçar de uma forma bem bonita. O arco de Donna é comovente, e promete render momentos de fofura explícita nos próximos livros – nem são mencionados, mas eu já estou na torcida por muitas continuações. Outro personagem que ganha formas inusitadas é Bogdan, que continua misterioso, mas que tem participação decisiva nessa nova aventura.

“E assim Donna virou a moça nova numa cidade nova. Uma garota negra numa cidade litorânea, onde se sente indesejada ou uma curiosidade, e não gosta de nenhuma das duas sensações.”

O HOMEM QUE MORREU DUAS VEZES – RICHARD OSMAN

O Homem que morreu duas vezes também traz um mistério mais elaborado, cheio de camadas, com muitos personagens coadjuvantes que, apesar da confusão inicial, vão se tornando cativantes e necessários. O crime em si é brilhante, cercado de pessoas perigosas desesperadas para recuperar o que perderam, e matar não é um problema. Os intrépidos detetives seguem inabaláveis, como se envolver com a máfia, traficantes e o MI5 fosse um passeio pelo jardim de Coopers Chase. O autor soube, mais uma vez, dosar suspense com as discussões cotidianas dos personagens.

E os títulos? Ambos fabulosos. O Homem que Morreu Duas Vezes, inclusive, nos faz seguir por um caminho que, ao final, é completamente outro. Achei incrível o que o autor propôs.

Um mistério inteligente e engraçado povoado de personagens cativantes que aprimoram a história a cada curva, em cenas que às vezes são confusas, mas com um peso emocional que arrebata. Recomendo muito a leitura para fãs de suspense e mistério.

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Comente este post!

  • Karyne

    não conhecia o Clube do Crime das Quintas Feiras mas se eu ouvi investigação eu já tô dentro para querer saber mais, fiquei interessada ainda mais por ter mais de um livro

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  • Ana Carolina

    Depois de ler Coben, tenho me interessado cada vez mais pelo gênero de suspense, e esse livro me parece perfeito, suspense com uma pegada de humor, tudo que eu mais amo kkkk

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  • João Victor Silva de Carvalho

    Sempre muito bons livros que possuem referências aos outros, te instiga a buscar conhecer-los. E sempre levando de um ao outro. Não conhecia este livro e o clube dos 5 só ouvi dizer, obviamente irei ler ambos

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  • Raquel

    Nada como um bom mistério e um crime né, eu particularmente amooo, não conhecia o livro mas estou adicionando a minha listinha.

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  • Itallo Perdigão

    Uma das sequências literárias mais aguardadas do ano no Reino Unido chega com a promessa de repetir o sucesso estrondoso do primeiro livro, com mistérios, piadas típicas inglês.

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