Copa do Mundo: Jairzinho relembra conquista no Estádio Azteca

Jairzinho relembra emoção do tri no Azteca e conta com virou o "Furacão da Copa"

Autor de sete gols na Copa do Mundo da FIFA 1970™ e herói do tricampeonato mundial, o lendário “Furacão” tem muito carinho pelo Estádio Azteca, palco da abertura da Copa do Mundo da FIFA 26™.

FIFA

O anúncio do Estádio Azteca do México como palco do jogo de abertura da Copa do Mundo da FIFA 26™ traz sentimentos fortes aos apaixonados pelo futebol, especialmente os que fizeram história ali. É o caso do “Furacão” Jairzinho, campeão do mundo com o Brasil em 21 de junho de 1970 e autor de um dos gols da Seleção na vitória por 4 a 1 sobre a Itália, na final, naquele lendário gramado.

Foi o desfecho dourado para o atacante que costumava dar o toque final naquela que é tida por muitos como a maior equipe de todos os tempos, acompanhado por Pelé, Tostão e Rivellino na linha ofensiva e recebendo os lançamentos de Gérson. Nos gramados mexicanos, Jairzinho balançou a rede nos seis jogos da campanha brasileira, sendo o primeiro e único com essa proeza no currículo. Foram sete gols.

Quase 54 anos depois, o craque conversou com a FIFA para relembrar o glorioso jogo que deu ao capitão Carlos Alberto Torres o privilégio de levantar a Taça Jules Rimet – quando o Brasil se transformou no primeiro tricampeão mundial.


O Furacão da Copa de 1970 O Furacão da Copa de 1970

FIFA: Boa parte da sua carreira foi jogada no Maracanã, um templo sagrado do futebol mundial. Mas o que você pode dizer sobre o que viu do público no Azteca em 1970? O estádio também é um colosso em termos de estrutura. FIFA: Boa parte da sua carreira foi jogada no Maracanã, um templo sagrado do futebol mundial. Mas o que você pode dizer sobre o que viu do público no Azteca em 1970? O estádio também é um colosso em termos de estrutura.

Jairzinho: O Estádio Azteca em 1970 foi o palco da minha consagração com o título máximo do futebol brasileiro, que foi o tricampeonato mundial.

Como foi passar aquelas semanas no México, em contato com o povo mexicano? Como foi passar aquelas semanas no México, em contato com o povo mexicano?

Eles nos escolheram como a Seleção preferida deles. Outro ponto maravilhoso é que nós saímos da nossa concentração, e quando estávamos a mais ou menos um 1 quilômetro de distância do Estádio Azteca, estavam lá os torcedores mexicanos nos desejando boa sorte de ambos os lados da rua, nas calçadas. Eu nunca vi tanta gente na minha vida. Pararam o nosso ônibus e desejaram boa sorte para o Brasil. Porque o Botafogo já era o clube brasileiro que mais jogou no México e, principalmente, no Estádio Azteca.

Você costuma rever a final de 1970 ou a memória do que viveu naqueles 90 minutos já basta? Você costuma rever a final de 1970 ou a memória do que viveu naqueles 90 minutos já basta?

Eu nunca poderia me esquecer da consagração do Brasil, ganhando o título máximo definitivamente. Eu e meus colegas conseguimos dar esse título para o Brasil. Eu nunca me esqueceria. Constantemente, eu tenho o Estádio Azteca na minha mente.

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Brasil x Itália | Final | Copa do Mundo FIFA de 1970, no México | Melhores momentosBrasil x Itália | Final | Copa do Mundo FIFA de 1970, no México | Melhores momentos
Veja lances da partida entre Brasil e Itália no Estadio Azteca, Mexico City, domingo, 21 de junho de 1970, às 12:00.Veja lances da partida entre Brasil e Itália no Estadio Azteca, Mexico City, domingo, 21 de junho de 1970, às 12:00.

Como você recebeu o apelido de "Furacão da Copa"? Como você recebeu o apelido de "Furacão da Copa"?

Geraldo José de Almeida era um jornalista e narrador que não botava defeito em ninguém, sempre valorizava os atletas. Eu tive a felicidade de ele me presentear com o apelido de “Furacão da Copa” em suas narrações. Isso pegou, justamente porque o Brasil foi tricampeão do mundo e eu fui configurado como Furacão da Copa.

Você conseguiu o feito enorme de marcar em todas as partidas da Copa de 1970. De todos os gols que fez naquele Mundial, você tem algum favorito? Você conseguiu o feito enorme de marcar em todas as partidas da Copa de 1970. De todos os gols que fez naquele Mundial, você tem algum favorito?

Todos os gols tiveram importância no objetivo do nosso cronograma, que era o Brasil chegar à final e, se possível, ganhar. Isso aconteceu. Tive dois gols contra a Tchecoslováquia e um na final contra a Itália. O melhor gol… Principalmente contra a Itália, que estava um jogo duríssimo, e eu fiz o terceiro gol que deu ducha fria na seleção italiana. Então posso dizer que o gol mais importante foi contra a Itália porque deu a ducha fria neles. O jogo estava quase empatado, estava 2 a 1, e eu fiz 3 a 1.

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Substituto de Garrincha no Botafogo Substituto de Garrincha no Botafogo

FIFA: Como foi crescer na base do Botafogo rodeado por aqueles craques históricos? FIFA: Como foi crescer na base do Botafogo rodeado por aqueles craques históricos?

Jairzinho: Eu sou premiado porque fui criado na General Severiano, praticamente em frente ao campo do Botafogo. Esse é um dos motivos de eu ter oportunidade de jogar no Botafogo desde as divisões de base até o profissionalismo.

No começo de sua trajetória com a equipe principal, aos 19 anos, sua missão era simplesmente entrar no lugar do Garrincha. Foi muita pressão, ou o seu futebol e os treinos no clube desde juvenil lhe passaram segurança?No começo de sua trajetória com a equipe principal, aos 19 anos, sua missão era simplesmente entrar no lugar do Garrincha. Foi muita pressão, ou o seu futebol e os treinos no clube desde juvenil lhe passaram segurança?

Os craques só me deram motivação, me deram proteção e me deram vontade de jogar com eles e tentar ser igual a eles. E isso aconteceu. Eu joguei com o Nilton Santos, com o Didi e com o Garrincha. Então, eu me sinto um jogador premiado por ter tido essa oportunidade de jogar com esses craques e ser campeão com eles. Sou tricampeão juvenil, bicampeão carioca, e sou tricampeão do mundo. Tudo isso com Garrincha, Didi e Nilton Santos.

No acervo da revista Placar, há uma história muito interessante de um treino do Botafogo em que você teria corrido 100 metros em 10s01, com cronometragem manual. Como foi este feito?No acervo da revista Placar, há uma história muito interessante de um treino do Botafogo em que você teria corrido 100 metros em 10s01, com cronometragem manual. Como foi este feito?

Foi na beirada do campo, onde tinha uma pista de atletismo, não sei se ainda tem até hoje. Foi onde eu consegui esse feito com tênis de trava.

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O Mundo a Seus Pés | Filme Oficial da Copa do Mundo FIFA de 1970O Mundo a Seus Pés | Filme Oficial da Copa do Mundo FIFA de 1970
Curta uma Copa do Mundo FIFA lendária e a icônica seleção brasileira de Pelé, Jairzinho e Tostão sob a ótica de um empolgado menino determinado a ver os jogos.Curta uma Copa do Mundo FIFA lendária e a icônica seleção brasileira de Pelé, Jairzinho e Tostão sob a ótica de um empolgado menino determinado a ver os jogos.