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ERA UMA VEZ O CINEMA


O Espião Que Veio do Frio (1965)

cover O Espião Que Veio do Frio

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País: Inglaterra, 112 minutos

Titulo Original: The Spy Who Came in from the Cold

Diretor(s): Martin Ritt

Gênero(s): Drama, Suspense

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.6/10 (13407 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Filme Britânico

1967 · Martin Ritt

Prêmio Globo de Ouro: Melhor Ator Coadjuvante em Cinema

1966 · Oskar Werner

Prêmio Edgar: Melhor Roteiro

1966 · Paul Dehn, Guy Trosper

Prêmio David di Donatello de Melhor Ator Estrangeiro

1966 · Richard Burton

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Ator Britânico

1967 · Richard Burton

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Direção de Arte Britânica (p&b)

1967 · Tambi Larsen

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Fotografia Britânica

1967 · Oswald Morris

INDICAÇÕES star star star star star

Oscar de Melhor Ator

1966 · Richard Burton

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Filme

1967 · Martin Ritt

Oscar de Melhor Direção de Arte: Preto e Branco

1966 · Ted Marshall, Hal Pereira, Josie MacAvin, ...

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Ator Estrangeiro

1967 · Oskar Werner

Writers Guild of America Award for Best Written Drama

1966 · Paul Dehn, Guy Trosper

Sinopse:Alec Leamas (Richard Burton), chefe dos serviços secretos britânicos de Berlim Ocidental, tem vindo a perder alguns dos seus operacionais, às mãos do agente de Berlim Oriental, Mundt. Por tal, Leamas é chamado a Londres, onde Control (Cyril Cusack) lhe dá uma nova missão. Leamas, aparentemente desempregado e entregue à bebida, consegue emprego numa pequena biblioteca, onde ganha o interesse romântico de Nan (Claire Bloom), acabando preso após um desacato local. À sua espera, fora da prisão estão agentes da Alemanha Oriental que lhe propõem que os acompanhe e lhe passe informações sobre os agentes britânicos na Alemanha. Mas tudo é orquestrado por Control que espera assim criar uma rede de suspeitas que coloque Mundt (Peter van Eyck) e o seu número dois, Fiedler (Oskar Werner) em campos opostos.

“O Espião Que Saiu do Frio” tem o seu nome explicado quase no início do filme, numa analogia de Control (Cyril Cusack) que explica o sair do frio como o deixar o mundo desumano e sem sentimentos da vida dos operacionais dos serviços secretos. É isso que num primeiro momento ele aconselha a Alec Leamas (Richard Burton), que lidera a secção de Berlim Ocidental, a qual vem perdendo agentes às mãos do alemão Mundt (Peter van Eyck).

Mas Leamas quer continuar, e passa por uma espécie de descida aos infernos, em que tem de procurar trabalho, empregando-se numa biblioteca, vivendo quase sem dinheiro, e acabando preso por esmurrar um merceeiro. Pelo meio o seu único sinal de humanização é a ligação à colega da biblioteca, Nan Perry (Claire Bloom), uma jovem idealista, e militante comunista.

Ao sair da prisão, Leamas começa a ser contactado por pessoas que não conhece, mas que se confirmam agentes de Leste, que lhe propõem que mude de lado. É então que descobrimos ser este o plano de Control e do seu braço direito, George Smiley (aqui Rupert Davies, num papel muito discreto, naquele que se tornaria o mais famoso personagem de le Carré). A ideia é que os alemães acolham Leamas, que nos interrogatórios vá lançando a suspeita de Mundt ser de facto um agente inglês, para que o seu número dois, Fiedler (Oskar Werner) o elimine.

O interrogatório é bem sucedido, e Fielder prepara um tribunal para julgar Mundt, mas neste, nem todas as provas parecem consistentes, e a teoria vem por água abaixo, quando Nan é apresentada como testemunha, para desmentir Leamas, cuja ligação a Smiley é entretanto confirmada. Só então Leamas compreende que o objectivo nunca fora a morte de Mundt, pois este era mesmo agente britânico, mas sim a de Fiedler. Para a tal Leamas foi apenas um peão, sacrificado para desacreditar Mundt só para que Nan o pudesse depois (inocentemente) desacreditar a ele.

Com a fuga do casal arranjada por Mundt, Nan é alvejada ao saltar o muro, e Leamas, num último momento, escolhe ficar com ela, sendo também alvejado. É, no fundo, a sua forma final de “sair do frio” procurando a humanização que voltara a sentir junto a Nan.

Com um argumento elaboradíssimo, de golpes e contra-golpes, diálogos argutos, e uma grande densidade psicológica, “O Espião Que Saiu do Frio” tornou-se desde então um símbolo do filme inteligente, onde mais que as acrobacias, cenas de acção, ou suspense gerado por volte-faces, é na psicologia dos personagens, e sua acção interior que residem os seus trunfos.

Nesse sentido, e mercê de uma interpretação densa de Richard Burton, bem acompanhado pela espontânea Claire Bloom e pelo sufocante Oskar Werner, o filme de Martin Ritt não necessita de uma cinematografia arrojada (filmado a preto e branco para acrescentar um cinzentismo de amoralidade), permitindo-se repousar de um modo quase contemplativo (seja em planos fixos ou em longos travellings), onde são os actores, mais que a câmara, a conduzir a emoção.

Apreciado pela lufada de ar fresco que trouxe ao género dos filmes de espiões, “O Espião Que Saiu do Frio” foi um sucesso de bilheteira, e de crítica, recebendo variadíssimos prémios, entre os quais quatro BAFTA de seis nomeações, incluindo o de Melhor Filme e Melhor Actor (Richard Burton), para além do David di Donatello do Festival de Veneza para Burton e do Globo de Ouro de Melhor Actor Secundário para Oskar Werner. Juntaram-se-lhe duas nomeações para os Oscars.

 

 

 

Elenco: