Biografia completa de Paul Signac

Ao lado de Georges Seurat, o pintor francês Paul Signac foi um dos principais artistas do Neoimpressionismo, movimento artístico no final do século XIX, cujo objetivo apresentava uma abordagem decididamente mais científica ao impressionismo , movimento que o originou.

Biografia

Signac nasceu no dia 11 de novembro de 1863, filho de uma família de classe média, que se mudou durante sua infância para a área de Montmartre da cidade, local de um ambiente artístico próspero. A mudança teve um impacto tremendo no engajamento do jovem Signac com as artes visuais e, de forma mais geral, com a cultura de vanguarda da época.

Inicialmente  o jovem Signac então com dezoito anos, inicia seus estudos em arquitetura antes de se dedicar à pintura. O impressionismo movimento da inovação artística da época, e as obras dos principais artistas como Claude Monet, Édouard Manet e Edgar Degas, claramente tiveram um impacto no artista em desenvolvimento. Incentivado por seus pais muito liberais, ele compareceu a exposições e absorveu a estética desse movimento.

Em 1880, seu pai Jules veio a falecer de tuberculose. Com isso, sua mãe decidiu vender o negócio da família e se mudar para o novo subúrbio parisiense de Asnières. Insatisfeito com o novo local, Signac, apesar de ser um bom aluno, deixou a escola e voltou para Montmartre, onde alugou um quarto e dividiu seu tempo entre Asnières e Paris.

Em 1881,  Montmartre,  estabeleceu conexões com artistas, escritores, músicos e outros agentes culturais e agitadores através da vida noturna de Paris e canais mais especializados, como círculos literários de vanguarda que o levaram a se associar com pessoas criativas, já que ele próprio era um escritor com algum talento. Em 1882 escreveu algumas peças satíricas sobre seu ídolo, seguindo seu estilo; trata-se do escritor francês Émile Zola.

Em 1884, Signac ajudou na fundação do Salão dos Independentes, uma exposição anual para artistas insatisfeitos com o Salão Oficial de Paris. Foi nesse período que ele conheceu e fez amizade com Georges Seurat; juntos, eles romperiam com o grupo impressionista e desenvolveriam o estilo de pintura conhecido como Pontilhismo ou Divisionismo (uma técnica em que a tinta é aplicada em pequenos pontos individuais ou traços que se misturam opticamente quando vistos à distância), que acabaria por se tornar parte da base do Neo-Impressionismo. O método era muito mais exato e metódico do que intuitivo, mas, mesmo assim, Signac exibiu seu trabalho em várias outras exposições no Salão dos Independentes ao lado dos impressionistas.

Em outubro de 1885, Seurat começou a refinar o método de mistura óptica, colocando pequenos pontos de pigmento puro lado a lado, diretamente na superfície da tela. O ponto de vista ideal ficava a uma pequena distância da imagem. Seurat já havia começado a fazer sua famosa pintura  Uma tarde de domingo na Ilha de La Grande Jatte, mas depois que ele e Signac estabeleceram seu estilo neo-impressionista, ele retrabalhou a tela grande extensivamente para utilizar a nova abordagem.

Em dezembro de 1885, Signac e Seurat foram convidados a expor seus trabalhos na oitava e última exposição impressionista, todos feitos nesse novo estilo, embora houvesse objeções à sua inclusão por Eugène Manet, irmão de Édouard Manet e marido de Berthe Morisot. Apesar dessa resistência, os dois exibiram seu trabalho para uma resposta crítica positiva. Nesse mesmo período, eles haviam cimentado não apenas uma relação de trabalho bem sucedida, mas também uma amizade próxima.

Em 1888, mergulha no anarquismo, junto com sua devoção ao desenvolvimento da pintura, Signac também tinha uma mentalidade bastante política. Muitos estudiosos interpretaram referências pendentes a suas próprias ideologias políticas em seu trabalho, principalmente após seu endosso público ao anarquismo.

Em 1891, com o falecimento de Seurat, encerrou assim o envolvimento de quase uma década entre os dois artistas. Porém Signac continuou a pintar no estilo neo-impressionista, sua pincelada tornou-se mais solta e mais expressiva e colorida.

Paul Signac, junto com outros pintores como Camille Pissarro, fazia doações regulares ao Jornal Os novos tempos, uma publicação pró-anarquista e comunista. Em 1893 porém, ousadamente ele intitulou um trabalho, No Tempo da Anarquia, mas, como as autoridades estavam começando a perseguir os seguidores do movimento, alterou para No Tempo da Harmonia.

Em novembro de 1892, Signac casou-se com sua companheira de longa data, Berthe Roblès em Montmartre. Camille Pissarro e sua esposa Julie née Vellay,  foram testemunhas do casamento. Nesse mesmo ano, ele comprou também uma casa no sul da França, em Saint-Tropez onde o artista construiu um grande estúdio. Foi lá que o artista produziu algumas de suas obras mais coloridas e celebradas, como suas paisagens famosas de barcos, praias e marinhas.

No início do século XX, ele ainda estava pintando muito, seja aquarelas, pinturas a óleo ou desenhos. O ritmo de sua produção artística não parou à medida que ele envelhecia.

Em 1902, ele expôs mais de 100 aquarelas na Galeria de Siegfried Bing em Paris. Nesse período a aquarela havia se tornado seu meio de escolha e, mais uma vez, ele exibiu uma grande série chamada As Pontes de Paris.

Em 1915, mudou para Antibes onde foi nomeado pintor oficial naval do local. Para Signac, viver era pintar e pintar era viver; ele realmente nunca parou de produzir arte, e em 1929 iniciou mais uma série de pinturas dos portos franceses.

Paul Signac faleceu em 15 de agosto de 1935 aos 71 anos de septicemia, na sua amada Paris. Além de um enorme corpo de trabalho, sua obra ainda permanece como um pilar da arte moderna

LEGADO

Em termos de produção artística e inovação radical, Signac teve enorme influência para Henri Matisse e André Derain, os artistas líderes do fauvismo que modificaram sua técnica e emularam o uso de cores brilhantes e extremamente expressivas. Sua técnica, que empurrava as formas para perto do ponto de abstração, dividindo-as em áreas de cores sólidas e justapostas, pavimentou o caminho para novas abstrações, incluindo o achatamento e a fragmentação das formas do estilo cubista.

GALERIA

A temática da obra de Signac, centra-se em grande parte, na paisagem dos portos, onde se podem observar os elementos da vida marinha: faróis, cordas, veleiros e marinheiros.

A Estrada para Gennevilliers. Paul Signac. 1883 – Óleo sobre tela (73 x 91,5) – Localização: Museu d’Orsay, Paris
Retrato de Félix Fénéon. Paul Signac. 1890

Pôr do sol em Saint-Tropez – Em 1892 Paul Signac comprou uma casa em Saint-Tropez, na época era uma vila de pescadores. Esta pintura foi criada lá no mesmo ano. As cores complementares violeta e laranja aplicadas em pontos fazem a imagem vibrar. A luz não é mais concebida como uma atmosfera que envolve o objeto, mas como partículas estimulantes.

Pôr do sol em Saint-Tropez. Paul Signac. 1892
Senhora no Terraço. Paul Sgnac. 1898
Grande Canal de Veneza. Paul Signac. 1905
Porto de La Rochelle. Paul Signac. 1921
“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

Novidades pelo email

Assine nossa newsletter e receba todas novidades por email