Obras de Bernardo de Claraval - Clássicos Literários
Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Bernardo de Claraval

Abade Francês (1090-1153)

Bernardo de Claraval foi um abade francês, canonizado em 1174 e proclamado Doutor da Igreja. Foi o principal responsável por reformar a Ordem de Cister, na qual entrou logo depois da morte de sua mãe. Foi o fundador da Abadia de Claraval (Clairvaux), na Diocese de Langres.

Bernardo foi o terceiro de sete filhos. Aos nove anos, foi enviado para uma escola em Châtillon-sur-Seine dirigida pelos clérigos seculares de Saint-Vorles. Em sua educação, demonstrou grande apreciação pela literatura e dedicou-se por algum tempo à poesia. Ele era especialmente devoto da Virgem Maria e escreveu, depois, muitas obras sobre a "Rainha do Céu", como ele a chamava. Suas conquistas acadêmicas lhe valeram grande admiração de seus professores.

A pequena comunidade de beneditinos reformados de Cîteaux, que teria uma profunda influência sobre o monasticismo ocidental, cresceu rapidamente. Três anos depois, Bernardo foi enviado à frente de um grupo de doze monges para fundar uma nova casa no Vallée d'Absinthe, na Diocese de Langres, uma região que ele batizou de Claire Vallée, que evoluiu depois para Clairvaux. A nova abadia, fundada em junho de 1115, ligou seu nome, Abadia de Claraval, ao de Bernardo daí em diante.

Em 1128, Bernardo participou do Concílio de Troyes, convocado pelo papa Honório II e presidido pelo cardeal Mateus, bispo de Albano, com o objetivo de resolver definitivamente a disputa entre os bispos de Paris e de propor algumas regulamentações para a Igreja da França. Os bispos reunidos elegeram Bernardo como secretário do concílio e o encarregaram de escrever os estatutos sinodais. Como resultado do concílio, o bispo de Verdun foi deposto. Foi ali também que Bernardo delineou a regra monástica que seria seguida pelos Cavaleiros Templários e que tornar-se-ia o ideal de nobreza cristão. Por volta da mesma época, Bernardo escreveu sua eulogia aos templários, a Liber ad milites templi de laude novae militiae.

A influência de Bernardo logo se faria sentir também nos assuntos provinciais. Ele defendeu os direitos da Igreja contra os avanços de reis e príncipes e lembrou Henrique Sanglier, arcebispo de Sens, e Estêvão de Senlis, bispo de Paris, de seus deveres. Com a morte de Honório II, ocorrida em fevereiro de 1130, um cisma irrompeu na Igreja depois que dois papas foram eleitos, Inocêncio II e Anacleto II. Inocêncio, depois de ser expulso de Roma por Anacleto, refugiou-se na França. O rei Luís VI convocou um concílio de bispos franceses em Étampes no mesmo ano. Bernardo foi escolhido para decidir entre os rivais pelo posto e escolheu Inocêncio. Depois do concílio, Bernardo viajou para o Reino da Inglaterra para tratar com Henrique I suas dúvidas em relação ao novo papa - a maioria dos bispos ingleses havia apoiado a eleição de Anacleto - e convenceu-o da correção da escolha. O Sacro Império Romano-Germânico já havia se decidido por Inocêncio depois da intervenção de São Norberto de Xanten, amigo de Bernardo. Ainda assim, Inocêncio insistiu que Bernardo o acompanhasse durante sua apresentação ao imperador Lotário III, que tornou-se o seu maior aliado entre os nobres europeus.

Em 1146, notícias alarmantes para os cristãos começaram a chegar da Terra Santa. A maior parte do Condado de Edessa havia caído nas mãos dos turcos seljúcidas depois da vitória muçulmana no Cerco de Edessa. O Reino de Jerusalém e os demais estados cruzados estavam agora à beira de um desastre similar. spanersas embaixadas de bispos vindos do Reino Armênio da Cilícia chegaram para pedir ajuda ao papa; vieram também a Roma embaixadores do rei da França. O papa, pressionado, encarregou Bernardo de pregar uma nova cruzada e prometeu conceder aos participantes as mesmas indulgências que Urbano II havia concedido na anterior.

Os últimos anos de Bernardo foram de grande tristeza por causa do fracasso desta cruzada, que, por ter sido pregada principalmente por ele, acabou tornando-se também um fracasso pessoal. Ele considerava que era seu dever enviar um pedido de desculpas ao papa e ele foi inserido na segunda parte do Livro de Considerações. Nele, Bernardo explica como os pecados dos cruzados teriam sido responsáveis pelo desastre. Quando iniciou sua tentativa de convocar uma nova cruzada, Bernardo tentou desassociar seu nome completamente da Segunda.

São Bernardo morreu em agosto de 1153 aos sessenta e três anos de idade. Foi enterrado na Abadia de Claraval, mas, depois que ela foi dissolvida em 1792 durante a Revolução Francesa, seus restos mortais foram levados para a Catedral de Troyes.

Mais Informações: Wikipédia Francesa

Obras de Bernardo de Claraval

Edições em Português

Opúsculo Sobre o Livre-Arbítrio

As Heresias de Pedro Abelardo

Sermões Sobre o Cântico dos Cânticos

Tratado da Consciência ou do Conhecimento de Si

Tratado Sobre o Amor de Deus