Argentina, uma nova oportunidade de fazer história

Argentina, uma nova oportunidade de fazer história

A Argentina tem um objetivo claro na Copa do Mundo 2023: passar pela primeira vez para as oitavas de final. Heterogêneo, aguerrido e protagonista, o conjunto treinado por Germán Portanova caiu em um grupo complicado em sua quarta participação no torneio.

FIFA

A seleção argentina chegará à Austrália & Nova Zelândia 2023 com o desejo de fazer história. Isso porque, apesar da tradição de sucesso do país no futebol, o time feminino, que já esteve em três edições da Copa do Mundo, nunca conseguiu passar da fase de grupos nem conquistar uma vitória no torneio mais importante da categoria.

Comandada por um técnico que levou sua marca para um elenco com muito potencial, a Argentina, que reúne juvenis de talento e jogadoras com um longo currículo pela equipe nacional, enfrentará três adversários de peso.

A Itália será o primeiro rival na trajetória rumo aos mata-matas. Depois, a África do Sul, campeã continental em 2022, com sua força física. Por último, a Suécia, que se apresenta como potência global e foi terceira na última edição do Mundial.

Independentemente dos prognósticos e das especulações prévias, a Argentina fez uma Copa América muito boa, o que permitiu a classificação para a Copa do Mundo Feminina da FIFA™ com certa facilidade. Na primeira fase, foi segunda colocada do grupo, atrás do Brasil, e passou para as semifinais. Então, perdeu por 1 a 0 para a anfitriã Colômbia, mas se recuperou e derrotou o Paraguai por 3 a 1 na decisão do terceiro lugar.

Com a segurança de Vanina Correa no gol, a solidez de uma defesa já estruturada, a intensidade de um meio-campo batalhador e a eficácia de suas atacantes, a seleção argentina buscará dar o máximo para estar ao menos entre as 16 melhores da competição.

Jogos da Argentina pelo Grupo GJogos da Argentina pelo Grupo G

24 de julho Argentina x Italia (18:00 horário local, Eden Park)

28 de julho Argentina x África do Sul (12:00 horário local, Dunedin Stadium)

2 de agosto Argentina x Suecia (19:00 horário local, Waikato Stadium)

O técnico: Germán PortanovaO técnico: Germán Portanova

Eliminada na primeira fase da França 2019, a seleção argentina dava então mostras de uma ruptura no elenco e um distanciamento entre a comissão técnica e algumas jogadoras de renome.

Foi nesse contexto e com o desafio de classificar a equipe para a Austrália & Nova Zelândia 2023 que Germán Portanova assumiu o cargo de técnico da seleção em 27 de julho de 2021. Líder carismático, rapidamente ganhou a confiança das suas comandadas com base em uma proposta clara, um projeto ambicioso e um estilo de jogo inegociável, baseado em tomar a iniciativa em campo.

Portanova chegou com três títulos nacionais femininos no currículo, à frente do UAI Urquiza (2014, 2017-2018 e 2018-2019). Mostrou-se pragmático, impôs seu estilo e se encarregou de resolver as diferenças internas para voltar a convocar Estefanía Banini, nome fundamental para a seleção.

Convenceu o elenco a jogar de igual para igual com cada adversário e, com essa filosofia, conseguiu a tão ansiada vaga no Mundial da Oceania. Passar pelo grupo em que o sorteio colocou a Argentina será o grande desafio.

A estrela: Estefanía BaniniA estrela: Estefanía Banini

Em boa fase no Atlético de Madrid e depois de um longo afastamento da seleção, Estefanía Banini retornou ao conjunto nacional durante a Copa América e se transformou em uma peça vital para a classificação para o Mundial.

Foi destaque com os três passes que deu para que as companheiras marcassem gols e mostrou toda sua categoria quando a seleção mais precisou dela. Aos 32 anos e independentemente de já ter anunciado que esta será sua última Copa do Mundo, mostrou que é decisiva e confirmou que, apesar de sua sólida base, a Argentina não pode se dar ao luxo de prescindir de jogadoras de peso para funcionar bem coletivamente.

Banini soube se encaixar no esquema de Portanova, que prioriza o toque de bola e confia na qualidade, no talento e na criatividade de jogadoras como ela. Eleita pela FIFA para a equipe feminina ideal de 2021, se transformou também em um apoio fundamental para as atacantes pelos passes que dá. É nesse atributo e em sua eficácia no ataque que a Argentina se baseará quando chegue o momento de estrear no Grupo G.

Fique de olho: Yamila RodríguezFique de olho: Yamila Rodríguez

Rodríguez tem muitas das características mais comuns do típico futebol argentino. É atrevida, se movimenta bem em campo com a bola nos pés, mas é ainda mais inteligente quando acompanha uma jogada sem intervir nela. Tem criatividade e chama a atenção pelo apurado faro de gol.

Além da grande fase que viveu no Boca Juniors ― time pelo qual torce e com o qual chegou a disputar a final da última Copa Libertadores ―, teve uma boa atuação na Copa América de 2022 pela seleção.

Foi artilheira do torneio com seis gols e fez a diferença quando faltavam 12 minutos para o final da decisão do terceiro lugar, marcando o gol do empate que daria início à virada contra o Paraguai e garantiria a classificação para o Mundial.

No início deste ano, em uma evolução lógica, foi contratada pelo Palmeiras. Sua estreia não poderia ter sido melhor: fez dois gols e deu os passes para outros dois na goleada sobre o Real Ariquemes por 9 a 0.

Histórico na Copa do Mundo Feminina da FIFAHistórico na Copa do Mundo Feminina da FIFA

A Argentina disputará seu quarto Mundial. Em sua primeira participação, nos EUA 2003, foi eliminada na primeira fase com derrotas para Japão, Canadá e Alemanha, futura campeã.

Quatro anos depois, na China 2007, voltou a enfrentar as alemãs e foi goleada por 11 a 0 na estreia. Também perdeu para Japão e Inglaterra e voltou rapidamente para casa de mãos vazias.

Depois de 12 anos de ausência, retornou na França 2019 e conseguiu deixar uma imagem muito melhor. Empatou sem gols com o Japão na estreia, perdeu só por 1 a 0 para a Inglaterra e igualou o último encontro com uma recuperação emocionante: 3 a 3 com a Escócia depois de estar perdendo por 3 a 0. Por muito pouco não conseguiu tornar realidade aquela que seria uma classificação histórica para as oitavas de final.