Mulher morta por não fazer almoço: ficha médica aponta que vítima foi baleada na cabeça e no tórax, diz delegado | Ribeirão Preto e Franca | G1

Por g1 Ribeirão Preto e Franca


Clarice Marciano, de 50 anos, foi morta em sítio de Santo Antônio da Alegria, SP — Foto: Arquivo pessoal

Uma ficha médica anexada às investigações sobre a morte de Clarice Marciano da Silva, de 50 anos, em Santo Antônio da Alegria (SP), depois que ela se recusou a fazer almoço para o marido, aponta que a vítima sofreu disparos de arma de fogo na cabeça e no tórax, segundo o delegado responsável pelo caso, Gabriel Freiria Neves.

Clarice foi morta em casa no dia 1º de maio, no sítio em que vivia com Reginaldo Martins da Silva, de 53 anos, que confessou o crime a policiais e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

Inicialmente, para o delegado, que deve concluir o inquérito esta semana e ainda aguarda o resultado de laudos periciais do local, das armas e munições apreendidas e da causa da morte, a vítima morreu em função dos disparos de uma arma que, pelas características, pode não ter deixado marcas de sangue no corpo da mulher.

"Teve muita especulação, muito por parte da família, sobre a causa da morte, mas está muito claro pra mim que há quase uma confissão, depois, o fato de a ficha médica que foi encartada nos autos dizer que ela tinha sinais de perfuração por disparo de arma de fogo no tórax e no crânio. O pessoal falando que não teve sangue. É que a arma é um calibre 22", disse Neves, ao g1.

Além de ser investigado por homicídio doloso, por motivo fútil e qualificado como feminicídio - ou seja, cometido em função do fato de a vítima ser mulher -, Silva já foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo, porque PMs encontraram, além do revólver que pode ter sido usado no homicídio, outras armas, munições e até materiais para recarga como pólvora e chumbo.

"Além da arma que ele utilizou pra matar a vítima, ele tinha outras armas de fogo na casa. Aparentemente tinha instrumentos para fazer recarga de cartucho."

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A reportagem tenta obter um posicionamento da defesa dele nesta quarta-feira (8).

Silva está preso preventivamente em Serra Azul (SP). A defesa tentou obter na Justiça o direito à prisão domiciliar, sob a alegação de que o suspeito precisa de atendimento médico por conta de um problema neurológico, mas um primeiro pedido foi rejeitado. Segundo a Polícia Civil, o suspeito não tem passagens criminais anteriores.

Clarice Marciano, de 50 anos, foi morta em sítio de Santo Antônio da Alegria, SP — Foto: Arquivo pessoal

Morte em sítio

O crime aconteceu por volta das 16h10 de quarta-feira (1º) no sítio onde o casal vivia. De acordo com a Polícia Militar, uma viatura foi acionada para atender a ocorrência e quando os policiais chegaram ao local, encontraram Reginaldo com uma arma.

Clarice já tinha sido socorrida por uma ambulância, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Reginaldo foi preso em flagrante. Antes de ser encaminhado à cadeia, Reginaldo passou por atendimento médico, por conta de ferimentos no corpo.

Segundo ele, os hematomas foram causados por conta de uma briga com a mulher. À polícia, Reginaldo confessou o assassinato e disse que foi motivado por uma discussão após a mulher se recusar a preparar o almoço.

Irmã de Clarice, Claudia Aparecida Marciano disse que a vítima havia decidido se separar no dia do crime. Segundo ela, a mulher era agredida constantemente pelo marido. Ainda de acordo com a Claudia, a irmã tentou se separar do marido em outras ocasiões, mas sofria ameaças.

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