O triste desaparecimento de Sean Flynn, o fotojornalista filho do ator Errol Flynn
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Matérias / Hollywood

O triste desaparecimento de Sean Flynn, o fotojornalista filho do ator Errol Flynn

Aos 28 anos de idade, o rapaz desapareceu enquanto cobria a Guerra do Vietnã, no dia 6 de abril de 1970

Vanessa Centamori Publicado em 08/04/2020, às 18h00 - Atualizado às 20h00

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Sean Flynn, filho do ator  Errol Flynn - Divulgação
Sean Flynn, filho do ator Errol Flynn - Divulgação

Nascido em 31 de maio de 1941, o norte-americano Sean Flynn era um belo rapaz, alto e charmoso, que tinha tudo para brilhar nos telões de cinema. Com berço privilegiado, ele foi o filho único do famoso ator Errol Flynn e da atriz francesa Lili Damita. Tentou, por um tempo, seguir a carreira hollywoodiana dos pais, mas uma paixão falou mais alto: o fotojornalismo. 

Foi justamente esse amor, que o fazia estar por trás, em vez de em frente às cameras, que o acabou fazendo enfrentar enormes riscos. Conhecido por registrar com suas lentes os conflitos da Guerra do Vietnã, Flynn encarava qualquer desafio para conseguir o clique perfeito. Porém, mais tarde, isso resultou no seu sumiço misterioso. 

Vida de ator

Aos 15 anos de idade, Sean Flynn ainda atuava como ator, estreando na série The Erron Flynn Theatre (1957). Um grande amigo de seu pai, George Hamilton, conseguiu para o garoto uma enorme oportunidade: um papel no longa Bastam Dois Para Amar (Where the Boys Are, 1960).

Sean Flynn ao lado do pai, Errol Flynn / Crédito: Divulgação 

Só que Flynn não se saiu muito bem na atuação. Sua cenas, foram todas cortadas e ele acabou aparecendo somente uma vez no filme. Já era um sinal que talvez ele não estivesse predestinado para o cinema. 

Na década de 1960, acabou o sistema de contratos dos estúdios e muitos atores importantes ficaram desempregados. Como alternativa, vários foram então para a Europa, para atuar em filmes de baixo orçamento. Flynn foi um deles, que acabou conseguindo melhores chances no exterior. 

Logo, estrelou em 1962 no filme ítalo-espanhol O Filho do Capitão Blood (El Hijo del Capitán Blood). Em seguida, interpretou Zorro em A Marca da Vingança (Il Segno di Zorro, 1963) e ainda fez vários outros filmes como protagonista, entre eles Os 7 Pistoleiros (7 Magnifiche Pistole, 1966).

Grande mudança
A vida de ator logo cansou Sean Flynn. Ele se mudou para a África, onde atuou como coordenador de jogos em um cassino no Quênia. Nesse período, ia somente de vez em quanto para a Europa atuar em algum filme. 
Sean Flynn na juventude / Crédito: Divulgação / Pinterest

Embarcou então em outra jornada, passando a registrar em 1966 os conflitos no Vietnã, como repórter freelancer. Fez grande sucesso, vendendo suas imagens para revistas renomadas, como Paris Match, Time Life e para a United Press International. 

A última cobertura 

No ano de 1970, durante uma cobertura jornalística para a Time, Flynn descia de paraquedas junto às tropas dos Estados Unidos, durante a Guerra do Vietnã. Como as tropas norte-vietnamitas avançaram na região, o fotojornalista foi com sua câmera para o Camboja. 

No dia 6 de abril daquele ano, Flynn, junto de sua colega fotojornalista Dana Stone, deixavam a capital do Camboja, Phnom Penh, para ir até uma coletiva de imprensa em Saigon. Depois do evento, os dois ficaram sabendo de um posto de controle na Rodovia 1, dominado pelos soldados comunistas vietcongs. 

Stone e Flynn saíram então em busca dessa Rodovia 1 para não perder o acontecimento e registrá-lo com suas câmeras. Partiram de moto pela estrada selva adentro, mas nunca mais foram vistos. O paradeiro dos dois ficou desconhecido por um período de 40 anos.

Errol Flynn, pai de Sean Flynn / Crédito: Wikimedia Commons 

Rapto

Até então, não se sabia ao certo o que teria ocasionado o sumiço do filho do ator Errol Flynn. Mas a principal hipótese era que Sean Flynn e a colega foram assassinados por guerrilheiros do Khmer Vermelho cambojano em junho de 1971, 14 meses após serem capturados. 

Essa informação foi depois confirmada por investigações realizadas por colegas dos dois jornalistas desaparecidos. Além da dupla, outros quatro jornalistas — dois da França e outros dois do Japão — também teriam sido capturados naquele mesmo dia por vietcongs. 

Entre os anos de 1970 e 1975, estima-se que 36 jornalistas estrangeiros e cambojanos foram assassinados ou desapareceram durante a guerra civil cambojana. Segundo o que mostrou um estudo de 2010, Flynn foi um dos profissionais da imprensa que foram mortos. 

Restos mortais

40 anos após o sumiço, em uma investigação financiada parcialmente pela própria família Flynn, pesquisadores finalmente encontraram o que sobrou do cadáver do fotojornalista, no dia 14 de março de 2010. Os restos mortais do rapaz estavam na selva do nordeste do Camboja. 

Sean Flynn em moto no Camboja / Crédito: Wikimedia Commons 

O que restou de Flynn foram apenas ossos, um pouco de roupa e quatro dentes. A descoberta dos resíduos do jornalista foi feita pelo britânico Keith Rotheram e pelo australiano David MacMillan, após quatro meses de escavações.

Um aldeão informou os especialistas sobre a localização dos restos mortais. O homem conhecia os locais onde eram feitas execuções durante a guerra entre o Governo do general Lon Nol e o Khmer Vermelho nos anos 1970.

Na época da guerra, o aldeão era pastor de búfalos. Ele soube dizer aos investigadores um lugar onde um ocidental alto e loiro, cuja descrição coincidia com a do jovem Flynn, teria sido executado, em 1971.

Ainda de acordo com o aldeão, Flynn teve que cavar seu próprio túmulo antes de morrer. Seu assassino lhe deu um tiro na nuca, mas a bala falhou, então o rapaz foi morto a pedradas. 

Segundo o jornal The Daily Mail, em 2016, o fotógrafo Paul Turner comprou no site E-Bay o que eler acredita ter sido a câmera de Sean Flynn, uma Nikon F, com as iniciais do moço e número de série entre novembro de 1967 e janeiro de 1968.

Fotos emblemáticas, provavelmente tiradas com aquela máquina fotográfica, fazem parte do legado do fotojornalista, que foi parar nos frontes de batalha — e é lembrado, honrosamente, até hoje. 


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