Em uma escala em que o ideal é 1, o Brasil tem um quociente de desenvolvimento de 0,93. Isso significa que as crianças estão demorando mais do que o esperado para se desenvolver tanto fisicamente como intelectualmente.

O estudo foi realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O professor titular de epidemiologia nutricional da UFRJ, Gilberto Kac, explica essa relação alimentação com o desenvolvimento das crianças.

"A gente está falando de uma criança que não desenvolve o potencial de crescimento, ela é mais baixa do que as coleguinhas porque ela não desenvolve o potencial genético, mas muitas vezes por questões de fato de acesso a alimentos ,dieta saudável", ressalta o professor titular de epidemiologia nutricional da UFRJ, Gilberto Kac.

O estudo também apontou que crianças negras, da região Norte do Brasil, filhas de mulheres com baixa escolaridade e com renda domiciliar de até meio salário mínimo, apresentam um índice de desenvolvimento ainda mais baixo, com um valor de 0,88.

Mariana Montoro Jens, diretora de comunicação da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, também destaca que a falta de nutrição na infância pode levar a problemas de aprendizado e saúde a longo prazo.

"Durante a infância, ela tem dificuldade, inclusive de aprender e apreender os conteúdos que são ditos. Isso pode a longo prazo também contribuir para o surgimento de doenças como obesidade, diabetes. 90% das conexões cerebrais, se dão nessa etapa da vida", destaca.

Projetos sociais em todo o país estão trabalhando para reverter esse cenário e ajudar no desenvolvimento das crianças. Doações de alimentos, como cestas básicas, estão sendo distribuídas para famílias em diversas regiões.

"Para muita gente é a única refeição do dia e o que deixa a gente muito preocupado e a gente às vezes tristes, é porque nem sempre a gente consegue dar o número de marmita suficiente para família inteira", relata Juliana da Costa Gomes, empreendedora social da Mãos de Maria Brasil e líder comunitária.