Loren Gray, 21 anos e mais 50 milhões de seguidores, fala sobre o que é sucesso para um creator

Aos 21 anos, a influenciadora, cantora e empresária norte-americana Loren Gray já se considera uma veterana. E não é para menos. Presente nas redes sociais desde os 13 anos, ela acumula nada menos do que 54 milhões de seguidores no TikTok.

As cifras nos perfis das outras redes também impressionam: são 24,4 milhões no Instagram; 3,6 milhões no YouTube; 1,6 milhão no Facebook; 1,5 milhão no X (antigo Twitter) e mais 530 mil ouvintes mensais no Spotify.

Loren Gray ganhou fama na internet ainda em 2015 pelo Musical.Ly, plataforma em que ela chegou a ser a pessoa mais seguida do mundo. No mesmo ano, baixou um novo aplicativo popular entre os colegas do ensino médio, o TikTok.

Graças à chegada antecipada, se tornou um dos perfis mais seguidos do mundo e seu grande público lhe rendeu acordos de conteúdo patrocinado com Skechers, Hyundai e Burger King.

A fama nas redes a levou para a música, com nove singles que alcançaram 100 milhões de streams. O mais recente é Breadcrumbs, lançado no início de novembro.

Conversamos com Loren Gray, que participa do Web Summit 2023, que acontece em Lisboa. Confira a íntegra da entrevista com a influenciadora:

Você tinha apenas 13 anos quando começou. Há quanto tempo você está envolvida no que chamamos de economia criadora?

Comecei nas redes sociais quando tinha 13 anos. E rapidamente se tornou um trabalho de tempo integral, e estou fazendo isso nos últimos oito anos.

Como você lida mentalmente com a obrigação que a maioria dos influenciadores e criadores de conteúdo têm de compartilhar suas vidas o tempo todo?

Acho que, para mim, trata-se de encontrar um equilíbrio. Tive momentos ao longo da minha carreira em que me senti esgotada. É encontrar o equilíbrio entre manter partes da sua vida privadas, saber quando guardar o telefone, e ser seletivo com o que o mundo vê. Acho que encontrar esse equilíbrio foi muito importante para mim.

E qual é a receita? Qual sua técnica para encontrar o equilíbrio certo entre vida pública e privada?

Por exemplo: se estou jantando com meus amigos ou saindo com minha família, guardo meu telefone. Ou se estou fazendo algo realmente divertido e emocionante, vou filmar. Há momentos que gosto de guardar com um amigo ou apenas meus pais, mas algumas coisas muito divertidas na minha vida gosto compartilhar com os seguidores.

Como aprender a lidar com os haters e todo o ódio que aparece nas redes sociais?

É algo que vai acontecer, especialmente quando você se coloca na frente de tantas pessoas. Sinto que aprendi a diferença entre quando alguém está apenas odiando e quando é algo construtivo. Fiquei muito boa em diferenciar os dois.

Você precisa ler tudo, há muito conteúdo nos comentários. Como você filtra o que vale a pena?

Não creio que exista um formato específico. Eu leio tantos comentários quanto posso e tento acompanhar meus fãs e interagir com eles da melhor maneira possível. Tento dar o máximo de atenção aos comentários positivos. E, claro, sempre recebo feedbacks construtivos de forma educada. Eu apenas faço o meu melhor para ajudar as pessoas que me apoiam.

Qual é sua abordagem com as marcas? Como você trabalha em parceria e como você vê a evolução deste mercado? Para você, o que funciona e o que não funciona ao monetizar conteúdo?

As parcerias sempre funcionaram bem para mim. Somos uma marca que se alinha com a minha marca pessoal. Pode ser um produto que já estou usando, ou algo que eu usaria, mas nunca experimentei. Eu não faria uma parceria com algo que não se encaixaria no meu tipo, que faria eu não me sentir autêntica. Meus fãs me conhecem, sabem quem eu sou e eu nunca iria querer vender a eles algo que não fizesse sentido ou fazer recomendações ruins. As melhores parcerias para mim são as que as marcas estão dispostas a colaborar na estratégia.

Você tem um exemplo recente?

Tenho uma colaboração com uma marca chamada Veyes Beauty. Eles fazem extensões de cílios e se tornou viral no TikTok e eu já estava usando o produto. Eles me procuraram porque viram usando. Me abordaram e eu respondi porque já estava usando o produto. E eles trabalharam comigo para criar um conteúdo que fizesse sentido para nós dois. Isso aumentará suas vendas e, ao mesmo tempo, será autêntico para mim e para meu público.

Você tem planos de criar sua própria marca?

Absolutamente. Acho que quanto mais experiente eu for, mais meios terei para entrar nesse tipo de negócio. Eu sempre gostei de colaborar com pessoas que sabem mais do que eu. É difícil fazer tudo sozinho. Estou interessada em muitos espaços diferentes.

Vemos criadores no Instagram versus Tik Tok, abordagens completamente diferentes porque as plataformas são diferentes. Como você lida com as diferenças entre a natureza de cada uma das plataformas?

Todas as plataformas servem ao seu propósito individual. Portanto, o YouTube é ótimo para conteúdo longo. Tik Tok é ótimo para conteúdo curto. O Twitter é ótimo quando você só precisa divulgar uma mensagem. Todas servem aos seus propósitos individuais. Mas também existem aplicativos semelhantes e muito desse conteúdo pode ser distribuído. Você traduz o conteúdo de uma plataforma para outra. E isso tem sido muito benéfico para mim porque é impossível para uma pessoa criar conteúdo original todos os dias para todas as plataformas. Eu tenho uma plataforma principal hoje? Eu diria que minha plataforma principal é o TikTok, Instagram, X e Snapchat.

Você pode compartilhar um pouco sobre como é sua carreira? Quais são os próximos passos?

Meu objetivo com a música sempre foi construí-la da mesma forma que construí minha consistência nas mídias sociais, escrevendo músicas que conectam as pessoas. Acabei de lançar meu novo single, Breadcrumbs. Estou ansiosa para escrever músicas.

Você já esteve no Brasil? Tem brasileiros entre os seus seguidores?

Eu estou presente no Brasil. Nunca fui para lá, mas adoraria. E sempre recebo comentários sobre ir ao Brasil, Então definitivamente preciso visitá-los.

*Com Dimalice Nunes