Obras de Sêneca - Clássicos Literários
Clássicos Literários Lista completa dos clássicos da literatura publicados em português.

Sêneca

Filósofo Romano (4 a.C - 65 d.C.)

Lúcio Aneu Sêneca foi um filósofo estoico e um dos mais célebres oradores, escritores e intelectuais do Império Romano. Conhecido também como Sêneca, o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensamento estoico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia renascentista. Ao invés de filosofar na segurança da cátedra de uma universidade, ele teve que lidar constantemente com pessoas não cooperativas e poderosas, e enfrentar o desastre, o exílio, a saúde frágil e a condenação à morte.

Oriundo de família ilustre, era o segundo filho de Hélvia e de Marco Aneu Sêneca. O irmão mais velho chamava-se Lúcio Júnio Gálio e era procônsul (administrador público) na Acaia, onde, em 53, se encontrou com o apóstolo cristão Paulo. Sêneca, o Jovem, foi tio do poeta Lucano. Ainda criança, foi enviado a Roma para estudar oratória e filosofia. Com a saúde abalada pelo rigor dos estudos, passou uma temporada no Egito para se recuperar e regressou a Roma por volta do ano 31. Nessa ocasião, iniciou carreira como orador e advogado e logo chegou ao senado.

Em 41, foi acusado por Messalina, esposa do imperador Cláudio, de ter cometido adultério com Júlia Lívila, sobrinha do imperador. Como consequência, foi exilado para a Córsega. No exílio, em meio a grandes privações materiais, Sêneca dedicou-se aos estudos e redigiu vários de seus principais tratados filosóficos. Entre eles, os três intitulados Consolationes ("Consolos"), em que expõe os ideais estoicos clássicos de renúncia aos bens materiais em busca da tranquilidade da alma mediante o conhecimento e a contemplação. Por influência de Agripina, sobrinha do imperador e uma das mulheres com quem este se casou, Sêneca retornou a Roma em 49. Agripina tornou-o preceptor de seu filho, o jovem Nero, e elevou-o a pretor em 50. Sêneca contraiu matrimônio com Pompeia Paulina e organizou um poderoso grupo de amigos.

Logo após a morte de Cláudio, ocorrida em 54, o escritor vingou-se com um escrito que foi considerado uma obra-prima das sátiras romanas, Apocolocyntosis spani Claudii ("Transformação em abóbora do spanino Cláudio"). Quando Nero, aos dezessete anos, tornou-se imperador, Sêneca continuou ao seu lado, porém não mais como pedagogo e sim como seu principal conselheiro, ajudado por Afrânio Burro. Sêneca procurou orientar para uma política justa e humanitária. Se, durante os primeiros sete anos, o governo de Nero lembra o de Augusto, o mérito exclusivo é desses dois homens que, na realidade, governaram ao lado do jovem príncipe. A índole de Nero foi mitigada, corrigida, freada. Mais tarde, porém, a malvadez de Nero teve predomínio.

Sêneca, durante algum tempo, exerceu influência benéfica sobre o jovem, mas, aos poucos, foi forçado a adotar atitudes de complacência. Chegou mesmo a redigir uma carta ao senado na qual se alega que tentou justificar a execução de Agripina em 59. Sêneca sabia que a maior culpa por sua morte havia sido da própria Agripina, que pretendia imperar e que se tornara hostil por ambição, capricho e corrupção; sua raiva crescente só fez aumentar a vingança matricida de Nero, que não deu mais ouvidos às palavras severas de seus dois conselheiros. Sêneca foi, então, muito criticado pela fraca oposição à tirania e à acumulação de riquezas de Nero, incompatíveis com as concepções estoicas.

Sêneca retirou-se da vida pública em 62, e em 65 foi acusado de ter participado da conspiração de Pisão, na qual o assassinato de Nero teria sido planejado. Sem qualquer julgamento, foi obrigado a cometer suicídio. Na presença dos seus amigos, cortou os pulsos com o ânimo sereno que defendia em sua filosofia.

Apesar de ter sido contemporâneo de Jesus Cristo, Sêneca não fez quaisquer relatos significativos de fenômenos milagrosos que aparentemente anunciavam o advento de uma poderosa nova religião; entretanto, segundo Jerônimo (De Viris Illustribus, XII), Sêneca teria trocado correspondências com Paulo (apóstolo com cidadania romana, também conhecido por Saulo). Constata-se que os cristãos, por intermédio de Lúcio Aneu Sêneca, assimilaram os princípios estoicos, utilizando, inclusive, as mesmas metáforas estoicas na Bíblia.

Mais Informações: Wikipédia Inglesa

Obras de Sêneca

Edições em Português

Aprendendo a Viver

Da Vida Feliz

Sobre a Tranquilidade da Alma

Sobre a Brevidade da Vida

Como Manter a Calma

Tratado Sobre a Clemência

Cartas de um Estoico

Edificar-se Para a Morte: Cartas Morais a Lucílio

Agamêmnon

Fedra

Sobre a Brevidade da Vida; Sobre a Constância do Sábio

Sobre a Ira; Sobre a Tranquilidade da Alma

A Loucura de Hércules; As Troianas; As Fenícias