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Leite anuncia pagamento de até R$ 2.500 a famílias afetadas pelas chuvas

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Do UOL, em São Paulo

17/05/2024 11h23Atualizada em 17/05/2024 13h42

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que vai pagar auxílio a famílias desabrigadas após a tragédia que atingiu o estado. Serão dois tipos de ajuda em dois cartões diferentes fornecidos pelo governo estadual.

O que aconteceu

Leite disse que utilizará o Cartão Cidadão para pagar R$ 2.500 a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza atingidas pelas chuvas. "Estamos efetuando hoje o depósito para 7.000 famílias neste cartão. As famílias são aquelas que as prefeituras já nos apresentaram o cadastro e estão desabrigadas", anunciou em coletiva nesta sexta (17).

Até a próxima sexta-feira (24), 40 mil famílias vão receber esse valor dentro do programa Volta por cima, segundo Leite. "Elas têm que ter a disponibilidade para comprar o que quiserem, é para o que elas precisarem com esses recursos, seja comida, eletrodomésticos, material de construção", disse. "Essas ações, a partir do que vivenciamos no ano passado, estão nos ajudando a ser mais ágeis."

Outro auxílio, de R$ 2.000, será pago com recursos arrecadados na campanha SOS Rio Grande do Sul. No total, disse Leite, serão transferidos R$ 100 milhões que já foram recebidos por meio de Pix. O governo identificou até agora 23 mil famílias que recebem até três salários mínimos e terão acesso a esse valor — são pessoas que estão no cadastro único, mas não estão em situação de pobreza e extrema pobreza.

"Montamos um comitê gestor que definiu que esse dinheiro deveria ir diretamente para as mãos das pessoas atingidas", disse Leite, sobre a arrecadação via Pix. As primeiras entregas dos cartões estão sendo feitas hoje nas cidades de Encantado e Arroio do Meio, conforme anúncio oficial.

Leite foi questionado na semana passada sobre a chave Pix disponibilizada para doações. Ele afirmou que a conta pertence a uma entidade privada que é vinculada a Associação dos Bancos do Estado. O governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta SOS Rio Grande do Sul, que havia sido lançado no ano passado.

Cruzamento de dados

Governo gaúcho utilizará cruzamento de dados para identificar famílias afetadas. "Conseguimos ter um controle mais preciso por meio do cruzamento das bases de áreas alagadas e quem está no cadastro único na pobreza ou na extrema pobreza", afirmou Leite.

O governo Lula (PT) anunciou na quarta (15) transferência de R$ 5.100 para famílias afetadas. Segundo o governo, o pagamento vai ser feito de forma imediata por meio de Pix e deve atender 200 mil famílias. Ao UOL News, no mesmo dia, o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), afirmou que uma mesma família poderá receber benefícios federal e estadual se estiver apta.

Centro administrativo provisório

Leite disse que vai despachar do centro administrativo provisório enquanto outros locais de trabalho estiverem sem condições de uso. "Trabalhamos para subir tudo para a nuvem", explicou. A sede do Executivo estadual e residência oficial do governador fica no Centro Histórico de Porto Alegre, que inundou. O Centro Administrativo Fernando Ferrari, que abriga grande parte dsa secretarias, também não está sendo usado.

O governador também anunciou que vai criar um comitê para mudanças climáticas no estado. "Precisamos de uma estrutura técnica, com dinâmica de liderança, entregas para a sociedade a partir de um núcleo gestor. Vamos convidar representantes da sociedade civil para formar um conselho", disse. Esse grupo também deve definir diretrizes para orientar o plano de reconstrução do estado — que recebeu o nome de "Plano Rio Grande do Sul".

Em 2019, o governo estadual mudou quase 500 normas ambientais. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, 480 normas do Código Ambiental foram alteradas por Eduardo Leite. Especialistas dizem que essas mudanças abriram brechas para uso de áreas de preservação, como margens de rios, e afrouxaram o controle do poder público sobre atividades com alto potencial de degradação.

É um plano de todos nós, setor privado, prefeituras, um grande plano de reconstrução que envolve todos nós. Não podemos ter divisão para reconstruir o Rio Grande. Isso envolve todos os níveis de governo para a reconstrução da vida das pessoas.
Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul

Números da tragédia

Mortes pelas enchentes são 154. Segundo boletim da Defesa Civil divulgado na manhã desta sexta, outras 98 pessoas seguem desaparecidas e 806 estão feridas. No momento, não há novas mortes em investigação.

Número de pessoas afetadas é de mais de 2,2 milhões em 461 cidades. Há mais 540.192 desalojados e 78.165 pessoas em abrigos.

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