Pinto Bandeira | Enciclopédia Itaú Cultural

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Artes visuais

Pinto Bandeira

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.05.2024
09.03.1863 Brasil / Rio de Janeiro / Niterói
28.08.1896 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Lamberto Scipioni

Uma Chácara em Niterói, 1887
Pinto Bandeira
Óleo sobre tela
24,20 cm x 46,30 cm

Antônio Rafael Pinto Bandeira (Niterói, RJ, 1863 - Rio de Janeiro, RJ, 1896). Pintor e professor. Descendente de escravos, ingressa em 1879 na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro, sendo discípulo do pintor João Zeferino da Costa (1840-1915). Participa regularmente da Exposição Geral de Belas Artes (Egba), sendo contemplado...

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Biografia

Antônio Rafael Pinto Bandeira (Niterói, RJ, 1863 - Rio de Janeiro, RJ, 1896). Pintor e professor. Descendente de escravos, ingressa em 1879 na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro, sendo discípulo do pintor João Zeferino da Costa (1840-1915). Participa regularmente da Exposição Geral de Belas Artes (Egba), sendo contemplado com os prêmios de menção honrosa em modelo vivo, em 1883; grande medalha de ouro, em pintura histórica, em 1884; e, no ano seguinte, o prêmio Imperatriz do Brasil, criado em 1880 pelo comendador Caetano de Araújo.

Em 1886, realiza exposição pública no edifício da Aiba, exibindo estudos de paisagem. Frequenta a academia até 1887, quando se muda para Salvador por indicação de seu amigo, o pintor Firmino Monteiro (1855-1888). Na capital baiana, produz diversas pinturas da paisagem local e  leciona no Liceu de Artes e Ofícios, onde, em 1889, realiza mostra exibindo 15 quadros de paisagens, marinhas, figuras e temas religiosos. Retorna a Niterói em 1890. Tenta, sem sucesso, fundar uma escola de belas artes na cidade.

Possui obras nos acervos do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Rio de Janeiro; no Museu Antônio Parreiras, Niterói; e no Museu Afro Brasil (MAB), São Paulo. Postumamente, suas obras integram a mostra antológica A Paisagem Brasileira até 1900, organizada por Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969), na 2ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), em 1953.

Análise

Na opinião do crítico e historiador Quirino Campofiorito (1902-1993), embora não tenha sido aluno do pintor alemão radicado no Rio de Janeiro Georg Grimm (1846-1887), um dos mais destacados paisagistas do século XIX no Brasil, Pinto Bandeira pode ser considerado um continuador de seu estilo. Suas paisagens e marinhas exibem uma preocupação descritiva na observação e representação da natureza, resultando em pinturas bastante detalhadas, de luminosidade e cromatismo pouco contrastados, características dos trabalhos de Grimm. Essas qualidades podem ser observadas em obras como Paisagem do Rio de Janeiro ou Marinha (ambas de 1884), pertencentes ao MNBA.

Dedicando-se principalmente à paisagem, exerce também outros gêneros pictóricos como a natureza-morta, o retrato e a pintura de costumes. Nesse último, alcança realizações interessantes como Moça Sentada (1890) e Jovem Adormecida (1891), pertencentes ao Museu Antônio Parreiras. Em ambas as telas o artista se permite uma fatura mais livre e um colorido mais intenso, como no contraste entre o vermelho da blusa e o amarelo da saia, na primeira obra, ou no vestido azul da jovem, na segunda. Nessa, o desenho também ganha em liberdade, especialmente nos ornamentos do papel de parede ao fundo. No entanto, são obras de dimensão intimista, revelando personagens introspectivas, com em Cabeça de Homem (1891). É de interesse notar ainda que, nesses trabalhos, as figuras têm a pele morena, sugerindo a opção do artista por modelos também afrodescendentes, como se nota ainda em Feiticeira (1890), do acervo do MAB.

Obras 7

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Reprodução fotográfica Januário Garcia

Lenhador

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Januário Garcia

Natureza-Morta

Óleo sobre tela

Exposições 18

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Fontes de pesquisa 12

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. 703.0981 P818d
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1982. 709.81 A163a
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942. R703.0981 B813a
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 759.981034 C198hi
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). R703.0981 C376d v.1
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Pintores negros do oitocentos. São Paulo: MWM Motores Diesel Ltda. : Indústria Freios KNORR Ltda., 1988. [246 p.]. (Coleção MWM-IFK).
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).

Como citar

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