Prighozin era líder de um exército privado, o Grupo Wagner. Ele foi um aliado de Vladimir Putin durante muitos anos, mas, em junho, o mercenário e seus comandados organizaram um motim contra o Ministério de Defesa da Rússia. Na ocasião, Putin disse que a rebelião era uma traição.

Nos dias imediatamente anteriores ao da queda do avião houve novidades de Prighozin:

• Na segunda-feira, ele divulgou em redes sociais o primeiro vídeo em que aparecia desde o motim.
• Na terça-feira, um aliado de Prighozin no exército, Serguei Surovikin, conhecido como "general Armagedom", foi demitido.

Serguei Surovikin era um dos rostos emblemáticos da ofensiva russa contra a Ucrânia, mas o vínculo dele com o grupo paramilitar Wagner e com Prigozhin complicaram sua trajetória.

A demissão foi noticiada na terça-feira (22) pela agência de notícias estatal RIA.

Desde a tentativa de motim do grupo Wagner, o general desapareceu dos eventos públicos, o que seria sinal de seu declínio, de acordo com analistas.

Na madrugada de 23 para 24 de junho, quando Prigozhin tentou derrubar a cúpula militar russa, Surovikin apareceu em um vídeo em que falava com ar solene, segurando uma arma. No vídeo, ele dizia o seguinte: "Dirijo-me aos combatentes e líderes do grupo Wagner. Somos do mesmo sangue, somos guerreiros. Peço que parem antes que seja tarde demais.

Menos de 24 horas depois, Prigozhin recuou e, segundo várias fontes, seguiu para o exílio em Belarus. Mas o apelo de Surovikin, divulgado muito rapidamente e considerado forçado por alguns observadores, não foi suficiente para evitar a marginalização do general, devido a seus vínculos com o grupo Wagner.

Com fama de implacável, Surovikin era o principal interlocutor dos mercenários com as Forças Armadas da Rússia.

Ele chegou a ser nomeado comandante das tropas russas na Ucrânia, em outubro de 2022 (na ocasião, Prigozhin comemorou a notícia), mas ele durou apenas três meses no cargo.

Prigozhin postou na segunda-feira (21) seu primeiro discurso em vídeo desde que liderou o motim em junho..

O vídeo, possivelmente gravado na África, surgiu em canais do aplicativo Telegram ligados ao Grupo Wagner. Ele aparece em pé, em uma área desértica, e com um rifle em suas mãos. Mais atrás, há outros homens armados em uma picape.

As agências de notícias não conseguiram estabelecer a localização exata ou confirmar a data da gravação, mas os comentários de Prigozhin e alguns posts de canais pró-Wagner sugeriram que ela foi filmada na África.