Pourquoi le français Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas - Pedagogia
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Pourquoi le français Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas

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This content is licensed under a Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use and 
distribution, provided the original author and source are credited.
https://dx.doi.org/10.1590/1678-460X202339355723
D.E.L.T.A., 39-3, 2023 (1-24): 202339355723
D E L T A
Artigos
Pourquoi le français? Um estudo de caso sobre 
ideologias linguísticas 
Pourquoi le français? A case study on language ideologies
Socorro Cláudia Tavares de Sousa1 
Rossana Souto Lima Koffmann2 
Andrea Silva Ponte3
RESUMO
Este trabalho inserido no campo da Política Linguística (PL) tem como 
objetivo investigar as ideologias linguísticas sobre a língua francesa (LF) 
presentes em textos de alunos de francês como língua estrangeira (FLE), 
em seis escolas de língua, na cidade de João Pessoa. Para atingirmos tal 
objetivo, analisamos, qualitativamente, as respostas a uma pergunta de um 
questionário aplicado a 174 alunos, explorando o conteúdo temático e os 
elementos textuais a partir da Linguística Textual (Koch, 2000a, 2000b). 
A análise foi realizada conforme os pressupostos teóricos das Ideologias 
Linguísticas (Del Valle, 2007; Arnoux & Del Valle, 2010; e Del Valle & 
Meirinho-Guede, 2016). Os resultados indicaram que as ideias sobre a LF 
1. Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba – Brasil. https://orcid.org/0000-
0002-0514-9264. E-mail: sclaudiats@gmail.com
2. Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba – Brasil. https://orcid.org/0000-
0002-3543-4699. E-mail: rossana677@hotmail.com
3. Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba – Brasil. https://orcid.org/0000-
0002-5735-6425. E-mail: andrea.ponte.ufpb@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-0514-9264
https://orcid.org/0000-0002-0514-9264
mailto:sclaudiats@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-3543-4699
https://orcid.org/0000-0002-3543-4699
mailto:rossana677@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-5735-6425
https://orcid.org/0000-0002-5735-6425
mailto:andrea.ponte.ufpb@gmail.com
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2023 Socorro C. Tavares de Sousa, Rossana S. Lima Koffmann, Andrea S. Ponte
apresentam conexões diversas com dimensões sociais: estética – LF como 
símbolo de elegância e requinte e LF como representativa de uma cultura 
superior-, epistemológica – LF como língua da ciência -, identidade 
nacional – LF como língua da França -, identidade internacional – LF 
como língua da diplomacia - e laboral – LF como língua para o mercado 
de trabalho.
Palavras-chave: ideologia linguística; análise textual; francês; FLE.
ABSTRACT
This paper aims to investigate language ideologies related to the French 
language present in the texts of students of French as a foreign language 
(FFL) in six schools in the city of João Pessoa. To this end, answers to 
one of the questions of a questionnaire completed by 174 language school 
students were qualitatively analyzed, exploring the thematic content and 
textual elements from the perspective of text linguistics (Koch, 2000a, 
2000b). The analysis was performed based on the discussions of language 
ideologies (Del Valle, 2007; Arnoux & Del Valle, 2010; and Del Valle & 
Meirinho-Guede, 2016). Results indicated that the ideas related to the 
French Language (FL) have several connections to social dimensions, 
namely aesthetic – FL as a symbol of elegance and refinement and FL 
as representative of a superior culture -, epistemological – FL as the 
language of science -, national identity – FL as the language of France -, 
international identity – FL as the language of diplomacy -, and labor – FL 
as a language for the labor market.
Keywords: language ideology; textual analysis; French; FFL.
1. Introdução
Nas últimas décadas, a análise e interpretação da relação entre as 
línguas e os seres humanos no mundo social ganhou um espaço destaca-
do em diferentes campos das Ciências Humanas, como a Antropologia 
e a Linguística. Segundo Woolard (2012), as ideologias linguísticas 
(doravante IL) são um vínculo mediador entre as formas linguísticas 
e as formas sociais, colocando em jogo as conexões da língua com a 
identidade ou a estética, por exemplo. Assim, quando falamos de IL, não 
nos referimos somente a usos linguísticos, mas também a noções sobre 
pessoas, instituições ou grupos sociais. Neste sentido, a autora aponta 
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que as IL têm sido objeto de investigação em diferentes abordagens, 
por exemplo: ideologia na interseção do uso da língua e estrutura (e.g. 
Hill, 2012); etnografia da fala (e.g. Briggs, 2012); contato linguístico e 
conflito (e.g. Spitulnik, 2012); intervenção explícita na língua: política, 
purismo e padronização (e.g. Kroskrity, 2012); letramento e ortografia 
(e.g. Schieffelin & Doucet, 2012); historiografia da linguística (e.g. 
Collins, 2012).
Sem a pretensão de sermos exaustivas, no Brasil, também identi-
ficamos alguns trabalhos4, dentre os quais destacamos: Rocha (2020) 
investigou a Base Nacional Curricular Comum de Língua Inglesa, 
desvelando as IL subjacentes à noção de “língua franca”, bem como 
de “língua e cultura” e de “norma e variação linguística”, sob a ótica 
da Glotopolítica; Zomer (2020) analisou as ideologias e políticas lin-
guísticas presentes em uma colônia holandesa no estado do Paraná, 
enfocando os discursos sobre as práticas comunicativas em três insti-
tuições (igreja, escola e museu); Passoni (2018) estudou as ideologias 
sobre a língua inglesa na política linguística do Programa Inglês sem 
Fronteiras, escrutinando textos da esfera legal, midiática e educacional; 
Rivas (2015) descreveu os pressupostos ideológicos sobre as línguas 
nas políticas linguísticas do Brasil e do México, dentre outros. 
Neste artigo, nos debruçamos sobre a pesquisa acerca das IL no 
contexto educacional brasileiro, tratando de preencher uma lacuna 
temática sobre as IL relacionadas à língua francesa (LF)5. Buscamos 
responder à seguinte questão de pesquisa: quais IL sobre a LF emergem 
nos comentários de alunos de francês como língua estrangeira (FLE), 
em escolas de língua, na cidade de João Pessoa/PB? Assim, descreve-
mos as IL presentes nas razões que levaram os alunos a estudar a LF. 
Cabe destacar que essa língua foi perdendo espaço no cenário 
educacional brasileiro ao longo dos anos devido a políticas linguísticas 
que privilegiam outras línguas estrangeiras como o inglês e o espanhol. 
A título de ilustração, destacamos as opções de línguas estrangeiras 
4. A pesquisa foi realizada no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfei-
çoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Utilizamos os seguintes filtros: o termo 
“ideologia linguística”, os anos de 2012 a 2021 e as áreas de Letras, Linguística Aplicada, 
Linguística e Língua Portuguesa. 
5. Verificamos esta lacuna temática a partir de um levantamento feito no Banco de Teses 
e Dissertações da Capes sobre a LF no contexto educacional.
4 
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no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) – inglês e espanhol6 –, 
bem como a promulgação da Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005, 
que instituiu a obrigatoriedade da oferta do espanhol no Ensino Médio, 
e foi, posteriormente, revogada pela Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro 
de 2017, que tornou obrigatório o ensino da língua inglesa na educação 
básica.
A fim de responder nossa questão norteadora, analisamos os 
comentários de uma única pergunta, de um questionário aplicado a 
174 participantes7. A questão – Por que você estuda a LF? – oferecia 
14 opções de escolha e o estudante poderia ainda acrescentar outras 
opções, se desejasse, bem como poderia realizar comentários sobre a 
opção selecionada. Considerando que nosso interesse é descrever o 
ponto de vista dos estudantes de FLE, caracterizamos esta pesquisa em 
um paradigma interpretativista (Lin, 2015). Realizamos uma análise de 
natureza qualitativa nas respostas dos alunos, explorando o conteúdo 
temático e os elementos textuais como índices deavaliação, marcadores 
de pressuposição, operadores argumentativos, dentre outros, a partir 
da Linguística Textual (Koch, 2000a, 2000b).
Inserimos este trabalho no campo de pesquisa da Política Lin-
guística (PL), compreendida por Spolsky (2004, 2009, 2012) como 
constituída de diferentes dimensões – gestão, práticas e ideologias. Para 
o autor, “A ideologia ou crenças linguísticas designam o consenso da 
comunidade de fala sobre o valor a aplicar a cada uma das variantes 
ou variedades linguísticas que compõem seu repertório”8 (Spolsky, 
2004, p. 14). Para aprofundar o estudo da dimensão das ideologias, o 
presente trabalho adota a noção teórica de Del Valle (2007), Arnoux e 
Del Valle (2010) e Del Valle e Merinho (2016).
6. Na edição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2022, o inglês será a 
única língua estrangeira.
7. O questionário completo conta com dez perguntas e foi elaborado para a conformação 
do corpus da dissertação de mestrado de Koffmann (2018) – desenvolvida no Programa 
de Pós-Graduação em Linguística da UFPB e defendida em 2018.
8. Todas as traduções são de responsabilidade das autoras. No original: “Language 
ideology or beliefs designate a speech community’s consensus on what value to apply to 
each of the language variables or named language varieties that make up its repertoire.” 
(Spolsky, 2004, p. 14).
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Para fins de organização retórica, este texto se constitui da seguinte 
forma: esta primeira seção apresenta uma breve revisão da literatura 
sobre IL no cenário internacional e nacional e tece as linhas gerais da 
pesquisa – pergunta de pesquisa, objetivo e design metodológico; a 
segunda discorre sobre IL; a terceira apresenta o processo metodológico 
utilizado para a constituição da pesquisa; a quarta descreve e discute os 
dados; e, por fim, a quinta mostra um resumo dos principais achados 
e as conclusões. 
2. Aporte teórico 
 Ideologia Linguística é uma categoria teórica com diferentes 
concepções advindas de campos disciplinares diversos, enfocando 
aspectos distintos (Woolard, 2012). Proveniente da Antropologia 
Linguística, uma definição precursora foi elaborada por Silverstein 
(1979, p. 193) que compreende IL como “conjuntos de crenças sobre 
a linguagem articuladas pelos usuários como uma racionalização ou 
justificativa da estrutura e uso da linguagem percebidas”9. Essa noção 
enfatiza “o papel da consciência linguística como uma condição que 
permite que os falantes racionalizem e, de outra forma, influenciem a 
estrutura de uma língua”10 (Kroskrity, 2009, p. 407). O autor explora 
uma dimensão da língua que era marginalizada pelos acadêmicos 
(Kroskrity, 2009; Arnoux & Del Valle, 2010).
Partindo do pressuposto de que abordar essa categoria analítica 
é adentrar em um terreno pantanoso e considerando que o presente 
trabalho se insere no campo da PL, é que adotamos a noção de IL 
desenvolvida por Del Valle (2007) e, posteriormente, comentada por 
Arnoux e Del Valle (2010) e Del Valle e Meirinho-Guede (2016). A 
escolha dessa noção se explica pelo fato de ser bastante profícua nos 
estudos de PL e de as IL estarem subjacentes em intervenções na(s) 
língua(s), visto que visam a modificar as ideias e práticas linguísticas 
dos falantes (Del Valle, 2007). Del Valle (2007) apresenta IL como
9. No original: “sets of beliefs about language articulated by the users as a rationaliza-
tion or justification of perceived language structure and use.” (Silverstein, 1979, p. 193).
10. No original: “the role of linguistic awareness as a condition which permits speakers 
to rationalize and otherwise influence a language’s structure.” (Kroskrity, 2009, p. 497).
6 
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[...] sistemas de ideias que articulam noções de linguagem, as línguas, a fala 
e/ou a comunicação com formações culturais, políticas e/ou sociais especí-
ficas. Ainda que pertençam ao terreno das ideias e possam ser concebidas 
como quadros cognitivos que ligam coerentemente a linguagem a uma ordem 
extralinguística, naturalizando-a e normalizando-a (van Dick, 1995), também 
há que assinalar que se produzem e se reproduzem no terreno material das 
práticas linguísticas e metalinguísticas, dentre as quais apresentam para nós 
interesse especial as que exibem um alto grau de institucionalização.11 (Del 
Valle, 2007, pp. 19-20).
Nesta definição, destacamos alguns aspectos: i) a dimensão “idea-
cional” das IL; ii) a filiação epistemológica dessa categoria a uma visão 
de língua não formal (Del Valle, 2007; Woolard, 2012); iii) a função 
naturalizadora; iv) a presença das IL em práticas metalinguísticas e 
linguísticas; v) o papel das instituições na produção e reprodução de 
IL. Em relação ao primeiro aspecto, a noção de Del Valle (2007) se 
assemelha a definições de ideologia como um “fenômeno mental”, 
“representações subjetivas” (Woolard, 2012), contudo não desconsidera 
a dimensão social. Sobre essa questão, Gal (2012) destaca que as IL 
reportam “a questões de conhecimento humano (ideias, consciência 
e crenças sobre a relação entre a língua e a fala na vida social)12”. No 
que se refere ao segundo aspecto, a noção de IL é embasada em uma 
concepção de língua como prática social, a qual conecta o linguístico 
e o extralinguístico (Del Valle & Meirinho-Guede, 2016). A Antropo-
logia Linguística, a Sociolinguística e a Glotopolítica são exemplos 
de campos de conhecimento que exploram o papel do contexto nos 
estudos da linguagem (Del Valle, 2007). Nessa perspectiva, Del Valle 
(2007) destaca que 
11. No original: “[...] sistemas de ideas que articulan nociones del lenguage, las lenguas, 
el habla y/o la comunicación con formaciones culturales, políticas y/o sociais específicas. 
Aunque pertenecen al ámbito de las ideas y se pueden concebir como marcos cognitivos 
que ligan coherentemente el lenguaje con un orden extralingüístico, naturalizándolo y 
normalizandólo (Van Dick, 1995), también hay que señalar que se producen y repoducen 
en el ámbito material de las prácticas lingüísticas y metalingüísticas, de entre las cuales 
presentan para nosotros interés especial las que exhiben un alto grado de institucionali-
zación.” (Del Valle, 2007, p. 193).
12. No original: “Si bien las ideologías lingüísticas hacen siempre referencia a temas del 
conociemento humano (ideas, conciencia y creencias sobre la relaci[on entre la lengua y 
el habla en la vida social).” (Gal, 2012, p. 408).
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Foram se produzindo assim uma série de convergências entre as quais acabo 
de denominar ramos contextuais da linguística e o que já convencionalmente 
se reconhece como a virada linguística das ciências sociais e da filosofia que 
criaram as condições necessárias para o desenvolvimento e reconhecimento 
da categoria analítica que aqui nos ocupa: as ideologias linguísticas.13 (Del 
Valle, 2007, p. 19).
É nesse “clima de opinião” que as IL são compreendidas como 
produto de um contexto histórico, social, econômico e político e, ao 
mesmo tempo, como prática que constitui dado contexto (Del Valle & 
Meirinho-Guede, 2016). Nesse sentido, as IL se caracterizam por sua 
contextualidade (Del Valle, 2007). Ou seja, é “uma categoria que nos 
convida a pensar sobre a linguagem em relação ao contexto”14 (Del 
Valle & Meirinho-Guede, 2016, p. 622). Um exemplo são as diferentes 
ressonâncias da IL do francês no percurso de integração de imigrantes 
magrebinos na França “na relação que existe entre aprendizagem ou 
conhecimento do francês e integração”15 (Biichlé, 2012).
Em relação ao terceiro aspecto, a função naturalizadora explica 
como as ideias sobre a língua(gem) são tidas como “normais”, “da-
das”, não questionáveis, definitivas. Em outras palavras, “têm efeito 
naturalizador - como se fossem verdades inapeláveis - das imagens que 
produzem da linguagem.”16 (Del Valle& Meirinho-Guede, 2016, p. 
622). Alguns exemplos de IL naturalizadas são: uma nação se define 
por uma língua ou sociedades desenvolvidas têm línguas superiores 
(Arnoux & Del Valle, 2010). Já o quarto aspecto destaca que as IL po-
dem ser (re)produzidas em instrumentos linguísticos como gramáticas, 
dicionários, manuais de estilo e, também, nas práticas linguísticas. Um 
exemplo desta última é o uso ou de uma forma com pretensão de neu-
13. No original: “Se fueran producindo así una serie de convergencias entre las que acabo 
de llamar ramas contextuales de la lingüística y lo que ya convencionalmente se reconece 
como el giro lingüístico de las ciencias sociales y de la filosofia que crearon las condiciones 
necesarias para el desarollo y reconocimiento de la categoría analítica que aquí nos ocupa: 
las ideologías ligüísticas.” (Del Valle, 2007, p. 19).
14. No original: “Se trata de uma categoria que nos invita a pensar el linguaje em relación 
com el contexto” (Del Valle & Meirinho-Guede, 2016).
15. No original: “au rapport qui existe entre apprentissage ou connaissance du français 
et intégration” (Biichlé, 2012, p. 47).
16. No original: “y tienen efecto naturalizador - como si de verdades inapelables se tratara 
- de las imágenes que producen del linguaje.” (Del Valle & Meirinho-Guede, 2016, p. 622).
8 
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tralidade (e.g. prezades, prezad@s, prezadxs), ou do gênero feminino 
antecedido do masculino (e.g.: alunas e alunos), ou, ainda, do gênero 
masculino (e.g. alunos), conectando, deste modo, escolhas linguísticas 
a diferentes ideologias veiculadas na sociedade. Verificamos, assim, 
que as IL estão relacionadas a outras ideologias que circulam na socie-
dade, e estão inscritas em sistemas mais amplos associados a posições 
políticas e sociais (Woolard, 2012). E, por fim, o quinto aspecto se 
refere ao modo como as IL são produzidas e reproduzidas no seio das 
instituições (eg. Estado, mídia, escola...). Nessa perspectiva, Del Valle 
(2007) configura mais uma função das IL: a institucionalidade. Uma 
ilustração é a IL da padronização linguística relacionada à constituição 
de um Estado-Nação.
Adicionalmente, Del Valle (2007) apropria-se de quatro dimen-
sões das IL apresentadas por Kroskrity (2009)17, a saber: a) interesses 
de um grupo social ou cultural; b) multiplicidade das ideologias; c) 
consciência dos membros do grupo; d) mediação entre as estruturas 
sociais e os usos da linguagem. A primeira dimensão destaca que as IL 
“representam a percepção da linguagem e do discurso que é construída 
no interesse de um grupo social ou cultural específico.”18 (Kroskrity, 
2009, p. 501). Embora Del Valle (2007) adote essa característica, o 
autor faz questão de se distanciar de uma percepção de IL como uma 
“manipulação consciente” de determinado grupo social sobre outro(s), 
pois não pretende associar a ideia de ideologia com falsa consciência 
ou oposição da verdade. Na visão de Del Valle (2007, p. 22), as IL 
se relacionam a “práticas e ideias naturalizadas e normalizadoras de 
ordem extralinguística, com a legitimação de um tipo específico de 
conhecimento que sustenta o exercício do poder e da autoridade.”19. 
A segunda dimensão corresponde à multiplicidade das IL pelo fato de 
haver divisões dentro dos grupos sociais como classe social, gênero, 
idade, dentre outras, promovendo, destarte, experiências diferenciadas 
17. Para Kroskrity (2009), as IL se constituem em um conceito agrupado de diferentes 
dimensões que, por sua vez, estão em convergência umas com as outras. 
18. No original: “language ideologies represent the perception of language and discourse 
that is constructed in the interest os a specifc social or cultural group.” (Kroskrity, 2009, 
p. 501).
19. No original: “prácticas e ideas naturalizadas y normalizadoras de un ordem extra-
lingüístico, con la legitimación de un tipo determinado de saber que sirve de soporte al 
ejercicio del poder e la autoridad.” (Del Valle, 2007, p. 22).
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nos agentes. Essa distribuição múltipla das IL ressalta a base sociológica 
dessa noção, possibilitando a análise do conflito e da hegemonia de 
uma IL em relação a outra. A terceira dimensão põe em evidência os 
diferentes níveis de consciência das IL pelos agentes. Nesse continuum, 
em uma extremidade temos uma consciência discursiva e em outra 
extremidade uma consciência prática ou naturalizadora. E, a quarta 
dimensão descreve as IL como “pontes” entre as formas da língua e as 
estruturas sociais. Nessa perspectiva, as formas da língua (re)produzem, 
de forma micro, a ordem política e econômica do mundo social.
O movimento politicamente correto na linguagem, por exemplo, 
ilustra cada uma dessas dimensões das IL: a promoção dessa linguagem 
está intimamente relacionada com interesses de grupos específicos 
considerados marginalizados dentro da sociedade (e.g.: LGBTQI+, 
feministas, movimentos antirracistas etc.), o que demonstra que as 
experiências sociais são vivenciadas de forma diferente por cada um 
desses grupos sociais. Por exemplo: uma pessoa pertencente ao grupo 
LGBTQI+ não se vê contemplada por um uso de uma linguagem não 
inclusiva dentro da sociedade. Essa política linguística é realizada de 
forma consciente pelos interessados como forma de desnaturalizar 
determinados usos da língua que promovam qualquer tipo de exclusão 
ou discriminação social.
Dentro da perspectiva teórica adotada neste trabalho, é possível 
identificar as IL em textos que regulam política ou juridicamente a(s) 
língua(s) como leis e decretos; em textos que visam a descrever, nor-
matizar ou ensinar uma língua como gramáticas, dicionários, manuais 
de estilo, livros didáticos; em textos que tematizam sobre a(s) língua(s) 
ou suas variedades linguísticas como artigos de opinião ou redes sociais 
que abordam os usos corretos; em textos humorísticos ou midiáticos 
que relacionam grupos de pessoas a determinadas formas de uso da 
língua; em textos produzidos nas práticas linguísticas (Arnoux & Del 
Valle, 2010; Del Valle & Meirinho-Guede, 2016). Nesta pesquisa, 
iremos analisar as IL presentes nos textos produzidos por estudantes 
de LF que comentaram a seguinte pergunta: por que você estuda a 
língua francesa?
10 
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3. Metodologia
Esta pesquisa se insere em um paradigma interpretativista (Lin, 
2015), visto que enfoca a “compreensão do propósito e significado dos 
atores sociais e ações sociais.”20 (Lin, 2015, p. 25). Assim, buscamos 
descrever as IL sobre a LF a partir da perspectiva dos estudantes de 
FLE em escolas de línguas localizadas em João Pessoa/PB, pois nos 
ancoramos no pressuposto de que a realidade é construída na experi-
ência social. Dentro desse paradigma, o questionário foi selecionado 
como instrumento de geração de dados.
Em um primeiro momento, foram elencadas as escolas que ofere-
ciam curso de FLE como língua não obrigatória: Aliança Francesa de 
João Pessoa (AFJP), Casa Toulousaine, Centro de Línguas do Estado 
(CELIN), Centro de Línguas do Município (CELEST), Escola Marista 
Pio X e curso de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 
Em seguida, os gestores das respectivas instituições educacionais – di-
retores e/ou coordenadores –, e, também, os professores foram conta-
tados. Depois, foram realizadas visitas às salas de aula para explicar a 
pesquisa aos alunos e, após o consentimento destes, o questionário foi 
aplicado no primeiro semestre de 201721. Participaram 174 estudantes, 
que estão caracterizados na Tabela 1.
Tabela 1 – Perfil dos discentes.
Aspectos do perfil dos discentes Frequência
Sexo
Masculino 66
Feminino 105
Total válido 171
Não respondeu 3
Total 174
20. No original: “the interpretative approaches focus on understanding the purpose and 
meaning of social actors and social actions.” (Lin, 2015,p.25).
21. A pesquisa seguiu todos os procedimentos indicados pelo Comitê de Ética da UFPB. 
O número do CAAE é 69592717.0.0000.5188.
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Grau de Instrução 
Fundamental 3
Médio 15
Superior cursando 60
Superior completo 65
Outro* 28
Total válido 171
Abstenção ou não respondeu 3
Total 174
Renda Familiar
Menos de R$ 2000 21
Entre R$ 2000 e R$ 4000 45
Entre R$4500 e 6000 24
Mais de R$ 6000 77
Total válido 167
Não respondeu ou não sabia 7
Total 174
* Todos os participantes que marcaram a opção “Outro” mencionaram pós-graduação, seja especia-
lização, seja mestrado ou doutorado.
Fonte: Koffmann (2018, p. 80-81).
Como mencionado anteriormente, o questionário completo foi 
elaborado para uma pesquisa de mestrado e foi constituído de dez 
questões, sendo quatro abertas, cinco semiabertas e uma relacionada 
ao perfil sociodemográfico do colaborador. As questões abordavam 
aspectos relacionados à LF e ao seu ensino e aprendizagem. Para o 
presente trabalho, exploramos apenas uma questão, a saber: por que 
razão você estuda a língua francesa? Para esta questão, foram cons-
truídas 14 opções de resposta22 nas quais os colaboradores poderiam 
marcar mais de uma alternativa, bem como acrescentar outros tópicos 
22. As opções de resposta eram: 1) porque uma parte dos textos do meu curso de gra-
duação/pós-graduação é em francês; 2) para ter melhores oportunidades de emprego; 3) 
porque pretendo fazer uma pós-graduação num país de língua francesa; 4) porque pretendo 
fazer um intercâmbio universitário; 5) porque acho o francês uma língua bonita e aprecio 
a sua sonoridade; 6) porque gosto da cultura dos países de língua francesa; 7) porque é 
uma língua chique/elegante; 8) porque tenho vontade de (conhecer /morar na) França ou 
num país de língua francesa; 9) porque permite o (aprendizado de/a comunicação em) 
outras línguas; 10) porque é mais fácil que a outra língua oferecida na escola; 11) porque 
meus pais/minha família/meus amigos falam francês; 12) porque meus pais acham que 
é importante; 13) porque gosto de aprender línguas estrangeiras; 14) porque já terminei 
meu(s) curso(s) de língua estrangeira e gostaria de agora aprender o francês. 
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na opção “outros”. Adicionalmente, foi solicitado um comentário 
sobre uma das opções assinaladas. Neste trabalho, nos debruçamos 
nos comentários dos estudantes e realizamos uma análise do conteúdo 
temático com o fim de identificar as IL que circulam no contexto dos 
cursos de FLE. Através da leitura e releitura dos comentários, identifi-
camos as seguintes ideologias: LF como representativa de uma cultura 
superior, LF como língua da França, LF como símbolo de elegância e 
requinte, LF como língua para o mercado de trabalho, LF como língua 
da diplomacia e LF como língua da ciência. 
No exame dos enunciados produzidos pelos estudantes, realizamos 
uma análise do conteúdo temático das respostas, bem como utilizamos 
o aporte da Linguística Textual (Koch, 2000a, 2000b) para descrever 
a função textual-discursiva de diferentes elementos textuais (índice de 
avaliação, marcador de pressuposição etc.) que contribuem na orien-
tação argumentativa das IL. Isso porque adotamos uma compreensão 
de que todos os textos são guiados por uma orientação argumentativa 
na medida em que visam a influenciar o outro, mesmo quando estes 
não defendem determinado ponto de vista (Cavalcante et al., 2019). 
Desse modo, as relações de sentido identificadas nos textos dos alunos 
se instauram, em incessante negociação, pela atividade interativa dos inter-
locutores na situação enunciativa particular, pelos indícios cotextuais inte-
grados ao contexto sociocultural, pelas determinações do gênero discursivo, 
pelas ligações intertextuais e pela contenda argumentativa que orienta essa 
negociação. (Cavalcante et al., 2019, p. 27).
Assim, os elementos textuais aqui analisados são tomados como 
“indícios cotextuais” que compõem um texto e este, por sua vez, é 
compreendido como um evento comunicativo que é enunciado de 
forma única e irrepetível, constituindo uma unidade de comunicação 
e de sentido, necessariamente, associada ao contexto sócio-histórico 
em que foi produzido (Cavalcante et al., 2019). Nessa perspectiva, 
os enunciados dos alunos “sinalizam para o lugar de fala do locutor, 
apontando para valores, crenças, ideologias, que vão configurando os 
pontos de vista gerenciados no texto.” (Cavalcante et al, 2019, p. 31). 
No caso específico deste trabalho, esses enunciados evidenciam as IL 
sobre a LF.
Pourquoi le français? Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas
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4. Análise de dados
Confirmando que as IL estabelecem a interseção entre o linguístico 
e o extralinguístico, identificamos nos textos dos alunos a ideia da LF 
como representativa de uma cultura superior, ilustrada nos excertos 
abaixo: 
O estudo do francês permite, sobretudo23, maior conhecimento de uma 
cultura tão rica e que teve importância relevante no mundo durante muitos 
anos. (A73)24. 
A cultura francesa sempre me interessou, sobretudo, a da região da França 
devido ao grande valor artístico (música, pintura, museu, arquitetura). (A17).
Sendo aluna de design de moda, é importante reconhecer a influência da 
cultura francesa na moda, pois, até os dias de hoje a França ainda é muito 
importante no universo da moda (A81).
Como é possível observar nos excertos, o A73 utiliza o advérbio 
“sobretudo” para destacar o aspecto principal do estudo da LF – a sua 
cultura –, bem como avalia essa cultura em um grau elevado através 
do uso do advérbio seguido de um índice de avaliação – “tão rica” 
–. Com a mesma orientação argumentativa, o A17 utiliza também de 
índices de avaliação para essa cultura como sendo de “grande valor”, 
colocando-a em uma escala superior. O texto do A17 e do A81 fa-
zem referência explícita à França e, este último, destaca a influência 
deste país no campo da moda até hoje através do uso do marcador 
de pressuposição “ainda”. Embora o A73 não mencione “França” 
explicitamente, a referência se dá via memória, que pode ser identifi-
cada no excerto: “que teve importância relevante no mundo durante 
muitos anos”, considerando a influência deste país e da sua cultura no 
mundo. 
Nessa perspectiva, a IL da LF como representativa de uma cultura 
superior circula ainda hoje, o que nos permite supor que ela é repro-
duzida por diversos organismos responsáveis por sua propagação no 
mundo, como a Organização Internacional da Francofonia (OIF), a 
Federação Internacional de Professores de Francês (FIPF), a Federação 
23. Todos os grifos nos textos dos alunos são de nossa responsabilidade.
24. Os enunciados foram codificados com a letra A e um número cardinal (A1, A2...). e 
mantivemos a escrita tal qual foi produzida pelos alunos nos questionários.
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Brasileira de Professores de Francês (FBPF) e suas Associações de 
Professores de Francês (APF), dentre as quais elencamos a Associação 
de Professores de Francês da Paraíba (APFPB), as Embaixadas Fran-
cesas, Alianças Francesas, Institutos franceses, dentre outros. Esses 
organismos se esforçam para propagar ao público a riqueza cultural 
francófona através de manifestações culturais, formações para os pro-
fissionais de FLE, intercâmbios, dentre outros eventos. Desta forma, 
a OIF promove a cooperação multilateral francófona a serviço de 88 
Estados e governos em diversos domínios. No campo da LF, cultura e 
plurilinguismo, a OIF acompanha os organismos encarregados das PL 
dos países membros, promove a utilização e a divulgação da LF nos 
novos espaços de expressão mundial linguística, como no domínio das 
novas tecnologias, preocupa-se com o risco de homogeneização das 
línguas devido à globalização e, em consequência, cuida para que a 
cultura e LF sejam propagadas.Apoia ainda os professores de francês 
através da Federação Internacional de Professores de Francês (FIPF) e 
estabelece parcerias com a Embaixada da França no Brasil que, através 
de suas subvenções, contribui para a divulgação e difusão da cultura 
francófona e para a realização de projetos pedagógicos e didáticos ino-
vadores no domínio do ensino e aprendizagem da LF. Como ilustração, 
em novembro de 2021, a APFPB pôde lançar um número da Revista 
Letras Raras25 graças à subvenção da Embaixada e ao apoio da FBPF. 
A Embaixada Francesa também realiza e/ou apoia importantes even-
tos culturais no Brasil, como o festival de cinema Varilux26, a Mostra 
25. Link para o número especial da Revista Letras Raras: http://revistas.ufcg.edu.br/ch/
index.php/RLR/issue/view/102.
26. Em 2017, o Varilux foi recorde de público com mais de 180 mil espectadores, e passou 
a ser considerado o maior festival de cinema francês do mundo. Foram 19 filmes fran-
ceses inéditos exibidos em 56 cidades brasileiras, além de mesas redondas, masterclass, 
laboratório de roteiros e sessões educativas. Disponível em: < http://variluxcinefrances.
com/2017/o-festival/>. Acesso em: 21 nov. 2017. Em 2020, com a pandemia mundial da 
COVID 19, o festival aconteceu online e contou, mais uma vez, com a parceria da Embai-
xada Francesa. Informação disponível em: <http://festivalvariluxemcasa.com.br/>. Acesso 
em: 24 jul. 2021. Atualmente, o Festival acontece presencialmente desde o 25/12/2021 e 
vai até o 8/12/2021, em algumas capitais e cidades brasileiras. Informação disponível em: 
https://variluxcinefrances.com/2021/. Acesso em: 30 nov. 2021.
Pourquoi le français? Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas
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Internacional de Música de Olinda (MIMO)27 e o FranceDanse28. A 
importância da difusão da cultura e de eventos francófonos reverberam 
nos textos dos aprendizes de LF que dizem apreciar as informações 
culturais trazidas pelo professor em sala de aula. Um dos entrevistados 
(A53) cita, por exemplo, a “Semana de Cinema Varilux” como sendo 
uma das razões, dentre outras, para apreciar a aprendizagem da LF.
Todas essas iniciativas francesas servem para fortalecer a IL em 
torno do francês como língua de uma cultura superior, o que corrobora 
a compreensão de que essa ideia “é produzida e reproduzida em espa-
ços institucionais que representam interesses concorrentes em termos 
desses mesmos modelos sociais e políticos.”29 (Del Valle & Meirinho-
-Guede, 2016, p. 630). Nesse sentido, as IL sobre a LF propagadas por 
organismos responsáveis pela difusão dessa língua têm a função de 
fortalecer o espaço do francês frente a hegemonia da língua inglesa.
Como vimos nos excertos anteriores, a LF também está relacionada 
a um país específico – a França –, embora saibamos da existência de 
outros países que têm essa língua como oficial (e.g.: Senegal, Costa 
do Marfim, Gabão etc.) ou cooficial (e.g.: Canadá, Suíça, Bélgica 
etc.). Essa ideia ilustra a IL da LF como língua da França, conforme 
destacamos a seguir:
Penso em um dia ir morar na França, é um país que me identifico. Já visitei 
por várias vezes e me inspira em certos ideais sociais e econômicos. (A97)
A cultura francesa sempre me interessou, sobretudo, a da região da França 
devido o grande valor artístico (música, pintura, museu, arquitetura). (A17)
Além da riqueza da cultura europeia, das grandes obras que encontramos 
em francês, eu penso em visitar o país e conhecer muitas cidades francesas. 
(A11)
27. Festival de música internacional que acontece em algumas cidades brasileiras (em 
2017, o festival passou pelas cidades de Olinda, Ouro Preto, Paraty, Tiradentes e Rio de 
Janeiro), movimenta milhares de pessoas e exibe também filmes, documentários e espetácu-
los infantis. Em 2021, o MIMO completa 18 anos de existência e encontra-se, atualmente, 
com edital aberto para o festival. Informação disponível em: <https://mimofestival.com/
brasil/edital-premio-mimo-instrumental/>. Acesso em: 24 jul. 2021.
28. O FranceDanse é evento de dança contemporânea que desde 2007 tem se apresentado 
em todos os continentes. No final de 2016, aconteceu em diversas cidades brasileiras e 
atingiu 32.000 espectadores. Disponível em:< https://www.pro.institutfrancais.com/fr/
offre/francedanse>. Acesso em: 21 nov. 2017.
29. No original: “una idea que se produce y reproduce en el seno de espacios institucio-
nais que representan intereses enfrentados en cuanto a eses mismos modelos sociales y 
políticos.” (Del Valle & Meirinho-Guede, 2016, p. 630). 
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Nos textos, o léxico “França” ou a forma derivada “francesas” 
aparece, bem como a avaliação positiva de diferentes dimensões da 
sociedade francesa, como a artística – “das grandes obras que encon-
tramos em francês” (A11), “o grande valor artístico (música, pintura, 
museu, arquitetura)” – (A17) e como a social e econômica – “me 
inspira em certos ideais sociais e econômicos” – (A97). O desejo de 
viajar ou morar neste país é uma razão que motiva os alunos (A97, 
A11) a estudarem a LF. Essa IL naturaliza (Del Valle, 2007; Del Valle 
& Meirinho-Guede, 2016) a relação entre uma língua (LF) e um grupo 
específico (França), apagando todos os outros países francófonos. 
Outra IL presente nos textos dos alunos é a da LF como símbolo 
de elegância e requinte, conforme ilustramos a seguir.
Além de ser uma língua mais “glamourosa”. (A158)
Eu sempre vi como uma língua chique e elegante, e que tinha um diferen-
cial. (A119)
Um idioma culto, pertencente somente a pessoas de alta classe. (A102)
De uma sonoridade elegante, aspecto chique, conferindo dessa forma, seu 
rótulo de “elitizada”. (A45)
Observamos a utilização de vários índices de avaliação para a 
LF – “glamourosa” (A158), “chique” (119) (A45), “elegante” (A119) 
(A45) e “culto” (A102). Destacamos o texto do A158 que a posiciona 
como “mais glamourosa” em relação a outras línguas estrangeiras. 
Essas qualificações evidenciam um campo semântico de requinte, 
refinamento, de um encanto próprio que caracterizariam a LF. Acerca 
desta IL, também reproduzida institucionalmente, a Aliança Francesa 
produz uma campanha com o título “Em francês tudo fica mais char-
moso”, na qual situações inusitadas – como encontrar um bigode em 
um prato de sopa em um restaurante ou receber um vestido com uma 
marca de queimadura de ferro em uma lavanderia – se transformam 
em episódios leves e até simpáticos quando explicados em francês30.
Por outro lado, essas propriedades (elegância e requinte) estão li-
gadas a uma camada específica da sociedade na qual os alunos parecem 
se identificar – uma elite social –. Essa percepção é exibida no texto 
30. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1Z2cIgz_9bA e https://www.
youtube.com/watch?v=EblhpZyFYK8>. Acesso em: 15 jul. 2021.
Pourquoi le français? Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas
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do A102 que relaciona a LF a “pessoas de alta classe” e do A45 que 
atribui a ela um qualificativo de “elitizada”, associando-a a determina-
do grupo social. Ademais, interpretamos que uma razão para aprender 
esta língua é ter um status diferenciado na sociedade brasileira, assim, 
saber esta língua significa diferenciar-se das demais pessoas que têm 
conhecimento do inglês e/ou do espanhol. 
Essa ideia ilustra o quanto a IL tem uma função contextualizadora 
(Del Valle, 2007), pois esta visão reflete determinada ordem social 
existente em nossa sociedade. Nas palavras de Del Valle e Meirinho-
-Guede (2016, p 629), “O estudo da condição ideológica das represen-
tações da linguagem deve, portanto, passar pela análise do modo como 
estão vinculadas ao contexto em que operam e da maneira como esse 
contexto lhes dá sentido pleno.”31. Nessa perspectiva, essa IL confere 
aos sujeitos que sabem a LF o sentido de ter um diferencial em relação 
aos outros, no Brasil. 
Nos textos dos alunos também emergiu a IL da LF como língua 
para o mercado detrabalho. Os excertos ilustram essa relação entre 
a LF e oportunidades de trabalho:
Como estudante de Gastronomia, sinto necessidade de aprender francês, 
pois a base da confeitaria é francesa e existe muitos materiais de pesquisa 
que encontramos na língua francesa. (A104)
As oportunidades de emprego serão maiores, por se tratar, a minha área de 
atuação específica, as Relações Internacionais. (A136)
Ter mais de uma língua em seu currículo abre as oportunidades de emprego 
mais qualificado. (A105)
Essa IL apresenta a LF como a “chave” ou “senha” para acessar um 
mercado de trabalho em áreas específicas, como Gastronomia (A104) 
e Relações Internacionais (A136). Em relação à Gastronomia, o ensino 
da LF com fins específicos está presente em cursos de bacharelado, 
principalmente, pelas práticas linguísticas de utilização de muitos 
31. No original: “El estudio de la condición ideológica de las representaciones del len-
guage deve pasar, por tanto, por el análisis del modo en que están ligadas al contexto en 
que operan y del modo en que este contexto les confiere pleno significado.” (Del Valle & 
Meirinho-Guede, 2016, p. 629).
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termos franceses sem uma tradução para a língua portuguesa (Bessa, 
2019). Nas palavras de Bessa (2019),
Termos franceses da gastronomia no Brasil mostram ainda como eles fazem 
parte da cultura gastronômica brasileira e no caso da categoria Confeitaria 
e Panificação, como há, na maioria dos casos, uma fidelidade dos sentidos 
à matriz francesa, apesar de terem sido atestadas variações e até mesmo 
possíveis criações. (Bessa, 2019, p. 72).
Já o A105 não menciona uma área específica, mas destaca “opor-
tunidades de emprego mais qualificado”. Nessa perspectiva, a ideia de 
a LF abrir portas para o mercado de trabalho está imbricada à ideia de 
oferecer para este candidato um emprego melhor, uma colocação distin-
ta, o que corrobora com a IL da LF enquanto uma língua que pertence a 
uma elite social. A vinculação entre aprendizagem de língua estrangeira 
e empregabilidade apresenta algumas nuances quando se refere à LF: 
não é uma conexão entre realidade linguística e extralinguística que se 
adéqua a qualquer esfera de atividade laboral, bem como é estabelecida 
uma conexão com um tipo de emprego “nobre” ou “distinto”. 
No que se refere à área de Relações Internacionais, essa IL se 
desdobra em outra – a de que a LF é a língua da diplomacia –, como 
podemos observar em:
Para mim, inglês [é importante] por se tratar de uma língua universal e ser 
falada em todo o mundo, espanhol porque moro na América Latina e francês 
porque documentos oficiais como exemplo ONU são em francês. (A23)
Essa ideia ancora-se no fato de que há organismos oficiais que 
têm a LF (acompanhada do inglês e/ou outras línguas) como língua 
oficial32. Esta IL é ainda reproduzida por instituições de divulgação 
linguística, como é o caso da Aliança Francesa, que na página oficial 
32. Dentre os organismos oficiais que tem a LF como língua oficial, podemos citar a 
ONU, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Organização de Cooperação 
e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), o Comitê Internacional Olímpico (CIO), a 
União Postal Universal (organismo da ONU cuja única língua oficial é o francês e o inglês 
é considerado língua de trabalho), a União Europeia (UE) e a Comissão Europeia (CE).
Pourquoi le français? Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas
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de uma de suas unidades apresenta uma série de informações a partir 
do título “Francês: a língua da diplomacia”33. 
Por outro lado, nos organismos da Organizações das Nações Unidas 
(ONU), como na Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o 
Desenvolvimento (CNUCED), o inglês é praticamente a única língua 
utilizada e os documentos produzidos ou disponíveis no site desse or-
ganismo encontram-se apenas em inglês. Mesmo os organismos com 
sedes em países francófonos, como é o caso da Comissão dos Direitos 
Humanos (HCDH), em Genebra, os documentos produzidos são redigi-
dos, primeiramente, em inglês. Já o Ofício das Nações Unidas (ONUG), 
também em Genebra, privilegia a escrita dos comunicados de imprensa 
em francês e inglês, enquanto o Ofício das Nações Unidas (ONUV), 
em Viena, mesmo fazendo parte dos países membros da Francofonia, 
privilegia o inglês como língua de expressão e de redação de 95% dos 
documentos originais. O site da internet deste organismo se encontra 
em inglês e alemão (Wolf, 2008). 
E, por último, identificamos a IL da LF como língua da ciência, 
conforme ilustram os excertos abaixo.
Pretendo fazer pós-graduação em um país da francofonia, especificamente 
Canadá (Quebec) ou França. Outra razão é que ao compreender francês terei 
acesso às publicações científicas publicadas nesse idioma. (A109)
O francês é uma língua que abre outras oportunidades, acadêmicas ou 
profissionais; curso arquitetura e a França oferece bons cursos de graduação 
e pós que pretendo me inscrever. (A32)
Produção acadêmica em minha área de pesquisa é muito relevante na França. 
(A95) 
Nos textos, a LF é apresentada como “porta de entrada” para 
acessar o conhecimento científico produzido e divulgado nesta língua 
(A109, A95), bem como para ter “oportunidades acadêmicas” (A32). 
A associação entre o francês e o campo acadêmico é apresentado de 
duas formas distintas pelos estudantes: destacando ou não as áreas do 
conhecimento. A109 não particulariza um campo, já A32 e A95 espe-
cificam, respectivamente, “Arquitetura” e “minha área de pesquisa”. O 
33. Disponível em: <https://www.aliancafrancesa.com.br/novidades/frances-lingua-da-
-diplomacia/>. Acesso em: 15 jul. 2021.
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papel da LF é categorizado em uma escala superior pelo A95 através 
do uso do advérbio “muito” como modificador do índice de avaliação 
“relevante”. O destaque feito pelos estudantes para a LF em algumas 
áreas coexiste com outra IL que circula no campo acadêmico – o in-
glês é a língua franca para a divulgação científica –. Contudo, a IL do 
francês como língua da ciência decorre de “avaliações que os falantes 
fazem das formas em um determinado espaço social” (Arnoux & Del 
Valle, 2010, p. 6). No caso em tela, os estudantes de francês de algumas 
áreas do conhecimento compartilham uma valoração positiva sobre o 
francês no campo científico.
5. Considerações finais
O valor atribuído às línguas muda ao longo do tempo, um claro 
exemplo é a LF, que hoje não tem o mesmo prestígio que lhe foi con-
ferido a partir do século XVII, período em que a França viveu uma 
intensa prosperidade econômica, política e cultural. No entanto, a partir 
da Segunda Guerra Mundial, o valor atribuído a esta língua já não será o 
mesmo e sua condição de língua internacional, de língua indispensável 
perderá força, e o inglês, paulatinamente, passará a ocupar este lugar. 
A LF já não goza do mesmo status de outrora.
Por outro lado, olhar para as motivações dos estudantes de João 
Pessoa presentes nos comentários analisadas neste trabalho, nos mostra 
que, apesar do declínio da LF no âmbito internacional, parte signifi-
cativa das IL relacionadas a ela ainda circulam e perduram em sua 
materialidade histórica. Os processos de política linguística expõem 
suas ideologias, pois ao mesmo tempo ocultam e revelam posições 
políticas e sociais e mostram seu sentido histórico, e isto fica claro 
nos desdobramentos do status conferido às línguas ao longo do tempo. 
Hoje, através de seus organismos e instituições oficiais, tais como: 
OIF, Embaixadas e Consulados Franceses, Federações e Associações 
de professores de francês, Institutos e Aliança Franceses, dentre ou-
tros, essas IL se reproduzem em diferentes contextos. Apesar de a 
Francofonia ser um dispositivo geopolítico que vai além da língua, a 
preservaçãoe difusão linguística estão entre seus principais objetivos. 
Assim, em uma nova contextualidade – no mercado linguístico, a LF 
não tem o mesmo valor que o inglês ou o espanhol, por exemplo –, 
Pourquoi le français? Um estudo de caso sobre ideologias linguísticas
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velhas IL encontram espaço para serem difundidas institucionalmente 
e para garantir a permanência da naturalização das características que 
lhe são atribuídas. E embora o discurso da Francofonia vise a destacar 
a diversidade cultural e superar uma herança colonial, nos textos dos 
alunos, ainda persiste uma IL que relaciona a LF a uma nação espe-
cífica - a França, o que confirma empiricamente as relações de poder 
que estão embutidas nesse empreendimento político.
Em suma, as ideias sobre a LF expressas nos textos dos alunos 
apresentam conexões diversas com diferentes dimensões sociais: estéti-
ca – LF como símbolo de elegância e requinte e LF como representativa 
de uma cultura superior; epistemológica – LF como língua da ciência; 
identidade nacional – LF como língua da França; identidade internacio-
nal – LF como língua da diplomacia; e, laboral – LF como língua para 
o mercado de trabalho. Considerando o contexto educacional em que 
estão inseridos os participantes, questionamos se estas IL não seriam 
reproduções das que estão presentes em materiais didáticos, nas práticas 
dos professores e em anúncios de divulgação de cursos de FLE, o que 
suscitaria a realização de novas investigações.
Acreditamos que as reflexões realizadas neste trabalho exem-
plificam, por meio de um estudo sobre a LF, a incidência das IL nos 
discursos relacionados à aquisição de línguas. As IL trazem inúmeras 
consequências para processos sociais e linguísticos, e incorporar estu-
dos que se dediquem a sua análise e interpretação ao campo da Linguís-
tica é de fundamental importância para incrementar seus resultados e 
estreitar laços, sempre tão profícuos, com áreas do conhecimento que 
dialogam diretamente com a Política Linguística. 
Conflito de interesses
Nós, Socorro Cláudia Tavares de Sousa, Rossana Souto Lima Koffmann e 
Andrea Silva Ponte, declaramos, para os devidos fins, que não temos qual-
quer conflito de interesse, em potencial, neste estudo. 
Contribuição das autoras
Socorro Cláudia Tavares de Sousa escreveu a introdução, a metodologia e a 
fundamentação teórica. Rossana Souto Lima Koffmann realizou a geração 
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de dados, produziu o resumo em português e normatizou o artigo de acordo 
com a APA. Andrea Silva Ponte escreveu as considerações finais, produziu 
o resumo em inglês e fez a revisão textual final do artigo. 
Todas as autoras participaram da elaboração do instrumento de geração 
de dados e escreveram a seção de análise. Estas aprovam a versão final do 
manuscrito e são responsáveis por todos os aspectos, incluindo a garantia 
de sua veracidade e integridade.
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Recebido em: 23.09.2021
Aprovado em: 10.01.2022
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/CAMP_96a1fc76f07ade349ec458e868d5cc81
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