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Arquiduque Francisco Ferdinando: o assassinato que levou à Primeira Guerra Mundial

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Arquiduque Francisco Ferdinando

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Conheça a vida e a morte do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-hungaro

Filho mais velho da união entre o Arquiduque Carlos Luís e a Princesa Maria Anunciata das Duas Sicílias, Francisco Ferdinando Carlos Luís José Maria, historicamente conhecido como Arquiduque Francisco Ferdinando, era neto, por parte de pai, do arquiduque Francisco Carlos da Áustria e da princesa Sofia da Baviera, e, por parte de mãe, do rei Ferdinando II das Duas Sicílias e da arquiduquesa Maria Teresa Isabel da Áustria.

Com apenas 12 anos de idade, herdou do duque Francisco V de Módena, seu primo, a chefia da Casa de Áustria-Este, se tornando candidato ao ducado, apesar da pouca idade. Alcançou a o primeiro lugar na linha de sucessão ao trono da Áustria após seu pai, o arquiduque Carlos Luís renunciar seus direitos em favor do filho, direitos estes conquistados após o suicídio do Príncipe Herdeiro Rodolfo, da Áustria, em 31 de janeiro de 1889, no episódio conhecido como Incidente de Mayerling.

A partir deste momento, Francisco Ferdinando viu sua vida mudar de forma extremamente radical, uma vez que uma nova rotina de obrigações foi imposta para preparar o herdeiro para suceder seu tio, Francisco José I.

Vida Militar de Francisco Ferdinando

Arquiduque Francisco Ferdinando

Não muito diferente dos nobres de outros lugares, Francisco Ferdinando passou a compor as fileiras do exército ainda muito jovem, alcançando o posto de tenente aos 14 anos de idade, capitão aos 22, coronel aos 27 e, aos 31 anos, major-general. Foi considerado apto a comandar frações e assumiu a liderança do 9º Regimento de Hussardos, apesar de nunca ter recebido, de fato, algum treinamento militar adequado.

Em 1898, recebeu ordens de investigar os serviços e agências militares, sendo estas obrigadas a compartilhar com o Arquiduque seus relatórios e todas as informações que ele julgasse necessárias.

Independentemente de estar em posições de comando dentro do exército ou não, Francisco Ferdinando sempre manteve firme sua influência sobre as forças armadas através de uma chancelaria militar responsável por produzir e receber documentos e artigos com os mais variados assuntos relativos aos militares.

Como sucessor do já debilitado imperador, Francisco Ferdinando recebeu, em 1913, a nomeação como inspetor-feral de todas as forças armadas da Áustria-Hungria, cargo nomeado como Generalinspektor der gesamten bewaffneten Macht e acima do ocupado anteriormente pelo arquiduque Alberto de Áustria-Teschen e que incluía o comando das forças em tempos de guerra.

A Morte de Francisco Ferdinando

Pouco antes das 11 horas da manhã do dia 28 de junho de 1914, Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia Chotek, tiveram suas vidas ceifadas, em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, pelas mãos do jovem Gavrilo Princip, um membro do grupo Mão Negra de apenas 19 anos de idade.

Prisão de Gavrilo Princip, após o assassinato de Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia.

Prisão de Gavrilo Princip, após o assassinato de Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia.

Francisco Ferdinando e Sofia já haviam sofrido um atentado pouco antes, quando foram atacados com uma granada atirada no carro em que se encontravam. O artefato explodiu logo atrás do arquiduque, que não se feriu, porém, insistiu em ir ao hospital visitar as pessoas que haviam sido feridas pelo atentado.

Ao saírem do hospital, o motorista que levava o casal acabou se perdendo durante o trajeto até o palácio e, ao entrarem em uma rua secundária, foram avistados por Principe, que aproveitou o momento em que o motorista realizava uma manobra para se aproximar e efetuar disparos com uma 7,65 x 17 mm Browning, de potência relativamente baixa, e uma pistola FN Model 1910.

Uniforme utilizado por Francisco Ferdinando no momento do atentado

Uniforme utilizado por Francisco Ferdinando no momento do atentado

Francisco Ferdinando foi atingido na jugular, enquanto Sofia se feriu no abdômen. O arquiduque ainda estava vivo quando algumas pessoas chegaram para prestar socorro e, segundo relatos que sobreviveram ao tempo, suas últimas palavras teriam sido direcionadas à sua esposa: “Não morra, querida, viva para nossos filhos”. Sofia morreu a caminho do hospital.

Estopim para a Primeira Guerra Mundial

Estopim para a Primeira Guerra Mundial

Associada a corrida armamentista, o militarismo exacerbado, a corrida armamentista, o sistema de alianças e o imperialismo, a morte do arquiduque é considerada a gota d’agua para o estourar da Primeira Guerra Mundial.

Pouco menos de dois meses após o atentado que levou o arquiduque a óbito, inicia-se o conflito, com a declaração de guerra da Áustria-Hungria à Sérvia.

Fonte: History

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Lane Mello
Fundador e Editor da Fatos Militares. Jovem mineiro, apaixonado por História, futebol e Games, Dedica seu tempo livre para fazer matérias ao site.

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