Espanha campeã do mundo: o triunfo de mulheres extraordinárias

Espanha campeã do mundo: o triunfo de mulheres extraordinárias

A seleção espanhola fez história na final da Copa do Mundo FIFA Feminina e derrubaram a última barreira para a idolatria em seu país.

FIFA

A Espanha conseguiu. No Estádio da Austrália, em Sydney, diante de 75.784 pessoas, jogou uma final dos sonhos contra a Inglaterra. Com seu clássico futebol de posse e toque de bola, superou as campeãs europeias com mais imposição do que mostra o 1 a 0 no placar. Já podem comemorar: são campeãs do Mundial Sub-17, do Mundial Sub-20 e da Copa do Mundo FIFA Feminina. Uma conquista que pode mudar para sempre a história de um país.

É fácil dizer que alguém disputou uma final de Copa do Mundo, mas jogar futebol é uma tarefa difícil para as meninas de muitos lugares do planeta. Saber que seu país está parado para te ver jogar pode ser uma realidade difícil de assimilar para muitas. Jogar uma final é muito mais do que o que acontece entre o minuto inicial e o último apito da árbitra. Jogar uma final de Copa do Mundo FIFA Feminina significa ser referência.

A Espanha, um país um onde a cultura de futebol rodeia a bola no maior esporte de todos, esperava um sinal para encher-se de ilusão sobre a seleção feminina. Um time que até pouco tempo lutava por profissionalismo e que agora luta para reinar, na vitória e na derrota.

As 23 atletas da seleção espanhola tiveram que superar todo tipo de barreira em seu caminho. Em especial a que escolheu o futebol para se tornar uma das heroínas deste Mundial. Salma Paralluelo é o reflexo dessa aposta. Uma mulher que deixou as dúvidas para trás e entendeu que havia nascido para alcançar todas as glórias de um esporte que , enfim, estendia seu profissionalismo ao talento.

A Copa do Mundo Feminina de 2023 é o triunfo do extraordinário, das menininas que choravam ao voltar do colégio porque não podiam jogar bola no intervalo. O êxito das que aproveitaram a luta de suas antecessoras para aproveitar a onda e chegar a esse momento.

É a grande vitória de Irene, Jenni e Alexia. As três jogadoras que invadiram a casa dos espanhóis para dizer que demoraram a se unir, mas que todos são bem-vindos à festa. É, definitivamente, o triunfo de uma geração campeã do mundo sub-20, que chegou para ficar. Agora, milhões de pessoas sabem seus nomes.

Tiveram que fazer a última de tantas coisas extraordinárias para derrubar o muro definitivo: chegar à final de Sydney. Estavam a milhares de quilômetros de casa, mas desde a Oceania escutaram o clamor de quem estava tão longe. A Espanha paralisou seu país com uma campanha histórica.

As jogadoras gritaram mais alto até que fossem livres. Disseram às meninas que este também é seu lugar. Disseram aos meninos que esse espaço é de todos e mostraram para milhões de pessoas em dezenas de países que esse espaço também pertence a elas. Uma vez que a deixaram entrar, não há mais dúvidas: a Espanha campeã é uma referência para todo mundo. E essas portas nunca mais estarão fechadas.