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Taiwan treme por mais de um minuto e estragos só não são maiores por causa dos sistemas antiterremoto

Taiwan treme por mais de um minuto e estragos só não são maiores por causa dos sistemas antiterremoto

O arquipélago de Taiwan sofreu o terremoto mais intenso dos últimos 25 anos: nove pessoas morreram; mil ficaram feridas. Números que só não foram muito maiores porque existe por lá um sistema avançado de prevenção de desastres.

É como se o mundo estivesse vindo abaixo, quando o desmoronamento transformou a cidade em uma nuvem de fumaça. A apresentadora de TV estava ao vivo. O estúdio tremeu tanto que ela teve que se segurar.

O metrô que flutua de tão moderno, parecia que estava passando por uma estrada esburacada. Os aquários no pet shop, a piscina no topo do prédio, as pontes, as estradas... Tudo tremeu por mais de um minuto quando o terremoto de magnitude 7.2 atingiu o arquipélago de Taiwan.

Os terremotos são frequentes por lá. Desde 1980 já foram 2 mil. Taiwan fica perto do encontro de três placas tectônicas, em uma região do Oceano Pacífico conhecida como Círculo de Fogo. Placas tectônicas são grandes placas rochosas que revestem a Terra. Elas não são fixas, elas se mexem. E é isso que causa os terremotos. O epicentro do terremoto desta quarta-feira (3) foi na costa leste, a 130 km da capital, Taipé, onde mora o consultor James Chuang.

“A primeira reação foi abrir as portas, porque tem que deixar a porta aberta para evitar de amassar e ficar preso dentro de casa no caso de um desabamento ou algo assim. Começou a cair as coisas, todas as prateleiras. Começou a mexer de um jeito bem violento. Nunca havia acontecido assim com a minha experiência de 12 anos na Ásia”, conta.

Bola de 5 metros de diâmetro e com 728 toneladas faz parte de sistema antiterremoto em Taiwan. — Foto: Reprodução/Globo

James foi o guia da equipe quando visitou Taiwan para o Globo Repórter em 2023. Do mesmo lugar em que foi feita a imagem quando estávamos lá, as câmeras registraram os tremores dessa quarta-feira. Um prédio que se destaca no horizonte é o Taipei 101. O topo do prédio se mexe bem lentamente de um lado para o outro. É porque lá dentro, quase no topo, há uma bola de cinco metros de diâmetro que pesa 728 toneladas. Ela é usada para absorver o choque e equilibrar o peso do prédio de 500 m de altura. Evita que ele rache.

Os sistemas antiterremoto são regra no arquipélago. O professor Pedro Silva explicou ao Jornal Nacional que Taiwan desenvolveu tecnologias para evitar o pior. Os prédios podem até ficar danificados, mas raramente desabam.

Como edifício Taipei 101 está preparado para enfrentar terremotos

Como edifício Taipei 101 está preparado para enfrentar terremotos

Os edifícios antigos foram reforçados com novos mecanismos de segurança. Ele explicou que essa revolução começou depois do terremoto de 1999, em que 2,4 mil pessoas morreram. A mudança coincidiu com a melhoria rápida da qualidade de vida dos taiwaneses. A economia cresceu impulsionada pela indústria dos chips.

A equipe visitou a cidade onde ficam as fábricas que produzem 90% de todos os chips avançados do mundo, que são usados para tudo que é eletrônico - inclusive carros, celular e a TV. As fábricas são em uma zona preparada para terremotos. Elas funcionam 24 por dia, não param. Mesmo assim, o terremoto foi tão forte que algumas delas foram esvaziadas e tiveram que parar. Por isso, as empresas preveem que haverá impacto na cadeia de produção - o que poderá encarecer os eletrônicos para gente.

Apesar de toda a tecnologia antiterremoto, alguns prédios de Taiwan vieram abaixo. As equipes de resgate estão procurando gente entre os escombros. É uma tragédia, mas que poderia ter sido muito pior se Taiwan não tivesse usado a lição do passado para se reconstruir.

“O bairro onde eu moro é um bairro planejado, moderno e novo, onde suporta até a escala 9 da escala Richter. Então só reposicionei as garrafas de coleções, as coisinhas pequenas que estavam em um lugar mais alto e que caíram”, conta James Chuang.

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