Santarém: o que visitar, ver e fazer | Roteiro

Capital do Ribatejo. Capital do Gótico. Já sabe que neste artigo vamos levá-l@ a visitar Santarém, epíteto que a cidade “arriba do Tejo” granjeou pelas dezenas e dezenas de igrejas e conventos góticos que floresceram assim que deixou de ser dos mouros para ser de Portugal. Não se aborreça connosco pelo abuso da palavra, mas ao longo deste roteiro para visitar Santarém o gótico vai estar ao virar de cada esquina.

Comece a planear a sua visita a uma das cidades mais históricas de Portugal. Saiba o que visitar em Santarém, cidade e arredores, com a ajuda das nossas sugestões do que ver e fazer, quando visitar, onde dormir, onde comer e mapa interativo, para não perder pitada do muito que esta “Cidade do Mundo” tem para lhe oferecer.

Onde fica Santarém?

Santarém é uma cidade portuguesa, sede de concelho e capital do distrito homónimos. Situada no topo dum planalto dominante sobre as lezírias, foi capital e maior cidade da antiga província do Ribatejo, extinta administrativamente. O município é limitado pelos concelhos de Porto de Mós, Alcanena, Torres Novas, Golegã, Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Cartaxo, Azambuja e Rio Maior.

A pouco mais de uma hora de distância da capital portuguesa, Santarém é um dos melhores destinos de passeios perto de Lisboa. Leiria e Coimbra ficam também a cerca de uma hora de viagem de carro, e do Porto, em pouco mais de 2 horas está na capital ribatejana.

Quando visitar Santarém?

Quando visitar Santarém? Sempre que lhe dê o apetite. E se há coisa que Santarém sabe satisfazer, é o apetite. Conhecendo-lhe todas as estações, podemos afirmar que é destino para o ano inteiro. Obviamente que há épocas do ano, tanto em termos de clima como de eventos, mais condizentes com os seus interesses.

Em termos de clima, Santarém é de extremos. O que mais se ouve em Santarém quando os vizinhos se cruzam na rua é “que caldeirão”, no verão, e “está um frio de rachar”, no inverno. Portanto, está avisad@! Os verões por estas bandas são muito quentes e Santarém assiste, não raras vezes, a esporádicos dias tórridos em julho e agosto. Os invernos são o total oposto, com muita chuva e há até dias em que a sensação térmica é siberiana. Culpa da orografia e (muita) humidade no território que gera este microclima especial, bem no centro de Portugal. Porém, quando o sol brilha e é bafejada pelas temperaturas amenas da primavera e do outono, qualquer passeio por Santarém é simplesmente delicioso.

Por falar em delícias, há mais de quatro décadas que Santarém é sinónimo de gastronomia em Portugal. O Festival Nacional de Gastronomia de Santarém acontece usualmente na segunda quinzena de outubro e junta o melhor da nossa gastronomia e vinicultura num só lugar, com representantes vindos dos quatro cantos do país a servir petiscos, pratos tradicionais e iguarias regionais nas famosas “Tasquinhas de Santarém”. De comer, beber e chorar por mais!

Outro evento nacional de que Santarém é palco é a Feira Nacional da Agricultura, em junho. Da primeira Feira do Ribatejo em 1954 bastaram dez anos para ganhar a dimensão da maior feira agropecuária nacional, que atualmente ultrapassou fronteiras.

Marcadas pelas maiores tradições e ícones ribatejanos, as grandes Festas de Santarém acontecem entre o dia 15 de março, data da conquista da cidade, e o 19 de março, feriado municipal e dia de São José, um dos oragos de Santarém. O cariz genuinamente ribatejano de “festa brava” ainda a anima, com a presença incontornável do seu folclore, do fandango e da figura emblemática do Campino. Trajando o típico barrete verde e colete encarnado, montado a cavalo e de pampilho na mão (nome da vara comprida que emprestou o nome ao doce tradicional scalabitano), conduzia o gado bravo das corridas de touros. Não aprovamos a tauromaquia, de todo. Mas no nosso ideal, o Campino ainda representa a fibra e bravura das gentes do Ribatejo, nesta figura que nós chamamos de cowboy lusitano.

Foco de romaria e peregrinação, as tradicionais Festas do Santíssimo Milagre decorrem no domingo de Pascoela, com veneração da Sagrada Relíquia, celebrações religiosas e a grande procissão a percorrer as ruas scalabitanas engalanadas e cobertas de tapetes de flores.

Onde ficar a dormir em Santarém? Sugestões de alojamento

Se precisar de pernoitar em Santarém, é certo que já encontra alojamento de todas as categorias, desde hotéis baratos a hotéis de categoria superior, pousadas familiares, alojamentos locais autênticos e ótimos alojamentos de Turismo Rural em quintas e casas típicas.

Abaixo encontra os nossos alojamentos favoritos onde ficar em Santarém – testados e aprovados por nós – que apresentam a melhor relação qualidade-preço da região.

Santarém Hotel

Caso não dispense as comodidades duma unidade hoteleira, o Santarém Hotel é a melhor aposta. Este hotel de 4 estrelas apresenta quartos e suites executivas, climatizados, amplos e confortáveis, com casa de banho privada, TV ecrã plano, cofre e mini-fridge. Outras comodidades incluem piscina exterior sazonal e piscina interior aberta todo o ano, centro de fitness, restaurante, bar e estacionamento gratuito.

Villa Graça

Simples mas de bom gosto, a Villa Graça é um alojamento 3 em 1, pensado para satisfazer as necessidades básicas dos vários perfis do viajante moderno. Pode optar pela economia duma cama-beliche em dormitório com casa de banho partilhada, a privacidade dum quarto duplo com casa de banho privada, ou até a autonomia dos apartamentos com 1 quarto, totalmente equipados. Fica mesmo no coração do centro histórico de Santarém, e só lhe falta o estacionamento.

Quinta Da Cabrita

Rodeadas de ruralidade ribatejana, renovadas e totalmente equipadas, as quatro casas de campo independentes que integram a herdade histórica da Quinta Da Cabrita são ideais para uma experiência de turismo rural com o conforto dos nossos dias. Apresenta ainda um jardim, uma piscina exterior, um terraço ao estilo lounge, um deck para banhos de sol e até parque infantil.

Quinta da Gafaria

A poucos metros da margem do Rio Tejo, em plena lezíria ribatejana, a Quinta da Gafaria é um alojamento de agroturismo de excelência a meio caminho entre Santarém e Almeirim. Prepare-se para uma calorosa receção na quinta do século XVIII com aquela simpatia autêntica e familiaridade genuína de pessoas do campo e um pequeno almoço servido “à lavrador”. Para relaxar, há piscina, passeios a cavalo, salão de jogos, parque infantil e quinta pedagógica que os miúdos vão adorar.

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O que ver e fazer em Santarém? Locais a visitar e experiências a não perder

Santarém é dona de parte do nosso coração! Será sempre a cidade a que regressamos com vontade, pelos simples prazeres que gostamos de saborear ao ritmo certo da vida. Se sentir algum favoritismo, é a nossa costela scalabitana a falar mais alto.

Venha donde vier para a visitar, Santarém é amor à primeira vista. A cidade surge altiva no planalto que domina as lezírias do Ribatejo, com o Tejo ajoelhado a seus pés a fazer-lhe juras de amor. Santarém emana aquele fascínio das cidades que se mostram sem vergonha da idade.

Nos seus contrastes de cidade nova e velha, garrida e cinzenta, nobre e plebeia, encontra um equilíbrio que poucas conseguem. Quem ousa conhecer-lhe os segredos, chegar-lhe ao coração, dificilmente escapará ao seu encanto.

Visitar Santarém é atrever-se a desvendar séculos de história, camada a camada. Vestígios pré-históricos datam uma provável ocupação humana da alcáçova no Planalto de Santarém desde os finais da Idade do Bronze. Por aqui passaram e fixaram-se também outros povos deixando rico legado: fenícios, romanos, alanos, vândalos, suevos, visigodos, muçulmanos até a Reconquista Cristã a tornar definitivamente portuguesa. Bastião do Tejo, a tomada de Santarém foi determinante na formação de Portugal.

Como uma das cidades continuamente habitadas mais antigas em território nacional, é fácil adivinhar que Santarém seja guardiã dum legado histórico valiosíssimo. E tem todos os ingredientes para uma escapadinha perfeita: património rico, arquitetura admirável, cultura identitária, gastronomia deliciosa e gentes afáveis.

Sem mais delongas, eis as experiências imperdíveis e os lugares a visitar em Santarém.

Portas do Sol e Castelo de Santarém

Nenhum lugar melhor para começar um roteiro para visitar Santarém do que no seu ancestral e altaneiro castelo. “Portas do Sol”: siga as setas que está no bom caminho para um dos miradouros mais apaixonantes de Portugal!

Já perdemos a conta às vezes que transpusemos os portões do Jardim das Portas do Sol, atravessámos a alcáçova, a cidadela fortificada agora feita jardim, para nos abeirarmos da Porta do Sol, subir à muralha e apreciar umas das paisagens que nos é mais familiar. A namorar (n)o jardim, percorrer o caminho de ronda das muralhas, mirar o Tejo, mirar a cidade, e viajar na garupa do tempo, pintamos e repintamos o quadro que sempre nos arrebata o coração!

Daqui vê-se o Ribatejo, como dizia Torga. Mais do ver, sente-se! A infinita planura das lezírias, os terrenos férteis pintados da cor da estação do ano, a secular ponte metálica sobre um Tejo espraiado, e o sol vaidoso a espelhar-se nele. Abeire-se também da muralha e desfrute da vista com vagar.

De castro pré-histórico a castelo português, estas pedras testemunharam mais de 28 séculos da história dos homens. Da romana Scalabis, à visigoda Sancta Irena, à muçulmana Chantarim, à nossa Santarém, tomada engenhosa e audaciosamente por D. Afonso Henriques na calada da noite da madrugada do dia 15 de março de 1147, com pouco mais de duas centenas e meia de exímios soldados Templários, via a desaparecida Porta da Atamarma. É ele, o primeiro Rei de Portugal, que domina o centro do jardim, representado numa estátua de bronze – qualquer semelhança com a estátua de D. Afonso Henriques na cidade-berço de Guimarães da autoria de Soares dos Reis, não é pura coincidência.

Mas quem melhor conta a história deste espaço ancestral, é o centro de interpretação Urbis Scallabis no recinto do jardim, que expõe achados arqueológicos da antiga Alcáçova e conta a história de Santarém, da pré-história à idade contemporânea, em formato multimédia, e que merece a sua visita.

Centro Histórico de Santarém

Saímos do jardim para partir à descoberta do Centro Histórico de Santarém. Temos ainda tanto para descobrir no perímetro das muralhas defensivas do burgo medieval que incluía a judiaria.

Comecemos com uma visita ao interior da primeira igreja templária de Santarém. A traça gótica original da Igreja de Santa Maria da Alcáçova, de 1154, oculta-se debaixo dos elementos renascentistas da sua reconstrução no século XVI. Construída sobre um templo romano, ganhou o estatuto de Capela Real por, a seu lado, ter sido edificado o Paço Real afonsino, situado no local onde atualmente fica a Casa-Museu Passos Canavarro. Ambas foram imortalizadas por Almeida Garrett nas Viagens na Minha Terra, tendo o próprio escritor pernoitado na casa-museu que convida o visitante a “ver o Tejo como Garrett o viu!”

Um pequeno desvio leva-nos à Porta de Santiago, a principal porta de entrada no Castelo de Santarém e a outra única sobrevivente das sete portas de entrada na cidade medieval muralhada.

Museu Municipal de Santarém

Percorrendo a avenida, chegamos a dois dos quatro polos do Museu Municipal de Santarém: Núcleo Museológico de Arte e Arqueologia no interior da Igreja de S. João do Alporão, com claros elementos românico-góticos, e o Núcleo Museológico do Tempo na Torre das Cabaças, transformada em torre-relógio no século XVI aproveitando a antiga torre defensiva da desaparecida Porta do Alporão.

No castelo, cruzou-se com o Centro de Interpretação Urbi Scallabis. E o quarto polo: a Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire, com a sua coleção de arte e mais de 10000 livros, legadas pelo próprio à cidade que aí instalou a Biblioteca Municipal.

Igreja da Graça e Casa do Brasil

Rumamos ao Largo Pedro Álvares Cabral (não sem antes cumprimentar A Poupa de Bordalo II) para nos depararmos com um dos monumentos mais emblemáticos de Santarém: a Igreja da Graça.

A Igreja de Santa Maria da Graça (ou de Santo Agostinho por fazer parte do convento agostiniano) exibe na fachada uma rosácea e pórtico ao estilo gótico flamejante dos mais belos que conhecemos em Portugal. No interior, uma lápide marca a última morada do descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral.

Muito embora, onde verdadeiramente estão sepultados os seus restos mortais seja ainda um mistério: aqui? No panteão dos Cabrais em Belmonte? Na antiga Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro? Oficialmente, o túmulo de Pedro Álvares Cabral está na Igreja da Graça em Santarém. E para que não restem dúvidas do orgulho de Santarém pelo navegador quinhentista, deram seu nome à praça, ergueram-lhe uma estátua e criaram um espaço-memória na casa onde a família Cabral residiu, a Casa do Brasil.

Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém

Antes de visitarmos a Biblioteca Municipal e a Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire, espreitamos o Chafariz d’El Rei. Depois, é subir as escadinhas para descobrirmos a lenda por trás do Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém, igreja dedicada ao primeiro mártir do cristianismo, Santo Estevão, fundada no século XIII mas de traça renascentista, resultado da reconstrução após o terramoto de 1531.

Igreja de Santa Maria de Marvila

Antes desta, propomos dois pequenos desvios no seu roteiro para visitar Santarém, para conhecer dois templos religiosos dignos de destaque por motivos singulares.

A Igreja Paroquial de São Nicolau de traça gótica não sobreviveu ao violento incêndio tendo sido reconstruída ao estilo maneirista.

A monumental Igreja da Misericórdia, ao modelo das igrejas-salão quinhentistas, tem um interior tão impressionante de elementos renascentistas, maneiristas, barrocos e rococó, que quase não damos pelo órgão de tubos representativo da organaria portuguesa do século XIX. Ao apreciar a fachada, atente na janela renascentista do Definitório.

E a nossa favorita. A Igreja de Santa Maria de Marvila, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, também outrora gótica, é um exemplar da linguagem manuelina aplicada à arquitetura religiosa, expressa sobretudo no belo e elegante pórtico, arcos e cabeceira interiores. A azulejaria seiscentista interior e os lustres de cristal são notáveis.

Rua Serpa Pinto

Daqui, da Praça Velha, tomamos a rua pedonal Serpa Pinto, a principal das ruas históricas do comércio local. Calcorrear a sua calçada portuguesa é uma viagem à segunda metade do século XX, aos tempos de “ir ver as montras”. Grande maioria das lojas históricas não sobreviveram ao teste do tempo. Ficaram apenas detalhes a lembrar essa “idade d’ouro” de tempos não tão longínquos assim.

Sé Catedral de Santarém

Chegando à Praça Sá da Bandeira, a monumentalidade da Sé Catedral de Santarém domina todas as atenções. É um dos mais importantes e formosos templos religiosos do património scalabitano, duma grandeza quase palaciana. O monumento sacro, de fachada maneirista e interior predominantemente barroco, levou quase 30 anos a ser contruído pelos Jesuítas, sendo a joia da coroa do Museu Diocesano de Santarém.

Na praça merecem ainda destaque a esplendorosa Igreja de Nossa Senhora da Piedade, do século XVII, edificada com patrocínio régio, e a janela manuelina duma das casas mais antigas da cidade.

Mercado de Santarém

A azulejaria marca presença na arquitetura de Santarém como se vê em poucas cidades. E ninguém fica indiferente aos belíssimos painéis de azulejos do Mercado de Santarém, 55 poemas aos monumentos, paisagens e ofícios ribatejanos, absolutamente imperdível num roteiro para visitar Santarém. Como aconteceu aos próprios scalabitanos quando, nos inícios do século XX se transferiu o secular mercado a céu aberto da Praça Velha no bairro de Marvila para este espaço fechado condigno e bonito.

Jardim da República e Jardim da Liberdade

O primeiro é o nosso favorito. Um espaço verde simples, mas com grande variedade de flores a adornar os canteiros e sombras convidativas das suas árvores frondosas. Aqui destacamos o repuxo decorado pela escultura “O Menino e o Pato” e o coreto.

O segundo, de grandes dimensões, junta a valência dum largo empedrado ao dum espaço arborizado. Para passear, jogar, correr, ciclar, conviver ou descansar as pernas sentado num banco. Por lá encontra uma interessante metáfora à “pega de caras”, numa homenagem escultórica aos Forcados, e a estátua do Prior do Crato.

Convento de São Francisco

O Convento de São Francisco constitui um dos melhores exemplares do gótico mendicante em Portugal. O convento foi fundado em 1242 por D. Sancho II, aquando do estabelecimento dos franciscanos na cidade, sendo sujeito a ampliações e reconstruções ao longo dos séculos, muitas delas patrocinada pelo Rei D. Fernando que o escolheu para lugar do seu enterramento, elevando o convento a panteão régio. Com a extinção das ordens religiosas, o Convento de São Francisco entrou em declínio, e consequentes episódios históricos aceleraram a sua degradação até ao ponto da ruína total. Esperamos que a contínua campanha de recuperação deste Monumento Nacional nos traga de volta este património arquitetural.

Igreja de Santa Clara

Também exemplar do gótico mendicante na sua forma mais simples e austera, a Igreja de Santa Clara é tudo o que resta do antigo complexo conventual que recebeu as freiras clarissas vindas de Lamego. Apesar de despojada de toda a sua riqueza, o interior ainda impressiona, pela sua dimensão, pelas colunas decoradas com frescos e os matizes da luz filtrada pelo vitral da rosácea.

Miradouro de São Bento

Daqui são uns passos ao Bairro de São Bento, bairro burguês do início do século XX, onde se esconde o Miradouro de São Bento, um dos nossos cantinhos preferidos de Santarém. Com o seu pequeno jardim, daqui pode desfrutar duma surpreendente e bonita vista para o Castelo de Santarém, a Ribeira de Santarém e o Rio Tejo.

Ribeira de Santarém

E por falar em Ribeira de Santarém, não se limite a ver os comboios passar na linha férrea que divide o singelo e humilde bairro ribeirinho. Conta a lenda que foi neste lugar que o corpo da mártir Santa Iria se revelou nas águas do Tejo. O Padrão de Santa Iria recorda o episódio lendário. Muitos desconhecem ser guardião de mais dois templos religiosos de origem gótica: a Igreja de Santa Cruz e a Igreja de Santa Iria, cujo culto deu azo ao nome de Santarém. Outro património de destaque é o seu Museu Etnográfico, o Chafariz de Palhais e a Ponte de Alcorce, ponte medieval que fez outrora parte da estrada real que ligava Santarém a Coimbra. Na descida ao bairro da Ribeira de Santarém, outro segredo se esconde: a Fonte das Figueiras, chafariz mourisco exemplar do gótico civil datado do século XIII.

Ponte de Santarém ou Ponte D. Luís

A Ponte D. Luís (não confundir com a Ponte D. Luís I no Porto) mais do que unir as margens do rio Tejo, era simbólica na união das antigas províncias da Estremadura e do Alto Alentejo e foi à data da sua construção (1881) exemplar entre as maiores pontes metálicas a nível mundial.

 “Fora de Villa”

A monumentalidade scalabitana não se fica pelo centro histórico. “Fora de villa”, há mais surpresas monumentais e umas pequenas pérolas que lhe podem interessar incluir no seu roteiro para visitar Santarém. Designadamente:

• o Convento das Capuchas de Santarém, que integra a Igreja da Nossa Senhora dos Inocentes;
• a Igreja de São João Evangelista no bairro ribeirinho do Alfange, templo moçárabe anterior à própria nacionalidade;
• a absolutamente brilhante Capela Dourada de Santarém ou Capela dos Terceiros Seculares da Ordem Terceira de S. Francisco, anexa à denominada Igreja do Convento de Nossa Senhora de Jesus do Sítio, mais conhecida por Igreja de Jesus Cristo. Ao lado da igreja irá encontrar o Monumento dedicado ao Capitão de Abril Salgueiro Maia.

Outros poderão ter interesse pelo edifício e espaço cultural da Sala de Leitura Bernardo Santareno, numa visita ao Museu do Forcado na praça de touros Monumental Celestino Graça, apreciar a arquitetura solarenga do Palácio dos Meneses ocupado pela Câmara Municipal ou assistir a um evento cultural: não deixe de espreitar a agenda do Círculo Cultural Scalabitano e o cartaz do Teatro Sá da Bandeira.

Complexo Aquático de Santarém

Assim que estreou, começaram as excursões ao parque aquático de Santarém. A piscina de ondas do Complexo Aquático de Santarém é a grande estrela deste centro de diversões aquáticas com escorregas sinuosos e compridos, para mergulhos de água doce e banhos de sol no enorme relvado. Se visitar Santarém no verão com miúdos, dê-lhes as emoções e frescura do parque aquático de presente (ou os miúdos nunca mais lhe perdoarão).

O que visitar perto de Santarém (para uma escapadinha perfeita)?

Ao tesouro patrimonial edificado de Santarém, juntam-se maravilhas naturais, vilas históricas repletas de lendas e aldeias típicas de tradições seculares. Planeie uma escapadinha perfeita a este território ribatejano com as sugestões de pontos de interesse imperdíveis que lhe apresentamos abaixo. Damos-lhe pano para mangas, ou seja, tem aqui matéria-prima para visitar Santarém em uma, duas ou três escapadinhas.

Olhos de Água, a melhor praia fluvial perto de Santarém

Os Olhos de Água são uma maravilha da natureza a meros 30 minutos de Santarém. Localizado ao lado das nascentes do rio Alviela, é um espaço verde e de lazer bastante popular nos meses quentes por causa da sua praia fluvial dotada de excelentes infraestruturas. Não é à toa que tem lugar cativo na nossa lista das melhores praias fluviais do centro de Portugal.

O resto do ano, pode aproveitar para visitar o espaço multimédia do Centro Ciência Viva do Alviela, explorar o Canhão flúvio-cársico dos Amiais, a Janela Cársica e o Sumidouro da Ribeira dos Amiais, percorrendo o curto (2 km) trilho circular da Rota Olhos de Água do Alviela – PR1 ACN.

É o ponto de partida perfeito para descobrir outros fenómenos geológicos incríveis das Serras de Aire e Candeeiros como o Algar do Pena, a maior sala subterrânea conhecida em Portugal, o Polje de Minde, o imponente anfiteatro natural Fórnea, ou as jazidas com pegadas de dinossauros, entre muitos outros. Saiba tudo lendo o nosso guia e roteiro completo para visitar as Serras de Aire e Candeeiros.

Valada, Palhota e Escaroupim

Três aldeias ribeirinhas situadas à margem do Tejo que poucos conhecem, mas repletas de encanto e tradição. Tendo tempo não deixe de as incluir no seu roteiro para visitar Santarém.

Passear ao longo do gigantesco dique que protege a aldeia ribeirinha de Valada das cheias do Tejo, ou perder a noção do tempo numa esplanada com vista para o rio, debaixo de choupos e salgueiros, é um dos nossos passatempos favoritos em Valada, para relaxar da azáfama citadina.

Vá com tempo para desfrutar deste pequeno paraíso e não deixe de dar um passeio a cavalo pelas lezírias ribatejanas, fazer uma caminhada ao longo do dique (o troço Valada – Porto de Muge é um dos mais agradáveis e faz parte do Caminho Português de Santiago) e de visitar o Cais Palafítico da Palhota onde ainda hoje se mantêm vivas as tradições dos avieiros do Tejo.

Não deixe de atravessar o rio Tejo pela cénica Ponte Rainha Dona Amélia e ir visitar Escaroupim, outra das aldeias avieiras.

Feche o seu passeio a retemperar forças com uma aguinha tinta nas “termas do Cartaxo”, o termo com que Evaristo (António Silva) imortalizou o vinho do Cartaxo no filme O Pátio das Cantigas. Se quiser ficar para jantar, aposte na Taberna do Alfaiate, o Taxo ou A Cernelha. São todos excelentes para degustar a exímia gastronomia ribatejana.

Rio Maior

Rio Maior é outro excelente destino para incluir no seu roteiro para visitar Santarém. A cidade é mais conhecida pelas famosas Salinas de Rio Maior, um lugar de extrema beleza onde é produzido esse “ouro branco” vindo do mais puro sal-gema. Apesar de Rio Maior estar localizada a cerca de trinta quilómetros do mar, do Poço das Marinhas do Sal brota água sete vezes mais salgada que a água do mar.

Estas são mesmo as únicas salinas de interior em Portugal e podem ser visitadas durante o ano inteiro. Se as quiser ver em pleno funcionamento, a melhor época é entre maio e outubro. Aproveite a viagem e vá comer um franguinho assado à Churrasqueira Solar do Sal, um autêntico pitéu que nos deixa sempre a salivar.

Mas os encantos de Rio Maior estão longe de se esgotar nas suas singulares salinas. Na cidade em si, não desperdice a oportunidade de visitar a Villa Romana, a Casa Senhorial d’El Rei D. Miguel – Casa da Cultura João Ferreira da Maia, a Igreja da Misericórdia e a Capela de Nossa Senhora da Vitória.

Fora da cidade, parta à descoberta de tesouros arqueológicos e naturais como o Dólmen-Capela Igreja de Santa Maria Madalena, o Olho d´Água de Alcobertas, os Potes Mouros de Alcobertas e o afloramento basáltico da chaminé vulcânica de Portela de Teira.

Almeirim e Alpiarça

Alpiarça e Almeirim já lhe piscaram o olho lá do castelo e são dois dos concelhos do distrito de Santarém na vasta planície da lezíria do Ribatejo com tradições arreigadas.

A cidade tranquila de Alpiarça tem na Reserva Natural do Cavalo do Sorraia o representante máximo do seu orgulho ribatejano nas tradições ligadas à criação de cavalos e à festa taurina. Local imperdível numa visita a Alpiarça é a Casa-Museu dos Patudos, residência de José Relvas, diplomata e político português do séc. XIX-XX, onde está instalado o Museu de Alpiarça. Para passeios relaxantes, nada como ir até ao Parque do Carril e à Vala Real de Alpiarça.

Verdadeiramente incontornável num roteiro para visitar Santarém, é uma ida a Almeirim, para degustar a famosa Sopa da Pedra. Na cidade encontra autênticos “templos” a essa lendária iguaria ribatejana, leia-se, restaurantes com enormes salões para receber as centenas de comensais que, a par da Sopa da Pedra, buscam mesa farta de boa comida sempre regada de bom vinho (como o da Quinta da Alorna). Um templo menos badalado é a Igreja Matriz de São João Batista, mas a caminhada vale a pena para desmoer a barrigada.

Golegã e Azinhaga

Se quiser sentir o pulsar do coração ribatejano num roteiro para visitar Santarém, a vila da Golegã e a aldeia de Azinhaga do Ribatejo são outros dois lugares a incluir.

Todos os caminhos vão dar à Golegã em novembro, por altura da Feira Nacional do Cavalo, por isso a vila ser conhecida como a “Capital do Cavalo”. Em termos patrimoniais, destacamos a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, matriz da Golegã, a templária Quinta da Cardiga, a Casa-Estúdio de Carlos Relvas, elegante exemplar de arquitetura românica, e a planície aluvial pantanosa da Reserva Natural do Paul do Boquilobo.

Azinhaga do Ribatejo viu nascer o nosso Nobel da Literatura, José Saramago e foi considerada a aldeia mais típica do Ribatejo. Além de ser interessante conhecer os costumes e tradições aqui preservados, evidenciamos a Ermida de São José, a Capela do Espírito Santo, a Capela de Santa Maria de Almonda, a igreja paroquial, e alguns solares, pátios e casas alpendradas.

Médio Tejo

Um roteiro para visitar Santarém pode ser o ponto de partida ideal para descobrir uma das nossas regiões favoritas de Portugal, o maravilhoso Médio Tejo.

O riquíssimo legado histórico aliado às belezas naturais da região faz deste destino um dos mais apaixonantes do Centro de Portugal. Desfrute de passeios pelas margens do Tejo e do Zêzere, descubra as povoações ribeirinhas de Vila Nova da Barquinha, Tancos e Constância, vá a banhos na praia fluvial de Mação e do Penedo Furado, descubra as lendas do Castelo de Almourol e do Castelo de Torres Novas, conheça a história do património ferroviário no Entroncamento, explore o legado Templário em Tomar, perca-se na natureza pelos trilhos de Ferreira do Zêzere e Sardoal, vá à cata de cascatas em Vila de Rei e deixe-se apaixonar pelas inspiradoras paisagens a partir da fortaleza de Abrantes e do Centro Geodésico de Portugal.

Ourém e Fátima

Dada a proximidade, um roteiro para visitar Santarém fica bem mais completo com uma visita à Vila Medieval de Ourém, coroada por um castelo de torreões ao estilo veneziano, e ao Santuário de Fátima, um dos santuários marianos mais visitados do mundo.

Em Ourém o tempo volta atrás ao deambular pelas labirínticas ruas do burgo nobre muralhado, como um “museu a céu aberto”. Em Fátima ninguém fica indiferente à enorme fé dos crentes. Independentemente da profissão de fé ou credo dos visitantes, este espaço acolhe sem distinção e subjuga pela espiritualidade que lhe é inerente.

Onde comer ao visitar Santarém? Melhores Restaurantes

Pampilhos e Sopa da Pedra estão longe de ser os únicos pitéus que adoramos comer sempre que vamos visitar Santarém. Para os apreciadores, o touro bravo é iguaria irresistível. Nós somos mais adeptos do novilho no espeto, duma boa favada, dos pratos de caça e coelho, do pernil de porco e do cabrito assado.

O saber antigo dos pescadores das aldeias avieiras trouxe rico sabor ao peixe do rio: ensopado de enguia, sável frito ou em açorda e fataça na telha são de lamber os dedos. Deliciamo-nos com os bacalhaus: assado (de rico) ou à lapardana (do pobre), sem esquecer o divinal torricado. Tanto que, cá em casa, bacalhau assado com mangusto, sopas de peixe e tomatadas, só feitas à ribatejana. E melão docinho, docinho: o melhor é o do Campo!

Casa dos Torricados

Rua Dr. Jaime Figueiredo, Santarém

Taberna do Quinzena

Rua Pedro Santarém 93-95, Santarém

A Grelha

Rua do Ateneu Comercial de Santarém 1, Santarém

O Forno

Largo da Praça de Touros 23, Almeirim

Restaurante Pinheiro

Largo da Praça de Touros 41, Almeirim

Mapa com a localização dos principais pontos de interesse a visitar em Santarém

Clique no canto superior direito para aumentar o mapa com a localização dos pontos de interesse a visitar num roteiro de Santarém.

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