Pensadores portugueses e franceses discutem temas que vão da ditadura de Salazar e Caetano à descolonização permitida pelo 25 de Abril, procurando, ao mesmo tempo, pistas para o futuro. Iniciativa da representação diplomática e do Instituto de França em Portugal decorre esta quarta-feira
A embaixada de França em Portugal associa-se aos festejos dos 50 anos do 25 de Abril promovendo esta quarta-feira, 17 de abril, uma jornada de debates com olhares cruzados sobre a Revolução dos Cravos. A iniciativa, em cooperação com o Instituto Francês de Portugal, decorre no Palácio de Santos, em Lisboa, sede da representação diplomática francesa.
Esta edição especial do ciclo do “Debates de Santos” inclui uma manhã aberta ao público, com necessidade de inscrição prévia (para a qual pode usar esta ligação). Das 9h30 às 12h45, sob o título “Para uma história universal do 25 de Abril de 1974. Comemoração do cinquentenário da Revolução dos cravos – Olhares cruzados franceses e portugueses”, reunirá historiadores e intelectuais franceses e portugueses.
Dois painéis discutirão o processo democrático português, o seu legado e os laços entre França e Portugal. A embaixadora Hélène Farnaud-Defromont abre a sessão às 10h, após café de boas-vindas, seguindo-se debate sobre “O salazarismo: caracterização de um regime e natureza de uma revolução”, com o historiador francês Yves Lénoard e o politólogo português António Costa Pinto.
Às 11h45, o diálogo abordará “As memórias des/unidas: convergências e divergências em torno de Descolonização, Democracia, Desenvolvimento”. A conversa, moderada pelo editor da secção internacional do Expresso, Pedro Cordeiro, tem a participação dos historiadores Victor Pereira, Irene Pimentel e José Neves.
Entre os dois debates, será apresentado o livro de banda desenhada “Edgar”, de Mathieu Sapin. A obra tem por subtítulo “De Lisboa a Paris nos passos do meu sogro revolucionário”.
À tarde, com acesso por convite, será inaugurada uma exposição sobre “Olhares franceses sobre a Revolução dos Cravos”, com material da época, na presença da embaixadora, da comissária das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, Maria Inácia Rezola, e do político João Soares, que foi ministro da Cultura (2015-16) e presidente da Câmara de Lisboa (1995-2001). Esta mostra ficará aberta ao público, com acesso livre mediante marcação, a partir do dia 13 de maio.
A conversa regressa às 18h30, com uma mesa-redonda sobre “Novos desafios, 50 anos depois do 25 de Abril: Europa, Democracia e Diversidade”, com Soares, Rezola e a filósofa Myriam Revault D’Allonnes, com condução da jornalista Isabel Lucas, do “Público”. O dia encera, pelas 20h, com uma conferência a duas vozes sobre “Uma história global do 25 de Abril: abrir o horizonte dos possíveis, apreender as temporalidades”. São oradores os historiadores Patrick Boucheron — recentemente entrevistado pelo Expresso — e Luís Trindade.
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