"O meu filho sente a falta do pai": Olena Zelenska desabafa sobre o impacto da guerra na família - SIC Notícias

Guerra Rússia-Ucrânia

"O meu filho sente a falta do pai": Olena Zelenska desabafa sobre o impacto da guerra na família

Volodymyr e Olena conheceram-se na escola e, desde então, têm estado juntos em todos os desafios. A guerra na Ucrânia separou-os. Enquanto Zelensky se tornou um dos rostos da resistência ucraniana, Olena confessa a falta que o marido faz na família, principalmente para os filhos.

"O meu filho sente a falta do pai": Olena Zelenska desabafa sobre o impacto da guerra na família
Yves Herman

Volodymyr Zelensky é um dos principais rostos da resistência ucraniana na guerra contra a Rússia. Olena Zelenska, a primeira-dama, confessa que este novo papel do marido tem provocado um forte impacto emocional na família, principalmente no filho de 10 anos.

Numa entrevista à BBC, Olena Zelenska partilhou a sua experiência enquanto primeira-dama, desde o início da guerra, quando foi obrigada a esconder-se num local secreto. Garante que nunca sonhou que o marido se tornasse uma “figura histórica” e confessa que a sente falta de o ter ao seu lado.

“Isto pode ser egoísta, mas eu preciso do meu marido, não de uma figura histórica, ao meu lado”, disse a primeira-dama.

A família do Presidente da Ucrânia tem estado separada desde o início da guerra: numa primeira fase, Zelenska e os filhos – Oleksandra, de 19 anos, e Kyrylo, de 10 – foram levados para uma localização secreta, por questões de segurança. Na altura, a primeira-dama vivia num “constante sentimento de adrenalina”, mas, com o passar do tempo, acabou por se adaptar às “condições existentes”.

“Nós mantemo-nos fortes, nós temos força emocional e física e eu tenho a certeza que iremos lidar com isto juntos”, afirma.

Apesar da força, a família tem-se ressentido do papel que Zelensky foi forçado a assumir: “Nós não vivemos juntos com o meu marido, a família está separada. Nós temos oportunidade de nos vermos, mas não tão regularmente como gostaria. O meu filho sente a falta do pai”, partilha.

A primeira-dama conta ainda que o conflito tem tido um forte impacto nas crianças, criando-lhes “limitações” para o futuro. Olena Zelenska partilha a “dor” de ver que os filhos deixaram de fazer planos.

“Dói-me ver que os meus filhos já não fazem planos. Nesta idade, tão jovem – a minha filha tem 19 anos – eles sonham em viajar, ter novas sensações, emoções. Ela não terá essa oportunidade”, lamenta.

“Eu sei que ele tem força suficiente”

Volodymyr e Olena conheceram-se na escola e, desde então, têm trabalhado sempre lado a lado. Enquanto Zelensky foi comediante, Zelenska era guionista. Agora que se tornou Presidente, a mulher está também ao seu lado nesta luta – mesmo que seja à distância.

Apesar de sentir a falta do marido, Olena Zelenska reconhece que o Presidente da Ucrânia tem “força suficiente” para liderar o país neste período conturbado.

“Eu acredito nele. E apoio-o. Eu sei que ele tem força suficiente. Se fosse qualquer outra pessoa, acredito, que esta situação seria muito mais difícil. Ele é realmente uma pessoa muito forte e resiliente. E esta resiliência é o que todos precisamos agora”, afirma.

Desde que deixou a localização secreta, no ano passado, Olena Zelenska tem assumido um papel mais ativo enquanto primeira-dama. Nos últimos meses, visitou vários Chefes de Estados e discursou em diferentes países.

Um dos temas a que Zelenska se tem dedicado é o impacto da guerra na saúde mental. Em conjunto com o ator britânico Stephen Fry – conhecido pelo seu trabalho como ativista –, a primeira-dama está a promover a realização de uma cimeira, em Kiev, que se foca no impacto psicológico do conflito e na importância da resiliência.

“Espero realmente que consiga inspirar alguém, que possa dar esperança ou conselhos a alguém, ou providenciar com o meu próprio exemplo que nós vivemos, nós trabalhamos, nós seguimos em frente”, explica a primeira-dama.

Zelenska assinala que o futuro é ainda incerto, lembrando que “ninguém podia imaginar que no século XXI, uma guerra seria desencadeada no meio da Europa”. Reforça, no entanto, a “enorme esperança na vitória” da Ucrânia.

“Temos grandes esperanças de vitória, mas não sabemos quando ela chegará. E esta longa espera, o stress constante, tem o seu preço."

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