alternativo, urbano e experimental: conheça o trip hop | by Prosa | prosajornal | Medium

alternativo, urbano e experimental: conheça o trip hop

Uma breve passeada pelo “Sound of Bristol”

Prosa
prosajornal
3 min readDec 15, 2017

--

Imagine um gênero musical que é uma colagem de diversos outros gêneros, principalmente hip hop e eletrônico (com influências de jazz, R&B, rock progressivo, entre outros). Esse é o trip hop, um som totalmente diferente de qualquer coisa que você já ouviu: sombrio, erótico, relaxante, profundo e totalmente experimental.

O grupo The Wild Bunch tocando em uma festa na cidade de Bristol.

Ele nasce em Bristol, cidade inglesa de cena artística e musical muito forte, de onde surgiram nomes como Banksy, o enigmático grafiteiro, e J. K. Rowling, autora dos livros da saga Harry Potter. Nos anos 90, uma época em que o hip hop americano tomava conta da cena musical europeia, grupos de músicos britânicos decidem explorá-lo e transformá-lo, dando origem ao sound of Bristol, que posteriormente seria chamado de trip hop. Esse estilo possui um DNA complexo. Seu som consiste em uma música eletrônica desacelerada (downtempo), com batidas marcantes, instrumentos acústicos e convencionais. É lento, com scratches e vozes, clássicos do hip hop.

Ainda que essas características sejam comuns nesse gênero, cada banda/artista tem uma pegada singular. The Wild Bunch foi um dos grupos pioneiros; mais tarde, daria origem a três dos maiores nomes da cena: Massive Attack, Tricky e Portishead, e, com Blue Lines (1991), álbum de estreia do Massive Attack , a cena do trip hop é consolidada.

Aqui, listamos alguns dos nossos álbuns e músicas favoritas desses artistas.

Tricky: foi membro do The Wild Bunch e do Massive Attack, mas só em carreira solo que “the Tricky Kid” se tornou um dos músicos mais influentes na cena musical britânica. Recomendamos o seu álbum de estreia, Maxinquaye (1995), para você conhecer. Maaas… se você está sem tempo e quer apenas uma dica de música, a gente recomenda Hell is Around the Corner, que por sinal é uma versão onde Tricky utiliza o instrumental da música Glory Box do Portishead.

Portishead: de uma sonoridade inconfundível dada pela voz trabalhada no cigarro de Beth Gibbons, além das mixagens características, a banda eleva o estilo musical a um nível superior. Com certeza é nossa banda favorita de trip hop. O álbum que mais gostamos é o que leva o mesmo nome da banda: Portishead (1997). Não foi fácil escolher uma única música para postar aqui, mas achamos que All Mine é uma bela obra do grupo, com direito a um videoclipe bem macabro. A música é maravilhosa:

Massive Attack: é uma das bandas fundadoras do gênero, encabeçada por Robert Del Naja (3D) e Daddy G; tornou-se sinônimo do gênero trip hop. O álbum que escolhemos já foi citado nessa matéria e é o Blue Lines (1991), com destaque para a música Unfinished Sympathy, um hino do trip hop. Ah, também é muito provável que você conheça a música Angel, que foi abertura de uma das novela das onze de maior sucesso da televisão brasileira, Verdades Secretas. Recentemente surgiram teorias de que 3D e Banksy (o famoso grafiteiro de Bristol que já mencionamos acima) são a mesma pessoa, já que a real identidade de Banksy ainda é desconhecida. Se você ficou curioso, segue o link de uma matéria que lista alguns fatos interessantes

Para não falar que o Brasil não possui um dedo no trip hop, Amon Tobin é um brasileiro que cresceu na Europa e caracteriza um outro grande nome da cena, com um som totalmente instrumental. Vale a pena citar também que neste ano surgiu uma nova banda fazendo trip hop em São Paulo, OZU, da qual ouvimos a música Dust Psalm e gostamos muito:

Foi bem difícil escolher poucas músicas pra recomendar, por isso criamos uma playlist no Spotify só desse gênero, que você pode seguir caso tenha curtido. Siga no spotify pelo link aqui

por Carolina Jardim e Vinicius Munhoz

--

--