Review: RAY OF LIGHT - MADONNA (1998) / escrito por Walef Matias

 



Eu estava triste outro dia e falei para um amigo: tenho que sentir minha tristeza com tempo. Não sei que amigo era, nem que tristeza era, mas tenho certeza de uma coisa: ouvi muito o Ray Of Light da Madonna. Por que? Descubra mais abaixo.
Esse álbum foi feito num momento de muita tristeza na vida da Madonna, mas também de muita felicidade. Estejam preparados para muitas coincidências e texto enorme.
Madonna não teve o álbum Erotica e seu livro (SEX) bem recebidos, por isso mudou seu estilo no Bedtime Stories e no filme que teve certa aclamação de 1997, Evita. "Tive que deixar isso acontecer, teve que mudar. Não pude deixar sua vida descer rio abaixo", isso ela dizia em "Don't Cry For Me, Argentina", onde era Madonna a protagonista e cantava a canção, que deu a ela o Óscar de Melhor Atriz.
Ela conheceu William Orbit em uma sessão de ioga. Ouviu o som do britânico e viu que as músicas eram "especiais". Nessa época, nasceu Lourdes Maria Ciccone Leon, a filha de Madonna com Carlos Leon. Como disse, um período de alegrias e tristezas.
Esse clima da época se prova na primeira faixa, "Drowned World / Substitute For Love". A canção com clima agradável, fala de uma vida que Madonna não quer mais e fala que acontecerá mudanças por meio de uma "religião". O clipe tem fortes referências a abusos da imprensa e de uma vida infeliz e o clipe costuma ser associado a Diana Spencer, a princesa de Gales, falecida em 1997, o que o tornou polêmico.
"Swim" mostra a nós a vontade de desapego da Madonna, que "não pode carregar mais esse peso nas costas".
"Ray Of Light" é triste, mas rápida como a velocidade da luz.
"Candy Perfume Girl" tem um estilo de rock britânico na essência, e passa uma sensação afrodisíaca e romântica.
"Skin" dá uma sensação de que você já a conhece de algum lugar e você nem entende direito porque quer ouvir mais.
"Nothing Really Matters". Madonna fala sobre como sua vida mudou depois do nascimento de sua filha e quanto ao resto, nada realmente importa. Pois amor é tudo que precisamos.
"Sky Fits Heaven" fala sobre como podemos atingir o céu por outros meios, nos deixando mais leves.
"Shanti / Ashanti" é uma faixa em sânscrito (língua conhecida em regiões indianas), baseada em textos de Yoga Tavarali.
"Frozen" denota uma tristeza grande, pois alguém está congelado e seu coração não se abre. Mas se for descongelado, a pessoa não será abandonada.
"The Power Of Goodbye" mostra que é importante sabermos quando desistir e dizer adeus.
"To Have And Not To Hold" se põe totalmente contra a objetificação e contra qualquer promoção de sofrimento a outras pessoas.
"Little Star" foi feita exclusivamente para Lourdes Maria, filha da Madonna.
"Mer Girl" é a última faixa, pela qual Madonna se despede fugindo, possivelmente da morte.
William Orbit, o homem pelo qual Madonna se encantou em uma aula de yoga, se tornou um dos produtores do álbum e esteve muito presente na produção.
Para você que procura um raio de luz, para mergulhar suas lágrimas no sol, dê uma chance para Madonna, pois ela pode te surpreender. "Ela construiu para si própria um universo". Me despeço, pois me alonguei demais e ainda estou correndo da tristeza.


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