Celeste, a mulher que deu o cravo à Revolução - 25 Abril 50 anos - Correio da Manhã
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Celeste, a mulher que deu o cravo à Revolução

Celeste ofereceu a flor a um jovem soldado. Mulher de 90 anos quer juntar-se hoje ao cortejo na avenida.
Miguel Bravo Morais e Sérgio A. Vitorino 25 de Abril de 2024 às 01:30
Celeste, a mulher que deu o cravo à Revolução
Celeste, a mulher que deu o cravo à Revolução FOTO: Sérgio Lemos
Celeste Caeiro, conhecida por ‘Celeste dos Cravos’, quer desfilar hoje na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Aos 90 anos, encontra-se doente e debilitada. “Não sei se a saúde dela vai permitir e, para isso, era preciso arranjar uma cadeira de rodas”, explicou a neta, Carolina Fontela, à Lusa.

O 25 de Abril de 1974 ficou conhecido como a Revolução dos Cravos e o nome deve-se a Celeste Caeiro. O restaurante ‘self-service’ onde trabalhava, no edifício ‘Franjinhas’, na Rua Braamcamp, em Lisboa, celebrava o primeiro aniversário. O proprietário comprou cravos vermelhos e brancos para oferecer aos clientes, mas o estabelecimento não chegou a abrir portas por causa do golpe de Estado. Entregou-os aos funcionários “para não murcharem”. Celeste tomou o caminho de regresso a casa, saiu na estação de metro do Rossio e subiu a pé a Rua do Carmo. Deparou-se com a chaimite ‘Bula’ e perguntou a um dos militares se precisavam de algo. O jovem pediu-lhe um cigarro, mas Celeste não fumava e a tabacaria da esquina estava fechada. “A minha avó ofereceu-lhe um dos cravos e o soldado meteu-o no cano da espingarda. Depois, todos os outros fizeram o mesmo”, contou a neta, de 23 anos, ao CM.

Em 1988, Celeste perdeu a casa no incêndio dos armazéns do Chiado. Hoje vive em casa da filha e da neta, em Alcobaça, Leiria, com uma reforma insuficiente para comprar um aparelho auditivo ou uma cadeira de rodas.

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