Biografias - Leonor de Portugal, Imperatriz Romano-Germânica - A Monarquia Portuguesa

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A Monarquia Portuguesa

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Ter | 19.10.21

Biografias - Leonor de Portugal, Imperatriz Romano-Germânica

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Leonor de Portugal (em português antigo: Lyanor ou Lianor; Torres Vedras, 18 de setembro de 1434 - Wiener Neustadt, 3 de setembro de 1467) foi uma infanta portuguesa da Dinastia de Avis filha do rei Duarte I de Portugal e da sua esposa Leonor de Aragão. Quando o seu pai morreu em 1438, a infanta com apenas quatro anos é confiada à regência, primeiro de sua mãe e depois de seu tio o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra. Foi criada juntamente com suas irmãs D. Catarina e D. Joana em Lisboa.

Graças à projeção internacional de Portugal a partir de Quatrocentos devido a Era dos Descobrimentos e às riquezas daí resultantes, Dona Leonor é considerada para esposa do Delfim de França, Luís de Valois e do Imperador Frederico III. As negociações deste último projeto revelam-se frutíferas e os esponsais celebram-se em 1451. Dona Leonor parte para Itália para se reunir ao marido, sendo ambos coroados pelo Papa Nicolau V na Basílica de São Pedro, em Roma, a 16 de março de 1452. Foi a última Imperatriz do Sacro-Império Romano-Germânico a ser coroada em Roma pelo Sumo Pontífice.

Do enlace entre as Dinastias de Avis e de Habsburgo nasceram cinco filhos, dos quais dois sobreviveram: Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico, que sucedeu a seu pai e Cunegunda da Áustria (1465-1520), que se casaria com o duque Alberto IV da Baviera. De Dona Leonor descende toda a linhagem da Casa de Áustria; entre os seus bisnetos contam-se o Imperador Carlos V, Senhor do Mundo, que iniciou o ramo espanhol da Casa de Áustria que viria a reinar em Portugal, e o Imperador Fernando I, que deu origem ao ramo austríaco da dinastia de Habsburgo.

D. Leonor nasceu no seio de uma das famílias reais mais cultas do século XV e numa corte cuja riqueza e prosperidade apenas aumentaram durante a sua vida. Filha de um dos príncipes da Ínclita Geração, Dona Leonor cresceu envolvida pelos exemplos de nobreza e distinção dos seus familiares. O seu pai era o Rei Filósofo, o autor de tratados de montaria, a personificação do cavaleiro galante; o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra em Portugal e Duque de Treviso em Itália, dito o príncipe mais culto do seu tempo, era o Infante das Sete Partidas que correra o mundo conhecido; o seu tio D. Henrique, dito o Navegador, era o homem de visão que impulsionava o Reino para novos caminhos de riqueza e glória; a sua tia D. Isabel, Duquesa consorte da Borgonha, era cada vez mais respeitada por toda a Europa como uma das mais inteligentes governantes do seu tempo e o seu tio Fernando, o Infante Santo morreu cativo em África pela honra de Portugal e do Rei, seu irmão. Foi no seio destas personagens e dos seus exemplos que D. Leonor cresceu.

Foi privada de seu pai aos quatro anos; a sua mãe viu-se forçada a abandoná-la doente em Almeirim quando partiu na senda de refúgio em Castela, após perder a contenda de intrigas palacianas pelo controlo da Regência. O príncipe-herdeiro D. Afonso, o secundogénito D. Fernando, assim como suas três irmãs - D. Leonor, D. Catarina e D. Joana ficam então sob a guarda do tio D. Pedro, Duque de Coimbra.

D. Pedro entrega D. Leonor aos cuidados de D. Guiomar de Castro dama de nobre e elevada linhagem, filha do Senhor de Cadaval e esposa do aio do Infante D. Afonso, D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, futuro Conde de Atouguia. A partir de 1445, após a morte de sua mãe, sabe-se que a Infanta terá tido casa própria juntamente com suas duas irmãs. Sabe-se que terão servido na casa das Infantas, entre outros, Beatriz Pereira, Branca de Lira, D. Violante Lopes, Maria Rodrigues, Catarina Lopes Bulhoa, Diogo de Torres e Fernão de Torres. D. Leonor tem à data onze anos e datam muito provavelmente desta altura as primeiras comunicações entre os seus tios D. Pedro e D. Isabel, Duquesa da Borgonha, no que respeita às futuras alianças matrimoniais das Infantas.

Casou com Frederico III do Sacro Império Romano-Germânico.

Leonor e Frederico tiveram cinco filhos:

  • Cristóvão (Wiener Neustadt, 16 de novembro de 1455 – Wiener Neustadt, 21 de março de 1456);
  • Maximiliano I (Castelo de Wiener Neustadt, 22 de março 1459 – Wels, 12 de janeiro de 1519), successor do pai;
  • Helena (3 de novembro de 1460 – 28 de fevereiro de 1461);
  • Cunegunda (Castelo de Wiener Neustadt, 16 de março de 1465 – Mónaco, 6 de agosto de 1520), casou com Alberto IV, duque da Baviera;
  • João (9 de agosto de 1466 – 10 de fevereiro de 1467).

Leonor de Portugal morreu aos 32 anos de disenteria em Wiener Neustadt, a 3 de fevereiro de 1467, e foi enterrada no mosteiro cisterciense de Neukloster ou da Santíssima Trindade, onde o seu túmulo ainda pode ser visto.