Três homens são presos no Reino Unido acusados de perseguir dissidentes de Hong Kong - A Referência

Três homens são presos no Reino Unido acusados de perseguir dissidentes de Hong Kong

Os detidos, um deles funcionário publico honconguês, teriam agido a serviço do governo do território, que é parte da China

O governo do Reino Unido identificou mais um caso de espionagem envolvendo a China. Três homens foram presos nesta segunda-feira (13) acusados de conduzir uma operação de vigilância contra ativistas locais sob as ordens do governo de Hong Kong. As informações são do jornal South China Morning Post.

Um dos detidos, identificado como Yuen Chung-biu, é funcionário público e trabalha no escritório econômico e comercial de Hong Kong em Londres. Os outros dois são Peter Wai Chi-leung e Matthew Trickett. Todos foram libertados sob fiança, mas tiveram que entregar seus passaportes na tentativa de evitar uma fuga.

Policial do Reino Unido em evento da Otan, Londres, setembro de 2014 (Foto: Divulgação/Alex Knott)

As acusações que pesam contra o trio são as de interferência estrangeira e de ajudar um serviço de inteligência estrangeiro. São crimes previstos na Lei de Segurança Nacional que entrou em vigor no ano passado, voltada a combater a ação dos serviços de inteligência de nações hostis.

De acordo com a rede BBC, 11 pessoas foram detidas pelas autoridades locais, mas apenas os três enfrentarão acusações. Durante a perseguição aos ativistas, supostamente sob as ordens do governo de Hong Kong, o trio teria inclusive invadido uma residência no dia 1º de maio.

A operação, inserida no contexto da luta contra a espionagem do governo britânico, foi conduzida por agentes dos serviço de combate ao terrorismo da polícia britânica.

Espionagem em alta

A relação entre Londres e Beijing tem sido marcada por crescentes preocupações com espionagem e interferência chinesa inclusive dentro do Parlamento britânico. Isso levou o governo do Reino Unido a debater a adoção de medidas mais duras para mitigar esses riscos, entre as quais está a adoção da Lei de Segurança Nacional.

No ano passado, houve um alerta incomum sobre interferência parlamentar relacionada às atividades de Christine Ching Kui Lee, uma advogada baseada em Londres que foi acusada de “estabelecer ligações” para o Partido Comunista Chinês (PCC) com parlamentares britânicos.

O MI5, serviço de inteligência doméstica do Reino Unido, alegou que a advogada estava envolvida em atividades de interferência política, incluindo a doação de fundos para apoiar o trabalho de legisladores cuja atuação junto ao governo poderia trazer benefícios à China.

Outros países, como Austrália e Canadá, também enfrentaram recentes alegações de espionagem ou interferência chinesa na política, embora o governo chinês tenha negado qualquer envolvimento nesse tipo de atividade.

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