"A gente pretende fazer algo histórico. (..) trabalhos audiovisuais, DVDs, documentários, enfim, eu acredito que a carreira do Demônios da Garoa merece um feito a altura dos 80 anos de um dos maiores grupos - sem falsa modéstia -da música popular brasileira", afirma Ricardo, neto de um dos membros originais do Demônios.

Para Dedé Paraizo, o conjunto se tornou referência da música paulista.

"Não é simplesmente um conjunto musical, o Demônios da Garoa, na minha opinião, é um grupo que carrega uma história muito grande."

"Na minha opinião, é um patrimônio de São Paulo, né? Tem esses agravantes, o conjunto. Não só os grandes sucessos do Adoniran Barbosa, mas também a representatividade que tem o Demônios da Garoa no cenário cultural e musical."

Sérgio Rosa, um dos atuais integrantes do Demônios da Garoa, relembra os primeiros anos do conjunto e a proximidade com Adoniran Barbosa.

"Eu acho que a coisa simplesmente aconteceu. Porque até no ano de 1949, o Demônios veio batalhando, batalhando, até quando conheceu o Adoniran Barbosa nas gravações do filme 'O Cangaceiro' em 1949, o Adoniran era um personagem e o Demônios já gravava a trilha sonora do filme 'O Cangaceiro'. Então depois, em 1951, o Adoniran trouxe um primeiro samba,, "Malvina".

Muitas das músicas do sambista paulista ficaram famosas na voz dos Demônios. Na avaliação de Everson Pessoa, também integrante do grupo, a contribuição deles para as músicas também não pode ser diminuída.

"A gente sabe que o Adoniran é um grande compositor da nossa terra da garoa, mas a importância do Demônios da Garoa pra interpretar essas canções foi muito relevante. Arranjos vocais, aberturas de vozes, a própria característica de colocar as onomatopeias nas músicas. Isso é uma coisa do Demônios da Garoa que fez com que essas canções se tornassem tão populares, né? Você ouve 'Iracema', por exemplo, ela tem a canção ali: 'Iracema, nunca mais eu te vi...', que é a história que o Adoniran conta. Mas sem o 'la ia lo iá', não existe 'Iracema'."