Vinte anos depois, Guga conta (aos filhos) como foi se tornar o melhor do mundo: "Abençoado" | tênis | ge

Por José Renato Ambrosio, Marcel Merguizo e Thiago Quintella — São Paulo


Como você contaria as maiores aventuras de sua vida para os seus filhos?

- Como foi ser número um do mundo? O que significava para o pai? Eu estava pensando agora pela primeira vez: o pai foi muito abençoado, eu diria, filha - explica Gustavo Kuerten, o Guga, para a filha Maria Augusta, de 8 anos, um ano mais velha que o caçula Luis Felipe.

Guga relembra torneio que o levou ao topo do ranking mundial há 20 anos

Guga relembra torneio que o levou ao topo do ranking mundial há 20 anos

Esse "Era uma vez..." do papa Guga completa 20 anos nesta semana. Uma história que, por ironia, começou exatamente depois de uma derrota.

Guga Kuerten com a esposa, Mariana Soncini, e os filhos Maria Augusta e Luis Felipe — Foto: Arquivo pessoal

O SONHO

- Eu lembro a primeira vez que nós conseguimos visualizar: ser número um. Foi já no ano 2000. Voltando de Miami, daquela final doida com o Sampras. Sofrida, três tie-breaks, E naquele embate deu a sensação de que estava muito perto - recordou Guga ao ge.

A final do torneio de Miami, vencida pelo americano Pete Sampras, que ainda doía na cabeça e no corpo de Guga, quando o técnico Larri Passos resolveu trocar o sono no avião por um ambicioso objetivo.

– O Larri via que eu não conseguia dormir. Ele chegou uma hora disse: "E aí, cavalo, vamos conversar já que tu não dormiu, um milagre, vamos conversar". Eu normalmente já apagava direto. Ele começou, de repente, a falar assim: "Cara, nós estamos prontos". Pô, prontos pra quê, Larri? Me deixa descansar um pouco. Vem mais treino? O que tu vai inventar agora? "Não, cavalo. Nós vamos ser número um. Vamos ser número um. Eu olhei para ele e comecei a pensar no ranking. Eu já estava em 3º do mundo. Só que na frente eram Sampras e Agassi, as duas figuras mais imponentes do tênis e de toda a minha trajetória desde que eu era criança. Eu olhei essa convicção e esse entusiasmo do Larri, enxergar tão forte, com uma certeza absoluta, ela me convencia. E mesmo nesse momento, mesmo que eu tivesse milhares de dúvidas... Está bem, vamos tentar - contou Guga.

Tentar significava ganhar torneios, empilhar vitórias e superar dois gênios do tênis: Sampras, daquela derrota doída em Miami, e o também americano Andre Agassi.

Guga com o troféu de número um do mundo em 2000 — Foto: Art Seitz/Gamma-Rapho/Getty Images

O DRAMA

A jornada chegou ao momento decisivo em Lisboa, capital portuguesa palco da Masters Cup, torneio com os oito melhores tenistas do planeta na temporada. O russo Marat Safin era, naquele momento, o número 1 do ranking mundial e, já na estreia, Guga precisou lidar com uma ameaça ainda mais dolorosa.

– Eu vou lembrando da nossa chegada em Portugal. O nosso sentimento de incerteza e até de insegurança, o nosso grande sonho. Do toque no número um. E isso, quando veio à tona na hora do jogo, da estreia com o Agassi, foi avassalador - lembrou Guga.

- O primeiro jogo, o Guga jogando bem com o Agassi, grupo difícil, estreando bem e dá aquela fisgada na virilha. Ele olha para mim e dá aquela coisa. Ele perde. Fica "P" da vida. Consegue terminar o jogo. Quando foi para o fisioterapeuta, todo mundo apavorado. Vamos fazer de tudo para recuperar... Conseguimos superar aquela lesão. Mas começamos com um baita de um problema no primeiro dia - recordou o técnico Larri Passos.

- É muito estranho e interessante falar disso. É nítido na minha cabeça. O tenista pronto para vencer e o jogador não sei a palavra certa, mas o jogador desfalecendo, o guerreiro colapsou completou Guga.

A lesão logo de cara colocava em risco a sequência dele no torneio. Mas é aí que entra o trabalho em equipe da Família Kuerten.

- Portugal é um torneio que começou diferente. São poucos jogadores e você consegue levar a família para estar junto com você - disse Rafael Kuerten, irmão de Guga.

- Do dia que ele se machucou até se recuperar, a gente ficou só com Guga. Ele lembra do carinho, da massagem nos pés, e a gente foi para isso, para os bônus e o ônus. Ali era o ônus, o machucado, fazer algo com as mãos e com o coração. Estar perto e não falar de tênis - revelou Alice Kuerten, mãe de Guga.

– Fora o acolhimento que só uma mãe pode ter. As brincadeiras que só um irmão pode ter. Não foi uma semana fácil. No primeiro dia uma lesão é muito ruim. Essa hora precisa estar todo mundo. Um cafuné nessa hora funciona tão bem ou melhor que o melhor massagista ou melhor médico - completou Rafael Kuerten.

- Poxa, eu estou querendo algo que é ser o maior do mundo. A coisa mais extraordinária possível, mas é muito pouco ainda diante do que a mãe pode sentir vendo o filho. Pouco importa quem que é o ranking, quem está sofrendo aqui na minha frente. O que eu posso fazer para ajudar e às vezes não dá para fazer nada. Em termos de palavra, de motivação, e aquilo foi tudo pra mim. O abraço, o não falar, o estar ao lado, que trouxe essa sintonia novamente do Guga, do menino - afirmou.

Pete Sampras, dos EUA, na final do Masters de Lisboa contra o brasileiro Gustavo Kuerten — Foto: Clive Brunskill/AllSports

OS GIGANTES

Com o coração recuperado, era hora de ajustar o corpo que teria dificuldade em aguentar disputas longas dentro de quadra.

- Arrumar estratégia, mudar um pouco. Último andar do hotel era nosso lugar, onde se encontrava com gelo, nosso trabalho extra. Fico arrepiado. Era cotovelo, gelo, tudo. Esse momento era importante. Mas a gente se focou mais ainda. Ficou muito ligado. Não dá para jogar assim, tem que ser mais agressivo, teve que mudar muito, ser muito mais de ataque, estratégia teve que ser mudada. A quadra era boa para ele. Eu não queria deixar o cara mexer ele. “A partir de agora, cavalo, temos que ir pro All In” - revelou Larri.

“Tudo ou nada" e, assim, os adversários foram caindo. O sueco Magnus Norman, o russo Yevgeny Kafelnikov... e Guga estava classificado para a semifinal. Sentindo-se em casa naquela quadra e naquele país, acolhido pela família e também por um velho conhecido.

- Ao fazer a quadra, eu procurei que o piso ficasse um pouquinho mais lento, apesar de ser um torneio indoor. Um chão com uma base de madeira, de madeira prensada, mas com um tinta. Então, se mistura nessa composição, se mistura um pouco de areia e botando mais areia ou menos areia a quadra pode ficar mais rápida ou mais lenta conforme a dose, conforme a dose que for aplicada - explicou o português João Lagos, organizador do Masters de Lisboa em 2000.

- Aquela areinha extra, aquela segunda demão fez toda a diferença - brincou Guga.

- Apesar de não poder demonstrar a minha preferência, obviamente, enquanto organizador e promotor, tinha uma fé muito grande que o Guga poderia chegar a vitória e com isso chegar ao número um - afirmou Lagos.

- Isso, melhor do mundo. Eu estava lá em Portugal jogando com os melhores do mundo. Olha que legal que é isso. Que maravilha. Tinha hora que a gente ganhava, tinha hora em que a gente perdia, mas naquele momento, estava tão confiante, estava tão certo que seria o número um do mundo - disse Guga à filha.

- Você me ensinou, você me ensinou a me divertir - respondeu a filha a Guga.

Guga Kuerten com a esposa, Mariana Soncini, e os filhos Maria Augusta e Luis Felipe — Foto: Arquivo pessoal

A MÁGICA

A diversão só iria aumentar. As semifinais reuniram os quatro vencedores dos principais torneios daquele ano. Pete Sampras ganhou Wimbledon, Andre Agassi venceu o Aberto da Austrália, Marat Safin levou o Aberto dos Estados Unidos e Guga era o campeão de Roland Garris. Mas só dois deles tinham chance de fechar o ano como melhor tenista do mundo: o brasileiro e o russo.

- Não se pode estar obsessivo com o número 1, porque se não cai na pressão. Você fica preocupado com o número e esquece das partidas. Tem que jogar cada partida porque cada uma vale ouro - afirmou Safin, que em uma das semifinais foi derrotado por Agassi.

- Tinha que torcer para o Safin perder o jogo anterior. E eu de rabo de olho. Já não queria mais dar bola para isso, mas você fica aqui esperto - contou Guga.

Na outra semifinal, Guga reencontrava Sampras.

- E ali, com aquela complicação do Safin, eu entro em quadra na semifinal –essa cena é fresca na minha cabeça ainda– e o Sampras tá indo a frente, eu atrás. E o Safin cumprimenta ele. Pete, eu preciso de ti. Eu ali atrás. Pô, eu, mas isso é o que tem para hoje. Ele também está fazendo a parte dele. Dando aquela secadinha na hora do grupo e de semifinal - disse Guga.

O confronto que Guga considera, até hoje, como o maior de sua carreira. Começa com Sampras vencendo o primeiro set. No segundo, o brasileiro equilibra o jogo.

- Ah, Sampras. Hoje o Guguinha tá com tudo. Hoje é o nosso dia e nós vamos vencer, sim. Tu me levaste ao máximo que já experimentei dentro da quadra - afirmou Guga.

E, no momento de garantir a virada, o brasileiro faz mágica.

– Eu confesso que não sei de onde vem essa inspiração, a tranquilidade, a ousadia, a precisão da bola mais importante da minha vida. Porque eu tirei aquela esquerda grudada na raquete, a 1 centímetro da rede, ela ficou grudada na rede. E botei no ângulo em cima da linha na cruzada, no único lugar que ele não conseguira volear e ganhar o ponto. Parece até que não fui eu que fiz de tão fácil a execução. Isso aí, Guga. Vocês já se esforçaram tanto, fizeram tanta coisa, que essa aí nós vamos dar de presente pra você - brincou Guga.

Gustavo Kuerten rebate contra o americano Pete Sampras na decisão do Masters de Lisboa — Foto: Clive Brunskill/AllSport

O NÚMERO 1

Faltava um passo para o título e para o topo. A ponto de um adversário abandonar a cidade.

- Entendi que eu não seria o número um quando Guga ganhou do Sampras. Ele ainda teria que jogar a final contra Agassi, mas eu sabia que ele não perderia essa final de maneira nenhuma. A final era mesmo contra Sampras - afirmou Safin.

- Marat Safin não aguentou a pressão e, no domingo de manhã, estava todo mundo procurando por ele, queriam alinhar o protocolo para quando a final terminasse, distribuição dos prêmios, o campeão do master e, depois, o numero um, quem seria o número um do mundo. E era preciso ter os dois atletas ali disponíveis. E ninguém encontrou o Safin. Uma horas depois fomos descobrir... O cara tinha fugido, tinha ido para o aeroporto. Não fez chekout no hotel, foi embora e não disse nada a ninguém. Foi um problema bem grave. Felizmente, felizmente, o Guga ganhou naturalmente e aí ganhou os dois troféus, de campeão do Master e de número um do mundo. E todo respirou de alívio - explicou João Lagos.

- Sim, fiquei "puto" mas é assim, é o esporte. Nem sempre depende de você. Dependia do Guga! Não de mim, mas do Guga! - afirmou Safin ao ge.

E no que dependia de Guga, a decisão contra o ídolo de infância, Andre Agassi, já tinha um dono.

- O que fiz contra o Agassi ali foi avassalador. Pensando no que valia aquela partida - disse o brasileiro.

Em quase duas horas de jogo, dois sets de vantagem e a bola do título nas mãos.

- A gente fecha em um ponto até bastante simples. Um momento que é mágico também, que é inesquecível. De eu olhar para a mãe do lado e ela fazer assim (mostra o dedo fazendo o 1). E foi bom. A mãe faz assim (número um): Será que eu vou ser número um ou falta um ponto? Comecei a ficar... Pô, volta para a quadra, ganha o jogo e depois pergunta para a mãe. Não vai pensar nisso agora - repensou.

- Ele (Agassi) ficou 30 segundos a mais pra dizer pra mim que eu lembro até hoje: "Guga, aproveita, esse momento passa rápido, aproveita". E pela delicadeza, ele é um cara muito sensível. Entendendo aquele momento da minha vida de uma maneira geral, o que estava acontecendo naquela ocasião - contou Guga.

- E eu pude falar em português. olha que loucura - exaltou-se.

- Foi muito gostoso. Você sai do palco fantástico e termina numa sala (o vestiário), num lugar simples, e isso é nossa cara. Todo mundo abraçado. Minha vó dando bronca, pedindo para não sujá-la. Minha vó querendo a foto com Agassi. O Larri Passos Kuerten junto. Nós damos aquele abraço gostoso. É uma consagração de muito esforço - recordou Guga.

- A cena do vestiário é inigualável. Entra o Agassi. Eu estou num canto, ele vem, me abraça e diz: "Parabéns, Larri, vcs conseguiram". Essa cena não existe. O cara vem dar parabéns no nosso vestiário... - emendou Larri.

Guga, a esposa e os filhos — Foto: Arquivo pessoal

OS HERÓIS

- Aqui em Portugal foram as lágrimas do Guga que marcaram todas as emoções e as sensações de que ele deve ter passado. Foi de fato algo de inacreditável - recordou o jornalista português Hugo Ribeiro, que escreveu a revista oficial do Masters de Lisboa.

– Um dos aspectos mais deliciosos é que o prefácio é escrito pelo Marcelo Rebelo de Sousa, grande fã de tênis e que nesse momento, como se sabe, é o atual presidente da República de Portugal. Àquela altura era líder de um partido - comentou Ribeiro.

- Recordo aquilo que era e é Guga: a sua juventude, a sua capacidade de acreditar, a sua alegria de viver, o seu sentido do humor, a sua abertura, a sua amizade aos seus amigos, a sua capacidade de colocar tudo numa jogada, de se ver quase pertido e conseguir ganhar, de acreditar sempre. Olhávamos pra ele e parecia um adolescente. Parecia eternamente jovem e era jovem à altura, mas imagino que continue jovem. E depois vê-lo ganhar aqui em Lisboa o Master. Pavilhão cheio, pavilhão cheio a gritar por Guga e ele a bater Sampras, a bater Agassi e a bater todos. Ia ser para nós a alegria de ter alguém que víamos como mais português do que os portugueses. Torcíamos por ele, tanto ou mais do que torceríamos por um tenista português a defrontar os grandes do mundo e a vencer. Grande abraço para o Guga e agradecimento pelas horas de felicidade que me deu quando ainda não era Presidente da República Portuguesa - afirmou Marcelo Rebelo de Sousa ao ge.

Olga, avó materna de Guga Kuerten, abraça Andre Agassi no vestiário após a conquista do neto no Masters de Lisboa — Foto: Arquivo pessoal

OS PAIS

Um campeão com o respeito de presidentes, de adversários e de diferentes gerações. Tanto que Safin abriu um espaço para nos atender enquanto acompanhava em Londres o ATP Finals.

- Quando se é o melhor em algo, mais humilde se é, acredito eu. Esses são os campeões de verdade e Guga era assim - afirmou Safin.

O russo deu os parabéns a Guga durante a gravação e chamou a atenção do atual número um do mundo, Novak Djokovic, que invadiu a entrevista em vídeo para dar um alô rápido. Algo inusitado como certas atitudes de Guga, sempre pronto a quebrar protocolos, como após a final do Masters em 2000.

- Sempre dedico o título a uma pessoa especial. E esse título, dessa vez, vai pra pessoa que sem ela eu não estaria aqui. E sem minha avó ela não existiria. E eu vou me dirigir até lá. Eu não sei se pode, mas hoje eu sou numero um do mundo, mas ela sempre foi e sempre vai ser a mãe número um do mundo pra mim. Eu quero dar um beijo na minha mãe - disse Guga em Lisboa.

- Nesse momento especial, que ele fala "a mãe número um do mundo", eu olhei para o lado e pensei: será que sou eu mesma? - recordou dona Alice.

- Aquela cena, quando vejo na televisão, é a mais marcante. Poxa, é impossível não se emocionar porque a gente perdeu o pai pelo caminho. Ela foi continuando, ela dava um jeito de nos deixar próximos e com a esperança a tona. Sempre com muita garra, com muita força. E logo ali naquele momento crucial, novamente um amparo: "Vai, Guga. Tu podes. Vai conseguir." A gente consegue, a mensagem era essa, junto. Conta comigo, vamos fazer - lembrou Guga.

Nem Agassi, derrotado, resistiu a esse jeito Kuerten de ser.

- Veio muito bonita a lembrança da Olga, minha avó, que, na ocasião, entrando o vestiário isolado para cada jogador. E ela foi lá bater no box do Agassi para pedir uma foto. Essa foi sensacional. Eu achava que ele estava indignado. Que nada, foi super carinhoso. A Olga tem a foto com Agassi, provavelmente, ele nunca bateu uma foto com ninguém depois de uma derrota dessa forma. Tão gentil e aquela alegria dela que me dá a inspiração para transmitir para os meus filhos essa mesma força - disse Guga.

Depois dessa festa na quadra, do champanhe no vestiário, a lembrança de que essa é uma história escrita com dedicação, amor, tinta e papel. De uma família que saiu de uma ilha, do sul do Brasil, amparada no sonho de um jovem tenista que registrou tudo em um cartão postal justamente durante a primeira visita dele à Paris de Roland Garros, palco de tantas glórias.

- É entender que o mundo tem mais sentidos do que a gente é capaz de reconhecer. E, seguramente, foi o espírito do pai que trouxe, só pode. Ele, sim, via. Ele, quando deu a raquete pela primeira vez, o número um estava guardado no coração. Ali ele deu mais uma forcinha. E possivelmente escreveu aquelas linhas daquele cartão... - explicou e emocionou-se Guga.

O cartão postal que Guga escreveu aos 15 anos dizendo que seria o melhor jogador do mundo ao lado do troféu de número um do tênis — Foto: Marcel Merguizo

Seu Aldo, a inspiração, morreu quando Guga tinha apenas 8 anos. Hoje Gustavo Kuerten é o pai que conta aos filhos da mesma idade as aventuras vividas pelo mundo, mas pronto para assumir um outro compromisso, tão grande quanto o que se tornou realidade há 20 anos, em Portugal.

- E se o pai tivesse que escrever hoje para você, eu escreveria assim: o meu sonho é ser o melhor pai do mundo. Com a ajuda da mamãe. E a gente vive hoje para ser um dos melhores pais do mundo para você.

Família Kuerten reunida durante o Natal — Foto: Arquivo pessoal

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