Remy, rei da restauração no Luxemburgo, celebra título do Differdange: “Este já ninguém nos tira”

Segunda-feira foi dia de festa para Remy Manso. O empresário português, que é dono de 11 restaurantes no Luxemburgo, celebrou a conquista do campeonato nacional de futebol pelo FC Differdange 03, clube do qual é diretor desportivo, após a vitória no terreno do Niederkorn, por 1-0. “A festa foi boa. Apagaram as luzes do estádio ao fim de 15 minutos, mas fomos para o nosso e festejámos entre nós. Este título já ninguém nos tira”, afirmou ao Contacto.

Este é o primeiro título de campeão na história do Differdange, desde a sua formação em 2003. A equipa ergueu o troféu a duas jornadas do fim da Liga BGL, com mais sete pontos do que o segundo classificado, o F91 Dudelange. “Sabíamos que não eramos favoritos e que era difícil, mas acreditávamos. Se não tivéssemos acreditado, não tínhamos ido buscar o treinador que tinha saído do projeto seis meses antes”, justificou Remy, referindo-se a Pedro Resende, técnico da equipa.

Resende é o segundo treinador português a vencer o campeonato nacional do Luxemburgo, depois de Carlos Fangueiro em 2022, com o F91 Dudelange. Foi uma aposta de Remy e da direção. “Sabíamos que era com ele que íamos conseguir. Não íamos voltar a buscar o Pedro para ficar em segundo, terceiro ou quarto lugar. Se fosse para ficar nesses lugares teríamos contratado outro qualquer. O difícil era ser campeão”, explica o diretor desportivo.

A continuidade do treinador não está em causa, garante Remy. “Quando o Pedro veio tratámos logo disso. Tenho total confiança nele e ele em mim”. A direção e equipa técnica já estão a planear a próxima época. O objetivo é continuar com um grupo forte e ficar no top 4 da liga, assume o diretor. “E, se possível, voltarmos a ser campeões. Sabemos que é muito difícil, mas não temos essa pressão. Queremos dar continuidade ao processo”.   

Remy reconhece que há outras equipas com maiores orçamentos do que o do Differdange e que, por isso, não será uma tragédia se não voltarem a ser campeões. “Não é só ganhar, há que ser regular. Às vezes, é mais importante não perder. Tentamos fazer o melhor na medida do possível, pagando as contas todas e não fazer um projeto que passados uns meses deixa de ser viável financeiramente. Temos os pés bem assentes no chão”.

O empresário juntou-se ao clube há três anos, começando com o projeto do futsal, como braço direito do presidente. Este ano assumiu o cargo de diretor desportivo. “Tentámos fazer tudo em harmonia. Deu certo e esperamos que continue assim”, reconhece. Além do futebol, Remy tem também de assegurar o funcionamento dos 11 restaurantes do Grupo Manso. Um desafio que tem sabido gerir com o “esforço de toda a gente” à sua volta. “Com os meus sócios nos restaurantes e da minha família e dos colegas no futebol”.

O diretor tem também a confiança do presidente e do staff técnico do clube. Falam todos os dias ao telefone e fazem reuniões, nota. “Quando se tem vontade e boa disposição consegue-se fazer tudo. Estamos aqui para simplificar e continuar o trabalho”.

Depois do campeonato, que termina no dia 26 de maio, o Differdange vai ter apenas duas semanas de recuperação, porque a seguir começa a fase de eliminatórias para a Liga dos Campeões. “Sabemos que no Luxemburgo não é fácil fazer grandes coisas nas competições europeias. Mas com um bocado de sorte no sorteio e com muito trabalho podemos conseguir fazer algo mais”, remata Remy.