Rúben Amorim fez esta sexta-feira a antevisão ao jogo com o Chaves, encontro da 34.ª e última jornada da Liga Betclic, agendado para amanhã, em Alvalade (18 horas).

Sporting regressa a casa depois do título: 16 vitórias em casa; objetivo é a 17.ª e o pleno? "Isso é muito importante porque poucas equipas conseguiram vencer os jogos todos em casa e também para recompensar apoio dos adeptos. A melhor preparação para o jogo seguinte é ganhar e jogar bem, vamos tentar isso. Vamos aproveitar para nos despedirmos de jogadores importantes nesta caminhada: o Neto irá fazer o seu último jogo em Alvalade, o Adán também. É talvez a parte mais difícil de ser treinador, uma das razões que queremos ir para outro sítio e não ter de tomar estas decisões e eu tomei. Temos noção porque estamos aqui, porque fomos campeões no 1º ano e sem o Antonio [Adán] não teria acontecido, por causa do Antonio estou aqui sentado a fazer parte de um momento muito bom do clube. Também o Çelikkaya... Este ano pedi para ficar mais um ano, mas agora tem de seguir o seu percurso como treinador. Às vezes limitei o trabalho dele, mas fez um grande trabalho e é o momento de agradecer. Com o João Pereira, vai haver uma mudança, faz parte dos ciclos."

O que correu bem esta época, o que mudou numa época em que o Sporting terminou muito mal para esta? Vai promover alguma estreia? "Deixaremos para o fim do jogo esse balanço. Não terminámos muito mal a época passada,mas o segredo desta época foi o fim da outra. Tivemos sequência de muitas vitórias seguidas e toda a gente estava já a pensar na seguinte. Tivemos de vender jogadores já com o começo do campeonato, isso tirou-nos algum foco, mas este ano foi tudo diferente, não precisamos de pensar e deixar os planos para mais tarde. Depois, a qualidade dos jogadores, o scouting acertou nas opções que nos deu para substituir jogadores importantes. Depois as coisas que não controlamos, o empate aos 96' com o Vizela é um exemplo. Não deitamos tudo fora apesar da má época, mas fomos construindo. Agora é continuar o trabalho. Estreias? Talvez o Chico, para a baliza"

Há umas semanas falou-se do recorde de pontos de Jorge Jesus mas agora pode bater o recorde de pontos de Mourinho. Importância destes registos. "Jorge Jesus, de uma forma mais pessoal, pelo que vivi com ele, Mourinho é uma referência. O impacto que ele teve no treino em si é um legado muito maior do que títulos. Isso é importante, mas só penso em ganhar para vencer a Taça de Portugal. Vencer e não sofrer golos".

Eduardo Quaresma, St. Juste, situação clínica. E João Pereira vai para a equipa B? "Vou dar tempo para a direção decidir estas coisas, adiantei-me, distraí-me, já aconteceu. João Pereira é excelente treinador e tem todas a condições para ser treinador do Sporting. Geny não vai ser convocado, Matheus Reis teve uma recaida, St. Juste vai ser convocado".

Jogadores chamaram-no chatinho em entrevistas. Está preocupado com momentos de descontração? Vai ficar? "Não falei mais nisso desde a última situação. Tenho contrato com o Sporting, eles sabem que gosto de estar cá, tenho ideias para o próximo ano. Não tive outra conversa com eles. Chatinho? Sabemos que não podemos impedir esta fase de festa, o departamento de comunicação quis dar a toda a gente um bocadinho dos jogadores para os aproximar dos adeptos. O que fizemos foi olhar para duas semanas, fizemos os jantares que tínhamos a fazer, as entrevistas, mas a partir deste jogo vamos entrar em modo final da Taça. Queremos aproximar os adeptos da equipa, queremos retribuir, mas a partir de sábado vamos entrar em modo Taça de Portugal. É o preço do sucesso, tivemos duas semanas para limpar essas distrações. Sou chatinho porque tenho de ser, tenho muito orgulho em ser chatinho".

Pode garantir que não vai fazer o seu último jogo em Alvalade? Presidente do Sporting, discurso gravado, essas declarações podem funcionar contra o Sporting? Conhecendo Sérgio Conceição como conhece, sente que isto é uma arma de incentivo para o FC Porto? "Não vou falar pelo mister Sérgio Conceição, eu utilizaria ao máximo para motivar os meus jogadores. Aquilo é uma conversa de balneário num jantar privado, a filha de um membro de um órgão social gravou sem maldade. Todos somos uma família, juntamos toda a gente, o presidente teve um discurso de balneário, num momento provado, todos os presidentes, treinadores e jogadores usam isso no balneário. Garantia? Não posso garantir que amanhã estou vivo. A ideia é continuar no Sporting, seguir em frente, estamos a preparar a próxima época há muito tempo. A ideia é ficar no Sporting".

Diogo vai jogar a final da Taça? Olha para esta equipa perto da perfeição? Onze para amanhã: "Posso dizer o onze - Diogo Pinto, Esgaio, Neto, Coates, Inácio, Nuno Santos, Morita, Hjulmand, Trincão, Gyökeres e o Pote. Quero que tenham um momento à altura do que fizeram no clube. Olhando para a época no fim, se não ganharmos a Taça vai ser menos especial. Se juntarmos a Taça ao campeonato a equipa vai ser lembrada de outra forma".

Com a despedida de Adán e Luís Neto, que outros jogadores podem sustentar a continuidade da experiência no plantel? E se se defrontassem as últimas duas equipas do Sporting que foram campeãs, quem ganharia? "Esta equipa levava vantagem porque o treinado é melhorzinho nesta fase. Os jogadores teriam mais tempo, seria equilibrado e engraçado. O importante é que ganharia o Sporting. Em relação à experiência, vão sair dois capitães de equipa, mas ficam o Pote, o Paulinho, que é o pai deles todos, o Hjulmand também é um líder... Teremos pessoas e jogadores para se chegarem à frente. Temos um clube mais saudável.

Qual é o título mais especial para si? "É difícil, é como escolher entre dois filhos. Vivi de forma diferente o primeiro título, foi mais especial e consegui usufruir mais tempo. A exigência é diferente no clube, no dia seguinte agora senti a exigência de ganhar Taça de Portugal e o campeonato no próximo ano."