William Shakespeare: 12 fatos sobre o autor de 'Romeu e Julieta' - Revista Galileu | Cultura
  • Larissa Lopes*
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Shakespeare (Foto: Reprodução)

Shakespeare (Foto: Reprodução)

Há mais de quatro séculos nascia um dos maiores gênios da literatura mundial. O trabalho criativo de William Shakespeare revolucionou a história do teatro — da comédia à trágedia — e é considerado um dos mais influentes da literatura

Conheça 12 fatos sobre a vida do britânico: 

1. Um nem tão feliz aniversário
William Shakespeare nasceu e morreu em Stratford-upon-Avon, cidade ao sul de Birmingham. Ao que tudo indica, veio ao mundo no dia 23 de abril de 1564 e o deixou também no dia 23 de abril, mas do ano 1616. A primeira data ainda é motivo de discussão: não há um registro formal de que dia exatamente Shakespeare teria nascido.

Tudo o que existe sobre o assunto é um registro do batismo do escritor, que ocorreu em 26 de abril de 1564. Na época, era comum que as crianças fossem batizadas três dias depois de nascerem. Por isso, o dia 23 é o mais aceito entre os especialistas.

2. Anos perdidos
Outra data muito importante é o ano de 1592, momento em que Shakespeare está em Londres, trabalhando como dramaturgo e produzindo suas primeiras peças.

Mas o que aconteceu entre 1585 e 1592 ainda é um mistério. Não se sabe por que ou quando Shakespeare se mudou para Londres, ou quais profissões ele exerceu nesse meio tempo. São os chamados “Anos Perdidos”.

Alguns pesquisadores defendem que ele teria se mudado para Londres para fugir da punição de um senhorio de Stratford-upon-Avon, por ter caçado veados em sua propriedade. Outros afirmam que o escritor havia trabalhado como professor, o que justificaria seu domínio da língua inglesa. Há ainda outra teoria de que Shakespeare simplesmente teria seguido uma trupe de atores que ia de Stratford-upon-Avon para Londres.

William Shakespeare (Foto: Creative Commons)

William Shakespeare (Foto: Creative Commons)

3. Anos de vacas gordas
Em Londres, Shakespeare se associou à companhia de teatro Lord Chamberlain’s Men e, mais tarde, à The King's Men, apoiada pelo Rei James I. Com os lucros de seu trabalho, comprou a maior casa do distrito de Stratford-upon-Avon e 107 acres de terra na mesma cidade — um terreno com mais de 400 mil metros quadrados!

4. Família e relacionamentos
Shakespeare fazia parte de uma família humilde, com sete irmãos. Em 1582, casou com Anne Hathaway (sim!), uma mulher que morava em um vilarejo próximo. Na época, o matrimônio foi bastante controverso já que Anne era oito anos mais velha do que Shakespeare e estava grávida.

Juntos, tiveram três filhos: Susanna, cuja filha não deixou herdeiros, e os gêmeos Hamnet (que morreu ainda jovem) e Judith (cujos filhos morreram antes de se casar).

Apesar de ser comprometido, há indícios de que o escritor se envolveu com outras mulheres e homens enquanto vivia sua rotina de dramaturgo.

Muitas pessoas chamam a atenção para o fato do marido da atriz Anne Hathaway ser muito parecido com William Shakespeare, que foi casado com uma Anne Hathaway. (Foto: via Revista Quem)

Muitas pessoas chamam a atenção para o fato do marido da atriz Anne Hathaway ser muito parecido com William Shakespeare, que também foi casado com uma Anne Hathaway. (Foto: via Revista Quem)

5. Educação
Um aspecto que é sempre questionado sobre o autor é a sua educação. Para muita gente, é pouco provável que um homem que não frequentou uma faculdade tenha sido um gênio literário. O que nos leva à outra polêmica…

6. A identidade de Shakespeare
A partir de lacunas na história do escritor e de coincidências com a trajetória de outros dramaturgos da época, várias teorias da conspiração surgiram e colocaram a identidade do escritor à prova.

No entanto, recentemente a pesquisadora Heather Wolfe, que ficou conhecida como “Sherlock Holmes das bibliotecas”, encontrou provas de que o cavalheiro de Stratford-upon-Avon e o dramaturgo revolucionário são, de fato, a mesma pessoa. Wolfe dedicou anos lendo e analisando escritos do e sobre Bardo que a levaram a chegar à essa conclusão final.

7. Obra memorável
Em 2015, a obra completa de Shakespeare foi nomeada a terceira mais influente da história, segundo uma pesquisa feita pela a Biblioteca Britânica e o Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades inglês. O conjunto só perde para A Origem das Espécies, de Charles Darwin, e O Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels.

 William Shakespeare (Foto: Hatchlands Park, via Wikimedia Commons)

William Shakespeare (Foto: Hatchlands Park, via Wikimedia Commons)

8. Um dicionário ambulante
Em toda a sua obra, Shakespeare usou 28.829 palavras diferentes, o que faz alguns pesquisadores sugerirem que o escritor tinha um vocabulário de cerca de 100 mil palavras, o maior de todos os tempos.

Para chegar nesse patamar, o escritor não só revolucionou a literatura como também inventou uma porção de palavras novas, como “addiction” (“vício”), escrita pela primeira vez em Otelo, o Mouro de Veneza; “obscene” (“obsceno”), presente em Trabalhos de Amores Conquistados ou “lonely” (“solitário”), em Coriolano.

As expressões “Knock knock! Who's there?” (“Toc toc! Quem bate?”) e “Break the ice” (“Quebrar o gelo”) também foram invenções do escritor, e apareceram pela primeira vez em Macbeth e A Megera Domada, respectivamente.

9.  Mas calma aí…
O designer e matemático Matt Daniels decidiu comparar 35 mil palavras de sete obras de Shakespeare com 35 mil palavras de canções dos maiores nomes do hip hop.

De acordo com análises estatísticas, o grupo de hip hop Wu-Tang Clan tem um vocabulário maior do que o de Shakespeare. São 5.895 palavras diferentes neste universo de 35 mil contra as 5.170 do escritor britânico.

Retrato de William Shakespeare (Foto: Martin Droeshout [Public domain], via Wikimedia Commons)

Retrato de William Shakespeare (Foto: Martin Droeshout [Public domain], via Wikimedia Commons)

10. Resquícios de um vício
Segundo um estudo feito na África do Sul, Shakespeare provavelmente fumava enquanto escrevia suas obras. Após encontrar 24 cachimbos com mais de 400 anos no que teria sido o jardim do escritor, análises de cromatografia gasosa e espectrometria de massa revelaram resquícios de maconha em oito deles, folhas de coca em dois e nicotina em um.

Os pesquisadores acreditam que Shakespeare usava as substâncias pelas propriedades de estimulação mental delas.

11. Quem influenciou o Bardo
Uma pesquisa recente sugere que William Shakespeare teria sido influenciado por um livro escrito no ano de 1500 para escrever suas obras. Se trata de A Brief Discourse of Rebellion and Rebels (Uma Breve Dissertação Sobre a Rebelião e os Rebeldes, em tradução livre), de George North, um diplomata inglês.

Para encontrar a relação entre a obra shakespeariana e o livro político, os estudiosos usaram um software que revela casos de plágios. No caso, o programa encontrou semelhanças com o livro de 1500 em 11 obras do Bardo.

12. Perdeu a cabeça
Ao vistoriar o túmulo do escritor com um radar, arqueólogos encontraram “uma estranha perturbação na extremidade da cabeça” de Shakespeare. “Parece muito, muito certo para mim que a crânio de Shakespeare não está na Holy Trinity”, afirmou Kevin Colls, um dos pesquisadores que foram analisar o túmulo localizado na catedral Church of the Holy Trinity, em Stratford-upon-Avon, cidade natal do escritor.

Entre os arqueólogos, circula a teoria de que o crânio de Shakespeare teria sido roubado no século 18. Segundo religiosos da catedral, não há planos de violar o túmulo para descobrir a verdade.

*Com a supervisão de Thiago Tanji

(Com informações de Shakespeare Birthplace Trust)