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Religião da Roma Antiga: do Paganismo ao Cristianismo

A Religião da Roma Antiga era o Politeísmo. Os romanos adoravam vários deuses de origens variadas, graças ao contato com outras populações itálicas (sabinos, latinos, etruscos, etc.) e também com outros povos estrangeiros (divindades egípicias, gregas, persas, etc.).

As divindades mais antigas adoradas pelos romanos foram os elementos e as forças da natureza (o vento, a chuva, o sol, o trovão, etc.) e deuses que protegiam a família: os penates (espíritos que protegem as famílias e os lares) e os lares (espíritos dos antepassados da própria da família).

O responsável pelo culto doméstico dos deuses familiares era o pater familias, ou seja, o chefe da família. As casas possuíam altares e estátuas dedicadas a eles. Algumas famílias faziam uma adoração cotidiana, outras em datas especiais (ex.: aniversário, data do falecimento do defunto, etc.)

Havia também os deuses penates que protegiam o Estado.

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Na escultura de Bernini, Enéas foge de Troia com seu pai Anquises e o filho Ascânio. O pai carrega consigo a estátua dos penates (os antepassados que protegiam o lar)

Também existia um culto a divindades antropomorfas, ou seja, com aspecto humano. Dessas, as mais importante eram Vesta, a deusa protetora do lar, e Janus, protetor tanto da paz quanto da guerra, e que era representado com dois rostos, um virado para cada lado.

Quando Roma entrou em contato com a cultura grega, absorveu o culto de outros deuses, mesmo que na maioria das vezes, mudasse os seus nomes.

Por exemplo, Júpiter, rei de todos os deuses correspondia a Zeus, Juno, sua esposa, correspondia a Hera, Minerva a Atenas, Marte a Hares e Netuno a Poseidon, só para dar alguns exemplos.

Importante ressaltar que antes do contato com a civilização grega, os romanos haviam tido contato com os etruscos. Por isso, algumas divindades romanas, já eram uma sincretização entre o panteão romano e o panteão etrusco.

Na religião da Roma Antiga, os sacerdotes celebravam cerimônias rituais em honra dos deuses, de modo a obter favores.

Muitos dos sacerdotes haviam aprendido com o povo etrusco a arte de interpretar os eventos e advinhar o futuro graças à força e aos elementos da natureza (voo dos pássaros, raios, trovões, etc.) ou analisando as vísceras dos animais.

Durante a monarquia romana o rei era o sumo sacerdote. Na época republicana, o poder religioso passou para as mãos de um pontífice máximo e todas as festas religiosas seguiram um calendário emanado pelo senado.

Já na época imperial, começando pelo imperador Augusto, os imperadores assumiram também o cargo de pontífice máximo. Além disso, os romanos começaram a deificar os imperadores.

Uma vez alçados à categoria de deuses, eram edificados altares e criados cultos, de modo que os imperadores, após a morte, eram adorados pelo povo.

Uma das características da religião da Roma Antiga era a de dar uma grande abertura aos cultos dos povos que eram conquistados pelos romanos, de modo que a religião romana teve sempre mudanças nos seus cultos e deuses.

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Tempo dedicado ao Imperador Antonino Pio e à sua mulher faustina, após virarem deuses.

De todo modo, durante a época imperial os cultos mais importantes eram: o culto imperial, o culto de Vesta e o culto da tríade capitolina, a dizer, Júpiter, Juno e Minerva.

Mais do que um sentimento religioso, pode-se dizer que a religião da Roma Antiga era formada por um grande respeito pelos rituais.  

A religião na Roma Antiga tinha um caráter mais utilitário do que religioso. Para cada aspecto da sua vida e para todas as instituições e atividades importantes (família, casamento, casa, governo, comércio, guerra, saúde, etc.), os romanos tinham um deus ao qual fazer pedidos.

Nunca reverenciavam um deus pelo simples motivo de serem religiosos ou terem fé.

O que isso quer dizer? Uma pessoa, um grupo, uma comunidade, uma inteira cidade poderiam oferecer um culto a um deus, mas em troca esperavam sempre alguma coisa em troca. Um sacrifício em troca da chuva para irrigar os campos, ou da vitória na guerra; um culto em troca de uma negociação comercial.

Vestais: Sacerdotisas de Vesta oficiando uma cerimônia religiosa

Inclusive temos um exemplo interessante vindo da cultura grega: quando Agamenon deu a filha Ifigênia em sacrifício à Deusa Diana (Artemis em grego) para que o vento voltasse a soprar, assim os navios pudessem salpar e iniciar a guerra de Troia.

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Cristianismo: uma nova religião na Roma Antiga

Na Palestina (nome que os romanos antigos deram ao território onde hoje estão Israel, Palestina e Síria), no séc 1. d.C. nasceu uma nova religião, baseada nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, chamado de Cristo.

Jesus se proclamava filho do Deus unigênito, o deus da aliança com o povo hebraico, ao qual pertencia.

Portanto, ele anunciava e proclamava a existência de um só Deus e pregava a fraternidade e a igualdade de todos os homens perante a Deus.

Obviamente essa “novidade religiosa” estava completamente em contraste com a ideia de considerar o imperador um Deus.

Outro fato interessante, do ponto de vista político, é que a igualdade e fraternidade entre todos os homens, também demolia a hegemonia e superioridade do império romano, além de ir contra a escravidão e jugo que os romanos impunham aos povos por eles dominados.

Aos romanos, acostumados a resolverem suas querelas jurídicas e políticas nas aulas dos tribunais, irritava profundamente a mensagem de Jesus que pregava o perdão, e ía além, o de dar a outra face para ser esbofeteada.

Tudo isso fez com que os romanos vissem em Cristo um subversivo, e que os seus ensinamentos eram uma espécie de rebelião à ordem constituída, portanto, o condenaram à morte.

A coexistência do paganismo e do cristianismo + a perseguição aos cristãos

Essa nova religião, que ganhou o nome de Cristianismo, algumas décadas após a morte de Cristo, se expandiu muito e daí a cerca de 3 séculos se transformaria na religião oficial do império romano.

A pregação de Jesus Cristou continuou após a sua morte, com seus apóstolos e com os discípulos, ou seja, os seus seguidores.

Esses viajaram em todos os territórios do império romano para pregar os ensinamentos do seu mestre Jesus.

Cerca de dez anos após a morte de Cristo, os primeiros cristãos também chegaram a Roma e se reuniam em comunidades que se chamavam igreja (do grego eclesia, que, significa assembleia).

++ Leia também: Guerras Púnicas: Roma x Cartago pelo domínio do Mar Mediterrâneo

Logo no início os cristão foram mal apenas tolerados e eram chamados de ateus, porque não acreditavam nos deuses da religião politeísta dos romanos e nem adoravam o imperador como um deus.

Pouco a pouco, isso causou um desconforto na sociedade romana, e os cristãos começaram a serem perseguidos.

A partir da segunda metade do 1 séc d.C., os cristãos cultuavam a Deus de modo secreto para evitar a morte. Alguns cristãos colocavam suas casas à disposição de um pequeno grupo, e assim as primeiras igrejas nasceram graças aos cultos domésticos.

Nos séculos sucessivos a situação se agravou: o imperador Diocleciano mandou perseguir ferozmente os cristãos em todas as províncias do império romano, e também a destruir os seus lugares de cultos e a matá-los.

Crucificação de São Pedro. Quadro de Caravaggio, exposto na Pinacoteca dos Museus do Vaticano

Édito de Constantino: Cristianismo, a nova religião da Roma Antiga

Apesar de todas as perseguições, o Cristianismo se transformou em uma das religiões mais difusas do império romano.

O imperador Constantino (talvez por influência de sua mãe, Helena, que havia se convertido) resolveu colocar um fim às perseguições.

Em 313 ele assinou o Édito de Milão, também conhecido como Édito de Constantino ou ainda Édito de tolerância religiosa. Esse decreto ordenava que cessassem todas as perseguições em todos os territórios do império.

Sucessivamente, em 380 d.C., o imperador Teodósio emanou um altro édito fazendo com que o Cristianismo fosse a religião oficial do império romano. Pouco a pouco os templos pagãos e os cultos às divindades politeístas passaram a ser abandonados.

Arco de Constantino: monumento em homenagem ao imperador que legalizou a fé cristã

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5 respostas

  1. Na verdade as práticas pagã do império romano não foram abandonadas,foram apenas difundida como sendo cristã ,
    Como o culto ao deus Sol Invictus ou mitra no Domingo. Dia de comercialização a esse deus.
    Imposto pela a igreja romana como dia do Senhor.

    A data que foi oficializada o culto ao deus Sol Invictus pelo o imperador Aureliano na data 25 de dezembro o qual o império romano fazia festas nessa data .

    Foi colocada como o nascimento de Jesus que não é nessa data

    1. Parabéns Leda, O mais importante agora é que temos a palavra de Deus livre para todos
      A LUZ MAIS UMA VEZ BRILHOU NA ESCURIDÃO

  2. Roma em seu final, adota um Deus tribal semitico e ainda somos obrigados a “amar” os profetas judeus (nada contra o povo judeu) como se fossem nossos parentes. Da minha parte continuo adorando o paganismo Da Roma antiga.

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