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Tornar-se um padre católico é uma decisão séria. Caso ouça o chamado de Deus e acredite que uma vida de celibato e devoção é a escolha certa para você, talvez tenha encontrado a sua verdadeira vocação. Além de Deus, os padres também têm o compromisso de servir aos necessitados.

Método 1
Método 1 de 2:

Entrando para o clero na juventude

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  1. Na Igreja Católica Apostólica Romana, os sacerdotes devem ser homens solteiros. Já algumas Igrejas Católicas Orientais também ordenam homens casados.
    • Os seminários são divididos entre seminários menores, que recebem jovens recém-saídos do Ensino Médio, e seminários maiores, para aqueles que já estão em uma fase mais avançada da vida.[1]
  2. Antes de pensar em ir para a faculdade ou para o seminário, ofereça-se para ajudar nas atividades da sua paróquia. Quanto maior for o seu histórico como um bom católico praticante, mais fácil será para você entrar para o sacerdócio.
    • Conheça melhor o seu padre preferido. Fale para ele que está interessado em ir para o seminário e pergunte se você pode ajudá-lo nas missas, quando ele for visitar fiéis doentes ou em atividades paroquiais.
    • Ofereça-se para ajudar com as músicas e com as leituras, além das atividades do altar. Assim, você vai aprender mais sobre as escrituras e os hinários, o que vai tornar a preparação para o sacerdócio bem mais fácil.

    Dica: participar de grupos pastorais pode ser uma boa forma de descobrir se você tem a vocação para ser padre.

  3. Virar padre não é uma decisão que você deva tomar de maneira leviana. A preparação pode levar anos e o sacerdócio não é feito para homens fracos e cheios de dúvidas. Caso consiga se imaginar fazendo qualquer outra coisa da vida, é possível que a religião não seja a sua verdadeira vocação. Siga as orientações abaixo para tomar a sua decisão da melhor maneira possível:
    • Ore e peça ajuda a Deus para fazer a escolha certa.
    • Frequente a igreja e reze o rosário. Participe de todas as missas que puder.
    • Vá regularmente à missa e envolva-se com o clero local.
    • Peça conselhos a um orientador vocacional ou a alguma figura da igreja em que você confie.

    Dica: participar das atividades da igreja como coroinha pode ajudar você a discernir sua vocação.

  4. Um diploma de ensino superior costuma facilitar a entrada no seminário, além de abater alguns anos do tempo de estudo dos futuros padres.[2] O ideal é investir em um curso de Filosofia ou Teologia. Porém, um diploma em qualquer área já basta para demonstrar inteligência e dedicação.
    • Durante a faculdade, envolva-se nas atividades da paróquia próxima ao campus. Participe de retiros, ajude outros estudantes e desenvolva uma boa relação com a paróquia ou a diocese.
  5. Inscreva-se em seminários por meio da sua diocese ou ordem religiosa. Dê preferência para instituições que concedam o título de Mestre em Divindade, se possível, e, caso opte por concluir o ensino superior antes de investir no sacerdócio, procure um curso de Filosofia ou Teologia reconhecido pelo MEC.[3] Informe-se na sua paróquia sobre como dar os primeiros passos.
    • Cada seminário tem o seu próprio processo seletivo. Pode ser que você precise de cartas de recomendação, de provas do seu envolvimento com a Igreja, de um determinado coeficiente de rendimento na faculdade e de uma declaração de interesse, entre outros documentos.
    • Pode ser, também, que você tenha que responder perguntas sobre a sua saúde física e mental, a sua conformidade com a tradição católica e o seu conhecimento a respeito da doutrina da Igreja.[4] [5]
  6. No seminário, você vai passar anos estudando filosofia, latim, grego, canto gregoriano, teologia moral e dogmática, exegese, lei canônica e história da Igreja. E isso tudo é só o começo! A duração dos cursos varia com base na educação precedente do seminarista e no tempo que ele pode dedicar aos estudos, mas a maioria dos futuros padres faz quatro anos de graduação em Teologia e entre zero e quatro anos de Filosofia Básica ou Educação Espiritual.[6]
    • A participação em retiros, conferências e oficinas também é comum durante o treinamento. Você será orientado a dedicar seu tempo à meditação, ao claustro e a trabalhar na sua habilidade de falar em público.[7]
  7. Após completar o seminário, você será chamado pelo bispo para receber a ordenação sagrada e entrar para o ministério. A partir daí, você servirá como diácono por, pelo menos, seis meses.[8]
    • Não entre em desespero com medo de não ser ordenado. Caso haja algum problema que impeça a sua ordenação, você provavelmente descobrirá durante o seminário.
    • No geral, os seminários católicos no Brasil e em Portugal são custeados pela Igreja. Entretanto, caso tenha estudado em um seminário pago em outro país e não tenha sido escolhido para ser padre ou tenha abandonado o curso antes do tempo, talvez você consiga um reembolso. Isso, porém, varia de instituição para instituição e depende da situação financeira do ex-seminarista.
  8. Dependendo da tradição do seu país, você pode tanto se tornar padre após um período de tempo relativamente curto ou permanecer como diácono pelo resto da vida.[9] [10] Existem diferentes formas de exercer o sacerdócio. Você vai aprender sobre todas elas durante o seu tempo no seminário.[11]
    • Os padres diocesanos servem à Igreja em uma determinada região geográfica. A categoria inclui os padres de paróquia, os capelães e os professores religiosos, entre outros. Os padres diocesanos fazem votos de celibato e obediência.
    • Os padres religiosos fazem parte da comunidade global de uma ordem ou congregação, como os Beneditinos ou os Franciscanos. Os sacerdotes fazem votos formais de pobreza, castidade e obediência, além de outras obrigações específicas de cada ordem.
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Método 2
Método 2 de 2:

Tornando-se padre em uma idade mais avançada

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  1. A Igreja Católica não estabelece uma idade máxima para a ordenação. Porém, algumas dioceses e comunidades religiosas não aceitam aplicantes acima de uma determinada faixa etária. O limite costuma variar entre 40 e 55 anos.[12]
    • Você deve ser homem e solteiro. Viúvos também são aceitos, mas apenas após um ou dois anos da morte da esposa. Já quem é divorciado deve entrar com um pedido de anulação. Algumas Igrejas Orientais possuem normas distintas e ordenam homens casados. Em alguns casos raros, é possível para um homem casado ordenado em outra comunidade cristã se converter e se tornar um padre católico.
  2. É possível que os paroquianos se sintam mais confortáveis com um padre mais velho, que compartilhe da mesma vivência que eles. O sacerdócio está sempre carente de pessoas ricas em inteligência emocional, intelectual, espiritual e pastoral.[13] Caso demonstre conhecimento de, pelo menos, uma ou duas dessas áreas, você terá bem mais chances de ser aceito no seminário e de ser eventualmente ordenado.
    • A sua educação e experiência profissional podem ser de grande ajuda, assim como o seu histórico pessoal. Ensinar, oferecer auxílio emocional e espiritual para quem precisa e participar das atividades da comunidade são algumas coisas que podem ajudá-lo na preparação para o seminário.
  3. Os seminários oferecem educação de qualidade em nível universitário, o que pode ser assustador para quem já deixou a escola para trás há muitos anos. Converse com seus mentores religiosos para encontrar seminários que aceitem alunos mais velhos.[14] Você também pode procurar um seminário especializado em aconselhamento, ensino ou alguma outra área que englobe as suas experiências pregressas.
    • Você até pode entrar no seminário sem um diploma de graduação, mas isso costuma ser difícil para quem é mais velho. Além disso, os seus estudos vão durar oito anos em vez de quatro.
  4. Após terminar o seminário, um bispo vai ordená-lo ao ministério. Você passará seis meses, no mínimo, como diácono para, depois, se tornar um padre diocesano de uma determinada paróquia ou outra divisão geográfica. Outra opção é fazer os votos e se tornar membro de uma congregação.
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Dicas

  • Os termos "vocação" e "discernimento" são essenciais para esse processo. No linguajar católico, a "vocação" é o chamado divino. Todo mundo recebe um chamado à santidade, mas os caminhos para Deus variam de pessoa para pessoa. Alguns têm vocação para a vida religiosa ou o sacerdócio, ao passo que outros têm vocação para o casamento ou para serem solteiros. Já o "discernimento" é o processo constante de entender a vontade divina por meio de orações e de orientação religiosa. Para ter discernimento, é preciso bastante paciência.
  • Talvez você perceba que está destinado ao sacerdócio logo após se converter. Essas coisas acontecem, mas o ideal é que você converse com uma figura de confiança da igreja para entender melhor a sua possível vocação.
  • Não é necessário estar 100% certo da própria vocação para entrar para o seminário ou o noviciado.
  • Devido aos escândalos recentes, os seminários têm realizado investigações rigorosas sobre a vida pregressa dos ingressantes, com um foco em crimes de natureza sexual. Prepare-se para ter a sua ficha criminal puxada.
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Avisos

  • A Igreja Católica é uma instituição global, com diferentes tradições. Converse com um padre local para saber como o processo de ordenação funciona na sua região.
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