Entre as oito pessoas presas suspeitas de terem sequestrado, torturado e raspado a cabeça de uma corretora de imóveis em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão duas empresárias da região. Ambas acumulam milhares de seguidores nas redes sociais e compartilham uma vida de luxo na internet.
Uma delas, de 30 anos, é sócia de um bar em Belo Horizonte. O estabelecimento conta com unidades nos bairros Santa Amélia e São Luiz, na região da Pampulha, e Sion, na região Centro-Sul. O bar também tem uma unidade em Lagoa Santa, na Grande BH.
No Instagram, a suspeita soma mais de 100 mil seguidores e se descreve como “empresária do entretenimento”. Nas redes sociais, a mulher compartilha fotos em eventos, palestras e viagens para destinos de luxo, como Maldivas e Dubai.
A outra suspeita, de 34 anos, também acumula milhares de seguidores. No seu Instagram pessoal, a empresária de Vespasiano soma 33 mil seguidores, já nas páginas de suas empresas, ligadas ao ramo da construção civil, são 81 mil. Na descrição do seu perfil ela se autointitula como “empresária especialista em realização de sonhos”.
A mulher também posta fotos em palestras e viagens ao exterior. Há publicações nos parques da Disney, nos Estados Unidos e no Chile.
Na internet, as duas compartilham fotos juntas e ao lado dos demais suspeitos do crime. Há, inclusive, uma foto das duas juntas no aniversário da empresária de 30 anos.
Mulheres são acusadas de tortura
As duas empresárias e outras seis pessoas foram presas na segunda-feira (6). Os oito são suspeitos de manter uma corretora de imóveis de 33 anos em cárcere privado em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. A vítima ficou cerca de sete horas sob o poder do grupo e ainda teve a cabeça raspada por eles.
Segundo os suspeitos, a vítima teria aplicado um golpe contra eles. Segundo os acusados, ao alugar um imóvel de luxo para um cliente, a corretora dizia que era necessário o pagamento de um “caução”. Ela dizia que iria entregar o valor ao proprietário. Porém, quando o contrato era fechado, o proprietário pedia novamente pela quantia.
Assim, eles teriam descoberto que haviam caído em um golpe. Segundo a Polícia Civil, ainda não se sabe se essas alegações são verdadeiras, o que será investigado.
No dia do crime, os suspeitos, supostamente irritados por terem caído no golpe, atraíram a corretora para uma casa em Vespasiano, no início de abril. A vítima alega que foi chamada para ir até uma casa em um condomínio de luxo por um homem que teria um outro imóvel para vender.
Ao chegar lá, ela foi trancada na casa e ficou sob o poder dos suspeitos por cerca de sete horas. A corretora foi agredida e teve o cabelo raspado pelos suspeitos. Durante o sequestro, o grupo teria até mesmo exigido R$ 60 mil como resgate para soltar a vítima.
A Polícia Civil segue investigando o caso e pretende analisar a movimentação financeira de todos os envolvidos, incluindo a vítima.