Trajetória do contratorpedeiro brasileiro Juruá, desde sua construção e serviço na Marinha do Brasil até seus feitos heroicos sob a bandeira britânica - Litoral Hoje

Trajetória do contratorpedeiro brasileiro Juruá, desde sua construção e serviço na Marinha do Brasil até seus feitos heroicos sob a bandeira britânica

A história do contratorpedeiro brasileiro Juruá é um capítulo fascinante da Marinha do Brasil. Vamos explorar os eventos que levaram ao desenvolvimento desse e de outros navios da sua classe, e como o Juruá acabou servindo a Marinha Real Britânica durante a Segunda Guerra Mundial.

Nos anos 1930, a Marinha Brasileira enfrentava uma crise. As armadas da Argentina e do Chile já tinham se modernizado, enquanto o Brasil não adquiria novos cruzadores há mais de 20 anos e novos contratorpedeiros há mais de uma década. Para modernizar sua frota, o Brasil buscou ajuda dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.

Em 1937, com o apoio dos Estados Unidos, o Brasil começou a construir três contratorpedeiros da classe Marcílio Dias. Paralelamente, negociou com a Grã-Bretanha a compra de seis novos contratorpedeiros, que formariam a classe Juruá, baseada nas classes G e H britânicas. Esses navios seriam: Japurá, Jaguaribe, Juruena, Jutaí, Javari e Juruá.

A construção dos navios começou em 1939, mas com o início da Segunda Guerra Mundial, a Marinha Real Britânica requisitou todos os navios da classe. Para manter boas relações com o Brasil, a Grã-Bretanha pagou pelos navios e ofereceu os projetos, permitindo ao Brasil construir contratorpedeiros da classe Acre.

Os navios da classe Juruá, renomeados para classe Avant, foram construídos até junho de 1940. O Juruá, renomeado HMS Harvester, foi comissionado em maio de 1940. Armado com três canhões de 120 mm, dois lançadores quádruplos de torpedos de 533 mm e oito metralhadoras Vickers de 12,7 mm, o Harvester tinha 1800 toneladas de deslocamento e velocidade máxima de 36 nós.

O HMS Harvester participou da evacuação de Dunkirk, resgatando mais de 2.000 soldados. Em outubro de 1940, junto com o HMS Highlander, afundou o submarino alemão U-32. Modernizado em 1942, recebeu mais armamentos antiaéreos e antisubmarinos, além de um sistema de radar.

Em março de 1943, enquanto escoltava um comboio para Liverpool, o Harvester enfrentou nove submarinos alemães. Após afundar o U-444, foi atingido e incapacitado pelo U-432, que também foi afundado. Infelizmente, o Harvester foi afundado, resultando na perda de 149 tripulantes.

Apesar de sua perda, a história do contratorpedeiro brasileiro Juruá, também conhecido como HMS Harvester, é um testemunho de bravura e eficiência naval. Seu legado continua a inspirar a Marinha do Brasil e a memória de seus heróicos serviços durante a Segunda Guerra Mundial.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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