Frankenstein: a ópera rock que levantou o público com o Teatro do CIC superlotado

Ópera foi idealizada pelo talentoso músico e compositor Alberto Heller

Com o público que lotou totalmente o Teatro do Centro Integrado de Cultura aplaudindo de pé, aconteceu ontem a primeira exibição da ópera rock Frankenstein, com a Camerata Florianópolis integrada de novos músicos em formação sinfônica.

Maestro Jefferson Della Rocca: o entusiástico aplauso do público – Foto: Moacir PereiraMaestro Jefferson Della Rocca: o entusiástico aplauso do público – Foto: Moacir Pereira

Sem dúvida, o espetáculo do ano até agora. Reuniu músicos, cantores, técnicos, diretores e todos os que atuaram na produção e apresentação de Santa Catarina.  Muita gente que aplaudiu com entusiasmo sentiu-se orgulhosa pela performance de todos cerca de 100 atuantes no maravilhoso show.

Para quem não tinha assistido a famosa ópera, a sensação estranha de um certo paradoxo. Como um personagem de terror, imortalizado pelo artista britânico Boris Karloff no filme de 1931, poderia ser levado ao palco como um musical, em estilo de rock e de ópera.

Rodrigo e Alirio Neto: excepcionais no palco – Foto: Moacir PereiraRodrigo e Alirio Neto: excepcionais no palco – Foto: Moacir Pereira

O milagre da transformação deve-se, em primeiro lugar, ao excepcional músico e compositor Alberto Heller, cuja produção e rica contribuição à Camerata e à música catarinense tem sido elogiada em prosa em verso.

Com uma trilha sonora muitas vezes pesada, pela natureza do enredo, conseguiu agradar o público, sem transmitir sensações negativas. Muito ao contrário, a música tem ali o poder de ampliar a reflexão dos expectadores em torno da trágica história.

Justine e Carla: excepcionais apresentações – Foto: Moacir PereiraJustine e Carla: excepcionais apresentações – Foto: Moacir Pereira

Impressionante, realmente. A “criatura”, concebida em laboratório por Frankenstein, tem uma exuberante interpretação do consagrado cantor catarinense Alirio Neto.  Ele já tem seu nome escrito em letras de ouro como vocalista do “Queens Stravaganza”, que fez grande sucesso no ópera Opus, São José, e brilhou ultimamente como vocalista da banda Shaman, com interpretações premiadas e pelo agudo mais longo da história da música brasileira.

A atuação de Rodrigo Matos, como o dr. Frankenstein, igualmente irretocável.  A maior parte do tempo, os diálogos com profundo conteúdo literário, histórico e filosófico, é travado com Alirio Neto.

Impactante que toda a ópera é interpretada em inglês, com legendas visíveis e bem posicionadas em português.  Para os leigos fica outra constatação: como é possível que cantores tão experientes com uma gama tão elevada de músicas conhecidas que interpretam consigam reter na memória textos tão longos e completos durante mais de  duas horas e meia, em inglês.

A consagrada Carla Domingues, interpretando Elizabeth, a amada do médico, continua brilhante como em todas suas apresentações. É um orgulho para a Camerata e para Santa Catarina contar com uma cantora e artista de teatro tão completa.

Incrível, igualmente, a destacar a contribuição do maestro Jefferson Della Rocca para a cultura musical catarinense. Há 30 anos tem oferecido uma produção realmente extraordinária, com espetáculos dos mais diferentes gêneros musicais, a revelar sua excepcional e exemplar capacidade de trabalho, e o talento do regente e de seus músicos.

Sérgio Amorim, da Cotempo: trabalho profissional irretocável – Foto: Moacir PereiraSérgio Amorim, da Cotempo: trabalho profissional irretocável – Foto: Moacir Pereira

Fato também a destacar para quem gosta de música: o trabalho primoroso do empresário e técnico Sergio Amorim, da Cotempo. Filho do criativo e grande cidadão e empresário, Osnildo Amorim, Serginho e seus irmãos e colaboradores ofereceram um trabalho sonoro que nada deve aos melhores teatros do mundo.  Nenhuma falha e zero de qualquer ruido, mesmo constatando-se que há falas isoladas, diálogos com vários dos atores e, principalmente, corais que intervém várias vezes. Show!

Alberto Heller concebeu uma ópera de tirar o fôlego. E, antes de iniciado o espetáculo, fez procedentes observações.

A autora do romance épico, a britânica Mary Shelley, tinha apenas 18 anos quando escreveu a inédita obra de terror.  Mesclou um enredo insólito para a época, com citações bíblicas, pensamentos de grandes pensadores ingleses e profundas reflexões sobre as origens da humanidade.

Tudo sendo possível graças à produtora Maria Elita Pereira, que destacou a importância dos dois principais patrocinadores (Fort Atacadista e Tirol), viabilizando a magnífica apresentação.  É outra vitoriosa por tudo o que tem realizado pela música e cultura em Santa Catarina.

Detalhes técnicos a ressaltar: Renato Turnes(direção cênica), José Alfredo Beirão(figurinos), Sandro Clemes(cenografia e adereços), entre os principais.

Frankenstein vai ser exibido hoje, com preços populares de R$ 10,00 e meia para adultos e estudantes a R$ 5,00, sem lugar marcado, e amanhã, domingo, com acentos a escolher, com preços normais.

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